Tiros do destino

Capítulo7- Verdades descobertas

Meus machucados estavam sangrando, Alguns dos cortes estavam abertos de novo, ao menos não era o dos pontos, Harry viu o sangue que manchava o lençol e então me pegou no colo.
  - Eu vou cuidar de você. - Dando um beijo terno em minha testa, ele me levou para o banheiro.

Ao amanhecer...

  Me mechi na cama, abrindo meus olhos com dificuldade, meu corpo estava dolorido e meus machucados doiam um pouco, Harry estava abraçando meu corpo, eu não sabia se ele estava acordado ou não, ele não se mechia, e a sua respiração quente contra meu pescoço estava me dando arrepios tão aconchegantes que não tive coragem de me mecher. Fechei os olhos novamente e as lembranças da noite anterior começaram a invadir meus pensamentos, eu queria sentir vergonha pelo que fiz mas, sinceramente não sentia, nem mesmo arrependimento.
  - Por que está tão quieta? - A voz rouca de Harry invadiu meus ouvidos num sussurro calmo e pacífico, me tirando abruptamente de meus devaneios.
  - Estou pensando no fato de não sentir arrependimento do que fizemos ontem. - Disse-lhe direta e me virei calmamente para olhar em seus olhos, estavam num tom diferente de verde, não eram os mesmos olhos tristes e amargurados da noite anterior, eram olhos tranquilos e despreocupados, tão tranquilos e calmos.
  - Pensei que estivesse com raiva ou vergonha. - Disse ele e minha boca se curvou num sorriso simples.
  - Não sou qualquer uma. - Falei e ele passou a mão no meu rosto me fazendo caricias com seu toque.
  - Eu sei. - Disse Harry e me deu um beijo na testa, e me puxando levemente contra seu corpo escondeu seu rosto no meu pescoço - Você quer sair comigo pra um passeio hoje? - Perguntou-me, mais ordenando do que pedindo, e eu então assenti. Foi neste momento que ele me deu um tapa na bunda me fazendo arquejar.
  - Use palavras! - Gruniu ele e eu lhe dei um tapa na bunda também.
  - Eu quero. - Disse e ele tirou o rosto de seu esconderijo rindo da minha reação. Então me deu um selinho e me ajudando, nos levantamos da cama, eu vestida de langerie com a camisa do Harry pra cobrir o corpo e Harry de boxer preta apenas.

Depois de arrumarmo-nos, fomos pra cozinha tomar café da manhã. Depois de comermos diversas coisas deliciosas Harry disse que ia treinar e que se eu quisesse poderia passear pela casa para conhecer tudo, mas eu recusei, queria vê-lo treinar, seria divertido...
  Harry me levou até um quarto que ficava no andar de cima, onde tinham barras de ferro e sacos de bater, vários pesos e acessórios que eram utilizados para proteger as mãos e um cinto de pressão para quando fosse erguer peso, com o cinto o risco dos órgãos de quem ergue um peso muito pesado estourar eram menos. Harry tirou a camisa e me entregou para segurar enquanto eu mesentava numa poltrona que havia no quarto.
  - Na hora do almoço vou levá-la pra passear. - Disse-me e eu sorri pra ele admirando seus músculos alinhados e seu corpo praticamente perfeito, ele vestiu luvas vermelhas e foi bater no saco mais próximo que encontrou, ou que estava mais familiarizado talvez. Harry começou a desferir socos seguidos em sequência e pesados contra o saco de bater, sem dó nem piedade, enquanto ele batia eu comecei a me lembrar das pancadas que levará dele no dia anterior, meus pontos doeram só de me lembrar da faca que ele usou no meu seio, comecei a ficar nervosa de ver ele batendo naquele saco com cada vez maia agressividade, era como se ele estivesse descontando a raiva naquilo, era como se ele tivesse descontando sua raiva em mim, comecei a brincar com meus dedos nervosamente, sem que percebesse eu ja estava olhando pra ele, fulminando-o, enquanto colocava as mãos nos ouvidos, como se os sons ao meu redor, de Harry treinando me agredissem, eu estava perdendo meu controle, me lembrando de quando ele me deu socos, fazendo hematomas pelo meu corpo, me lembrando de quando ele me fez gritar enquanto passava a fca lentamente pelo meu corpo rasgando minha pele, eu vi um bastão de beisebol no chão, estava encostado na parede, bem afastado de Harry, e bem próximo de mim. E foi nesse momento, em que eu planejava a minha vingança, ao menos só o começo dela, que Harry me acordou de meus devaneios me dizendo que eu estava sangrando e que queria saber por que eu chorava olhando pro chão.
  - Kat? - Harry passou a mão no meu rosto, erguendo-o e limpando minhas lágrimas - Vamos, eu vou chamar o enfrrmeiro pra cuidar de você. - Disse ele e tirou seu celular do bolso da calça mandando alguma coisa pra alguém, a seguir ele me ajudou a levantar e fomos para o quarto, onde ele me deitou na cama para tentar fazer o sangue parar de correr, assim que Harry tirou minha camiseta o enfermeiro que me cuidara no dia anterior entrou no quarto com uma maleta.
  - Sr. Styles, afaste-se por favor. - Disse o enfermeiro e veio até a cama abrindo a maleta, quando se aproximou de mim eu finalmente despertei de uma vez do transe que entrara, estava com dor no corpo, e meus pontos doiam muito.
  Depois do enfermeiro limpar meus pontos e trocar os curativos dos meus machucados eu tomei alguns remédios pra diminuir a dor, que já amenizara mais que o meu esperado. Eu estava boa de novo e o enfermeiro dissera que o bom pra mim melhorar rápido seria relaxar e não passar nervoso, se não os pontos inflamariam e eu teria que ir para o hospital.

