13- I can get used.

2.2K 168 13
                                    

O dia havia amanhecido e não era como qualquer outro, respirei fundo e segurei a risada, passando as mãos entre os cabelos da morena que por algum motivo estava deitada sobre a minha barriga, me abraçando. Assim que deu conta do meu despertar, levantou seus olhos para encontrar os meus e riu baixinho.

– Buongiorno principessa– Ela disse com empolgação.
–Quer se explicar ou devo ficar preocupada?– Brinquei.
–Bom, eu acordei já tem um bom tempo e vim verificar se estava acordada, mas estava em um sono tão gostoso e lá fora ainda estava tão frio, pensei que talvez você não se importaria se eu roubasse um pouco do seu conforto.– Falou em uma tentativa de me convencer que não era nada estranho invadir o quarto de outra pessoa e abraçar ela dormindo. E vindo dela, nada era estranho o suficiente. Deixo uma risada escapar quando a justificativa e aperto seu corpo dentro dos meus braços, dando um beijo demorado no topo de sua cabeça.
–Ótimo dia, querida!– Respirei tranquila.

Aproveitei do abraço pelo tempo que foi necessário e só me afastei quando Regina me convenceu que era hora de viver, depois de muito lamentar acabei aceitando. Me afastei um pouco e fui até o banheiro escovar meus dentes e tomar um banho demorado, quando sai do banheiro estava renovada de alma e corpo limpos. A morena não estava mais no quarto, penteei o cabelo e sai em busca dela em uma mansão que podia ser considerada no mínimo imensa. Fui encontrar ela na sala de jantar, sentada na cadeira e de frente para uma mesa posta de tudo e mais um pouco que podia ser oferecido em um café da manhã.
— Tem fome, anjo loiro? — Falou em um tom irônico, piscando para o homem do dia anterior, trajado de terno às oito horas da manhã.
De uns tempos para cá ela estava quase sempre sorrindo e eu amava, um tanto porque a felicidade dela me fazia bem e um tanto porque seu sorriso era lindo demais.
Nossas xícaras eram iguais tanto por fora quando por dentro, lotadas. O vício em café era algo que tínhamos em comum, ela comia morangos com chantilly, tendo um cigarro aceso na outra mão e eu me enchia de waffles com uma quantidade exagerada de calda e blueberry's.
— Vamos a praia assim que terminarmos aqui, certo?– Ela disse sem me olhar, enquanto dava uma tragada no cigarro que estava em sua mão e virava a pagina de um jornal com a outra.
— Claro que vamos. — Já eu tinha meus olhos vidrados à ela tão dispersa. — Por que te apelidaram de Rainha má?
— Você foi a primeira e única que teve o privilégio de ser tratada do jeito que é, senhorita Swan.– Ergueu o nariz convencida e eu balancei a cabeça negativamente.
— Não. Eu nunca te vi dessa forma, nem no primeiro dia que te conheci. — Busquei entre as minhas memórias com Regina algum momento em que eu tivesse a odiado por ser uma pessoa ruim ao ponto de ter esse apelido e não encontrei nada. — Quer dizer, quando você me provoca, não se comporta exatamente como um anjo. — Me arrepiei ao lembrar dos momentos que ela tirava seu tempo para me provocar ou me constranger propositalmente.
–Perdão? Eu não sei exatamente sobre o que você está falando.– Ela abriu dois botões de sua camisa social azul claro e afastou, me dando visão do espaço entre seus seios livres do sutiã.
–Aí está a verdadeira rainha má.– Segurei a risada e joguei uma das pequenas frutas na morena, acertando corretamente entre seus seios e Regina gargalhou do meu talento com a mira.

Terminarmos o nosso café da manhã e nos preparamos para descer para a praia, organizei uma ecobag com alguns produtinhos que talvez precisaríamos lá e finalmente fomos. Arrastar os pés na areia, estando de mãos dadas com a minha chefe, foi de longe uma das coisas que eu nunca me imaginaria vivendo e com certeza uma das minhas melhores experiências. Entramos na água gelada depois de eu ter insistido e mentido muito para a morena, jurando mil motivos para ela acreditar que a água estaria quente. Estava longe disso.
— Está quente como estacas de gelo perfurando nossas peles. — Gargalhei de sua comparação e joguei um pouco de água em sua face.
— Você é uma mulher muito exagerada, Regina.
— Não. Eu sou uma mulher realista e muito intensa, meu amor. — Ela abraçou minha cintura com força e apertou seu corpo contra o meu, ali deu uma falsa sensação de que o corpo já estava se acostumando com a temperatura da água.
— Eu sou mesmo?
— O quê?
— O seu amor.
— Você é.
Esbocei um sorriso de satisfação, não tinha nada melhor do mundo do que ouvir tais palavras saindo da boca azulada de frio. Encaixei meus braços por entre os dela e nos apertei ainda mais, observei seu rosto tão próximo e percebi o tamanho do meu privilégio por poder reparar em cada partezinha dela, os lábios carnudos, as leves sardinhas ocasionadas pelo sol, o nariz parcialmente arrebitado e os imensos olhos que sabiam exatamente como me ler. Finalmente o seus lábios tocaram os meus e os fizeram deslizaram um no outro, assim como minhas mãos deslizaram até suas costas, ela segurou em minha nuca, acariciou ali até que precisou arrastar uma das mãos livres para desvendar o meu corpo e soltar meu biquíni. O beijo foi se tornando mais íntimo enquanto os toques ficavam mais precisos, era apenas eu e Regina naquela imensidão do mar e explosão de desejos. A pele macia de Regina, o cheiro viciante, o gosto dos lábios eram uma mistura inebriante, seus lábios seguiam uma trilha até alcançar meus seios e cada toque de seus lábios contra eles me estimulavam mais do que qualquer coisa, seus olhos me fuzilavam carregado de desejo.
–Porque você me deixa assim?– Sussurrei confusa.
— Assim?
— Tão...
–Excitada?– Ela arriscou, de fato sabia que sim.
Arfei quando sua destra desceu em minha barriga para dentro da parte de baixo de meu biquíni, levou sua mão ao meu sexo, apalpando-o da forma mais gostosa possível, levou dois de seus dedos para dentro de mim e então o vazio daquele lugar se preencheu com os gemidos de ambas, intercalado com a respiração ofegante que seus toques me causavam.
–Geme meu nome, por favor.– Ela implorou quando subiu seus lábios próximos de meu ouvido e sussurrou, talvez isso fosse sua maior fonte de prazer, pois eu podia claramente sentir sua tensão ao travar suas pernas de tanto tesão e assim o fiz, passei a gemer seu nome lentamente e alto para provocá-la e foi minha própria deixa, gozando no mesmo instante. Me estimulou por mais algum tempo antes de retirar seus dedos e desejar chupá-los se não fosse pela água do mar. A busca pelo ar havia me deixado exausta após tantos gemidos repentinos, repousei minha cabeça em seu ombro e ela sorriu realizada ao me ter daquela forma, como estava desejando a tempos e dessa vez sem ter ninguém para interromper nosso momento. Regina me abraçou com força como se desejasse cada parte de minha por completo.

Tudo com ela era paixão, intensidade e luxúria, eu podia facilmente me acostumar com aquilo.

M̶Y̶ ̶M̶Y̶̶S̶T̶E̶R̶Y̶̶.Where stories live. Discover now