Capítulo1- Dando adeus a vida antiga

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  Me chamo Katrina Mason mas todos me chamam de Kat, tenho 17 anos, eu trabalhava como garçonete numa lanchonet da família a três anos, mas meus pais sofreram um acidente de carro a seis mêses e vieram a falecer antes mesmo de chegarem ao hospital, agora só sobramos eu e meu irmão, Matt viajou a dois dias para fazer um curso de 3 mêses no exterior e eu fiquei pra fechar a lanchonet. Sem o papai e a mamãe a vida ficou mais difícil, meu pai havia deixado algumas dividas e pra pagar eu tive de vender a lanchonet. Meu irmão queria usar o dinheiro de seu curso pra pagar a dívida mas eu o impedi, não poderia colocar o futuro dele no buraco por causa de uma dívida antiga de papai com um ajiota. Meu pai era díficil...investia todo o dinheiro que podia em jogos no bar e bem no fim quem pagava éramos eu e mamãe mas agora...era apenas eu, e eu não podia fazer mais nada além de vender a lanchonet a preço de banana e dar o dinheiro ao ajiota. Depois eu não teria pra onde ir e nem onde ficar. Não havia contado ao meu irmão que estava sem lugar pra morar, eu não queria que ele se preocupasse comigo, queria apenas que focasse em seu estudos, isso era o mais importante no momento, eu já tinha um plano em mente, quando o ajiota viesse buscar o dinheiro daqui a meia hora eu iria conversar com ele sobre a vaga de emprego que ele estava ofertando. Era minha única solução, por mais que eu não quisesse. Era melhor que nada, e pelo menos eu teria um lugar pra morar. Um último cliente entrou no estabelecimento, assim que ele abriu a porta o sininho que ficava na mesma balançou tilintando em meus ouvidos.
  - Pois não? - Disse-lhe e o homem dos cabelos encaracolados me encarou com um sorriso simpático, o mais lindo e perfeito que eu já havia visto, ele veio até o balcão e se sentou num banquinho.
  - Gostaria de uma coxinha e uma latinha de refrigerante fanta uva. - Disse ele me olhandp moa olhos e foi como se eu tivesse recebido uma corrente elétrica pelo meu corpo quando ele me olhou nos olhos, eram de um verde tão penetrante e profundo que eu me senti envergonhada de levantar minha cabeça diante sua presença...como se eu fosse sua submissa...Coloquei a franja de meu cabelo atrás da orelha tentando afastar aqueles pensamentos sem sentido da minha cabeça e fui atender o pedido do homem que não aparentava ser muito mais velho que eu. Quando coloquei seu pedido no balcão ele me cercou de novo com seu olhar penetrante e eu me afastei indo até a pia para lavar as últimas louças do dia, alías, assim que eu pagasse o ajiota eu não faria mais nada lá dentro da lanchonet a não ser quem sabe visitar o local como cliente. Quando estava lavando o último prato da louça o homem me avisou que havia terminado e queria a conta. Calculei seu gasto e me virei para ele.
  - São cinco reais falei e ele sorriu tirou uma o dinheiro do bolso e me estendeu, quando estiquei o braço pra pegar ele arqueou uma sobrancelha olhando para as caixas que haviam no interior do local, pelo visto não havia reparado antes que eu estava de mudança.
  - O que são estas caixas? - Perguntou ele aparentemente curioso.
  - Estou de mudança. - Falei guardando o dinheiro que ele me deu no bolso que havia no meu avental.
  - Vão fechar a lanchonet? - Perguntou e eu assenti que não com a cabeça, e foi neste exato momento que meu pesadelo começou.
  - Use palavras - Gruniu ele com o semblante sério e logo desfez o que havia dito - Me desculpe - Falou ele percebendo que eu me espantara com seu ar majoritário - Trabalhei alguns anos no exército e as vezes, algumas situações me tomam e eu acabo falando besteira. - Disse ele sorrindo de forma simpática de novo. Sorri de volta estranhamente convencida de que aquilo era só minha impressão e que ele não aparentava ser o que realmente era, um sádico-maniaco. Puxei levemente meu lábio inferior com o dente e ele me fitou com indiferença. - Prazer, Harry. - Se apresentou ele se levantando e estendendo sua mão para que eu a apertasse.
  - Katrina. - Falei apertando sua mão - Mas todos me chamam de Kat.
  - Então boa-noite Kat!- Disse olhando-me nos olhos.
