Capítulo 21 - Family

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"A verdadeira violência, a violência que eu considero imperdoável, é a violência que nós fazemos para nós mesmos, quando nós temos muito medo para sermos quem verdadeiramente somos."

                                                                                                    - Nomi Marks, Sense8

O ar cheirava a álcool e  um aroma imundo característico do lugar, as poucas  luzes amarelas falhas junto com as cadeiras e mesas enferrujadas, fazia o lugar parecer ainda mas antigo. Meus pés batem no chão tentando acompanhar as batidas da música eletrônica vinda do som atrás de mim, enquanto meu corpo está sentado em um banco alto de madeira, aceno para o barman pedindo um copo com algum drinque alcoólico qualquer .Com um papel rasgado e uma caneta preta comum desenhava o que vinha em minha cabeça, fazia muito tempo que eu não fazia isso e por mais estranho que parecesse, me sentia quando fazia isso, parecia que tudo que estava em minha cabeça se libertava em um simples desenho.

Fitava com uma expressão vazia a figura de adolescentes dançando e conversando, eu não queria admitir, mas sinto  uma certa inveja da vidinha deles, dessa vidinha normal, sem se preocupar com nada apenas com probleminhas patéticos de adolescentes.

Olho ao redor do bar e avisto um homem de terno, o que era completamente estranho pois ele era o único que vestia esse traje no lugar, serro os olhos na tentativa de vê-lo melhor já que o bar estava pouco iluminado, sua feição rígida e seu cabelo castanho penteado atribuía a ele um ar de elegância. O moreno se aproximava cautelosamente em direção do balcão próximo de mim, desviei o olhar para o que eu estava desenhando, representara uma mulher, seus traços eram delicados e perfeitos, e seus olhos salientes faziam  com que ela se assemelhasse com a figura que a desenhara.

- É a sua mãe. - O homem de terno explica em meio a uma expressão neutra.

- Sou Elijah Mikaelson - informa ele e minha garganta aperta .

- Julie Marshall - Engulo em seco. Ele é um original, ele é um Mikaelson.

-Sou o seu tio - ele continua e contraio as sobrancelhas - Queremos muito que volte a Nova Orleães.

-Eu não posso voltar à New Orleans - digo entediada, mesmo querendo extremamente ir àquela cidade - Eu tenho uma vida aqui. E eu sei que você não se importa, mas eu tenho amigos, que sempre estiveram comigo e não pretendo nem quero ficar longe deles.

- Você conhecerá sua família. - afirma me estudando com o olhar - não obrigaremos você a ficar lá você pode vir quando quiser a Beacon Hills.

- A família que me abandonou? - Meus olhos miram para os dele, eu os entendia mas queria alguma justificativa para permanecer aqui- Você acha que eu esqueci?

- Você é igual ao seu pai - diz ele me reprovando com o olhar.

- Não, me compare a ele -cuspo as palavras.- Eu não mato as pessoas por diversão. 

Ele suspira alto levando o copo com whisky até a boca.

- Não acho que você tenha esquecido, somente queremos sua compreensão, nós estamos com saudades.- Diz ele parecendo não ligar pelo que eu havia dito anteriormente.

- Eu compreendo vocês- digo rabiscando qualquer coisa na folha de papel - Mas acho que não estou preparada para deixar meus amigos.

- Você não irá deixá-los - Afirma ele

...

»New Orleans, Luisiana, 5 de janeiro.

Caminhávamos nas ruas alegres e coloridas da cidade. A cada passo via diferentes  pessoas cantando, pessoas sorrindo, esbocei um sorriso, estava feliz. Finalmente conhecerei a minha família, esse pensamento não saía da minha cabeça. O vento morno de Nova Orleães assoprava as minhas mechas loiras que batiam calmamente em minhas costas.

Chegamos em um quartel no qual Elijah havia falado que é onde a minha família estava. Prendo a respiração e olho para as folhas opacas de outono caídas no chão da entrada do quartel.Escuto as batidas aceleradas do meu coração em meu peito. Passamos pelo portão enferrujado, levanto o rosto, observo  Pessoas me encaravam sorridentes, essas pessoas deviam ser minha família, reconheço o meu pai, Klaus Mikaelson, instintivamente sorrio, indo  em sua direção e o abraço calorosamente.

Queria há muito tempo fazer isso, lágrimas brotam em meus olhos, nos afastamos. Enxugo as lágrimas das minhas bochechas com a barra da minha camisa e solto o ar dos meus pulmões. Ergo a cabeça observando uma mulher vindo em minha direção, seus olhos estavam encharcados, era minha mãe, a reconhecia . Ela me envolve em um abraço apertado e lágrimas caem, mas dessa vez não consigo conte-las.

- Filha. - sua voz estava carregada de emoção. Nos separamos e sorrio para ela, olhando ao meu redor, existiam duas mulheres ao seu lado que me fitavam sorridentes e emocionadas, logo me abraçaram .

-Sou Rebekah. - a mulher loira que estava ao lado da minha mãe afirma - sua tia.

- Sou Freya- diz a outra - e também sou sua tia.
Olho para a minha mãe ela ainda estava chorando.

- Sou... - a interrompo.

- Hayley- ela me encara confusa - eu já sonhei com você, mãe.

The Other Side Where stories live. Discover now