Na hora do almoço...

  Harry estacionou o carro, tinha parado de frente para uma casa enorme com um quintal maior ainda. Saimos do carro e Harry trouxe uma cesta consigo que trouxera no banco traseiro de seu carro. Ele recolheu mais alguns panos e pois sobre o ombro esquerdo e então jogou o celular dentro do carro, me olhou abrindo um sorriso e fechou a porta do carro, andando na minha direção, durante aquele desfecho de momento, não consegui deixar de notar o quão Harry era lindo, o problema era que era meu pior pesadelo e meu mais novo sonho.
  Entre risos e conversas alheias sobre assuntos fúteis e engraçados, eu e Harry encontramos um lugarzinho, em meio a toda aquela grama, perto do lago que havia na casa, era completamente lindo, tudo que havia ali, Harry estendeu um pano xadres, vemelho e branco sobre a grama e então pois a cesta no chão, assim sendo nos sentamos na grama, e assim passamos o almoço.
  Rindo e desfrutando de iguarias num pique-nique muito agradável, quando terminamos, nos deitamos um ao lado do outro, dando as mãos e adivinhando que desenhos as nuvens formavam, foi quando, perante aquele momento tomei coragem e lhe fiz uma pergunta que rodeou minha cabeça por umas duas horas diretas.
  - Harry? - O chamei e ele virou a cabeça pro lado para olhar pra mim.
  - Sim bubé? - Correspondeu e eu tomei coragem.
  - Por que você tem tantas cicatrizes no peito? - Perguntei e os olhos de Harry se encheram de lágrimas.
  - Eu.... - Harry pensou antes de falar e então, após aquela breve pausa continuou - Eu sofri um acidente quando tinha 16 anos, um acidente de carro, meu pai estava bêbado no volante e...eu tive uma perda muito dolorosa naquele dia, não gosto de falar nem pensar no meu passado, vamos evitar voltar esse assunto por favor. - Disse-me e pela primeira vez desde de que o conheci, vi vúlnerabilidade naqueles olhos que tanto me amedrontavam.
  - Tabom. - Falei e então, sem pensar em meus atos, subi em cima dele, me sentando em seu colo, não sei por que mais eu queria tocá-lo, queria senti-lo mais intensamente, queria ficar mais perto dele, olhei-o nos olhos. Aqueles verdes profundos, me inclinando eu, boquiaberta e hipinotozada por sua beleza, o beijei. Um beijo calmo e intenso o suficiente para nos excitar.