  - Boa noite Harry! - Eu disse e então ele deu as costas foi embora e assim que ele passou pela porta o ajiota entrou.
  - Você tem o dinheiro? - Perguntou ele se aproximando do balcão.
  - Claro - Disse-lhe e então peguei uma bolsa de couro que havia na estante que ficava abaixo do balcão, a abri enquanto Heitor debruçava no balcão e então se sentava no banco.
  - Me perdoe senhorita Kat. - Disse pegando a bolsa e guardando na mochila que trazia com sigo - Espero que tenha uma boa vida daqui em diante - Falou e segurou na minha mão, Heitor era um grande amigo meu e de mamãe, tanto que sabia que não precisaria conferir o dinheiro que por eu ser uma moça honesta eu não permitiria faltar um centavo a ele. - Meus pesamês. - Falou e soltou minha mão, porém antes que ele se virasse para ir embora eu o chamei.
  - Heitor! - Disse e ele me encarou por um momento.
  - Sim? - Correspondeu ele e então fiz o que precisava fazer.
  - Eu preciso de um emprego, eu sei que tem uma vaga de striper e garçonete na sua buate, posso me candidatar a vaga? - Perguntei e ele me encarou confuso e apreensivo.
  - Eu não sei se é um bom lugar para uma moça de respeito frequentar a serviço. - Disse ele e eu mordi o lábio nervosa.
  - Por favor Heitor, eu preciso muito, não tenho onde ficar e esse emprego oferece moradia.
  - Mas você sabe que a moradia é a mesma que as prostitutas e as vadias ficam não sabe? - Perguntou-me e eu assenti olhando-o com firmeza.
  - Eu sei. Mas eu realmente preciso desta vaga - Falei e ele me encarou novamente apreensivo.
  - Ok, mas você vai se prostituir-? - Perguntou ele e eu engoli em seco.
  - Essa é a coisa que eu queria comentar sobre o emprego, eu não queria ter que me prostituir, eu só queria trabalhar honestamente, sem sujeiras. Por favor Heitor. - Pedi-lhe mais uma vez, só que desta vez fazendo biquinho e ele assentiu.
  - Ta, tabom - Riu-se e então me estendeu a mão - Você pode ocupar a vaga como garçonete e striper, mas vai ter uma função a mais que as outras garotas do estabelecimento já que não vai ocupar a vaga como garota de programa.
  - Sim, que função? - Perguntei apertando sua mão e ele me olhou sériamente assim que se afastou.
  - Já que eu a conheço tempo bastante pra saber que é honesta e que não mente por ser uma menina pura, quero que seja meus olhos e ouvidos lá dentro, o meu último funcionário que fazia isso morreu semana passada por que se envolveu com a puta da filha de um cafetão e agora eu estou sem um informante.
  - Tudo bem. Quando posso começar? - Perguntei e ele me respondeu com outra pergunta.
  - Você sabe Dançar? - Heitor coçou atras da nuca me olhando de cima abaixo.
  - Não - Respondi- Mas aprendo rápido, me deixe assistir a três exemplos enquanto hajo como garçonete e então quando for a vez de outra striper dançar eu entro como mais uma. -
Depois de falar isso Heitor abriu um sorriso dizendo que eu estava contratada e podia começar a trabalhar daqui a duas horas, nesta mesma noite, fui fechar o estabelecimento enquanto um dos seguranças de Heitor levavam minhas três caixas com meus pertences para o carro em que depois de encerrar tudo eu entrei com Heitor e então partimos, rumo a sua buate. Enquanto eu olhava para tras, encarando a lanchonet sentindo um aperto no peito e a saudade dos meus pais e minha vida antiga serem deixados para tras.
Quando o carro dobrou a esquina eu tirei o avental tirando o dinheiro que recebera do meu último dia de trabalho na lanchonet e o guardando no bolso da jeans azul que usava.
  - Não vou permitir que durma no mesmo quarto que putas e prostitutas formem. - Falou Heitor repentinamente - Por consideração a você e sua mãe vou deixá-la ficar hospedade num dos quartos dentro do meu espaço de lucros, é o quarto pra onde as minhas meninas levam os machos pra cama, tem um quarto lá que era do meu antigo funcionário que morreu, pode ficar lá, sem precisar pagar aluguel como ele pagava é claro.  - Quanto Heitor terminou eu sorri agradecendo-o pela oportunidade dizendo que não o decepcionaria e então prosseguimos adiante enquanto ele me dizia o que e como deveria fazer para cumprir minhas funções dentro da buate.

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