17- Romantic Anonymous (CHOI YOUNGJAE)

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     Foi apenas o tempo de entrar em meu carro para não me molhar, então pude seguir sem muitos problemas pela metade do caminho. Estava preso no trânsito de uma das avenidas quando tive a visão que me incomodou, uma garota parada na calçada, completamente encharcada e parecendo estar sem rumo para seguir.

     Quando finalmente pude ver seu rosto, entendi a razão pela qual se estado me incomodou mais do que deveria. Mesmo recebendo inúmeras buzinas e xingamentos, atravessei o carro na via e estacionei no acostamento a tempo de alcançar a garota. S/N ficou surpresa ao notar minha presença, mas o pior de tudo foi vê-la tentando disfarçar aquela dor.

     – S/N!? – gritei, foi a única maneira de ela se aproximar um pouco mais do veículo. – Entra no carro, por favor.

     – Jae, eu... Eu estou encharcada. – disse ela, tentando encontrar uma boa justificativa para não entrar. – Não quero sujar seu carro.

     – Isso não importa agora, depois eu dou um jeito. – expliquei, meu desejo é apenas tirá-la da chuva e aquecê-la antes que pegue um resfriado. – Por favor, vai acabar ficando doente se permanecer sob essa chuva.

     – Certo, hum... Obrigada, Jae. – a mais nova respondeu, finalmente se sentando no banco do carona onde havia indicado.

     – Está um pouco longe de casa, não? O que faz debaixo dessa chuva? – indaguei, um pouco preocupado ao notar seu corpo trêmulo pelo frio. – Olha como está tremendo. – disse, pegando meu casaco no banco de trás e jogando sobre seus ombros. – O que houve para estar assim?

     – Ele me traiu, Jae. – disse ela, se encolhendo entre meus braços, momento em que não me importei de ter minhas roupas também molhadas. – O que eu fiz, Jae? Por que Dong-Yul fez isso?

     – Escuta. Você não fez nada, isso não é sua culpa. – respondi, a apertando um pouco mais contra meu corpo. – Ele é um idiota. Eu estou aqui, pode chorar.

     – Você sempre me protege, Jae. – a mais nova então ergueu o rosto, me encarando seriamente com aqueles olhinhos repletos de lágrimas. – Parece ser o único garoto que vale a pena.

     – Acho que já disse que pode contar comigo para tudo, certo? –  voltei a abraçá-la, ouvindo um breve “sim” ser sussurrado por sua boca. – Vou te levar para casa. Você precisa de um banho quente e roupas confortáveis ou vai acabar pegando um resfriado.

     A deixei na casa de seus pais, e somente quando me certifiquei de que estava segura, tive coragem de voltar para meu apartamento. Não posso comemorar diante de um coração partido, mas o destino me deu uma nova chance. Obviamente devo esperar um tempo para me aproximar e confessar meus sentimentos, afinal sua mente deve estar uma repleta confusão neste exato instante.

⚜⚜⚜

     Alguns dias se passaram desde que encontrei S/N aos prantos debaixo da forte chuva. Não tive muitas notícias dela, apenas coisas que minha avó contou ao telefone, sobre não ter visto ela na rua. Minha prima que frequenta a mesma escola disse que a garota também não tem comparecido às aulas, o que me fez acreditar que o filho da puta realmente a feriu bastante.

     S/N jamais mereceu ter seu coração partido desta maneira, mas coisas ruins costumam acontecer com pessoas boas, e o universo quer nos fazer engolir esse tipo retorno. Não sei dizer como ela está neste momento, porém sei o que posso fazer para alegrar seu dia e fazer com que minha amiga passe a acreditar em si outra vez.

     Sempre soube de seu lado romântico, então decidi unir o útil ao agradável e tentar conquistá-la a moda antiga, só quando tiver confiança irei revelar minha identidade. Sei que as coisas podem não ser como estou esperando, mas acredito que não irei perder nada se não tentar.

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