Capítulo 24 - HOLY SHIT!

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  - Será que eu posso falar com ela? - ele perguntou baixo e eu o soltei devagar, olhando em seus olhos.

  - Você quer?

Não queria que ele fizesse isso se achasse que seria uma obrigação.

  - Sim. Sim, e-eu quero. - ele sorriu fraco.

  - Sobe. Ela está no quarto. Primeira porta à direita.

Ele assentiu e subiu os degraus. Eu sorri.

Esperei muito tempo por isso.

~Gabriel~

  - Bella? - chamei ao bater na porta.

  - Entra, moço!

Eu sofri e entrei, deixando a porta entreaberta atrás de mim, pois eu sabia que Melissa iria dar uma espiada, mesmo que não admitisse.

  - Olá - falei.

Ela estava sentada na cama, jogando um jogo de moto no tablet, super concentrada.

  - Que jogo é esse? - perguntei.

  - Um aí. Não sei falar o nome direito, mas qualquer coisa já faz o carinha morrer... AI TA VENDO? MORRI. - ela ficou nervosa.

  Eu ri.

  - Calma. - falei segurando a risada. - Posso tentar?

  - Você não vai conseguir. Esse é o nível mais difícil!

  - Posso?

  Ela ergueu o queixo e levantou a sobrancelha, a primeira mania da Melissa e a segunda era minha. Meu coração amoleceu.

  - Tudo bem. Se você ganhar, você me paga um sorvete. - ela disse e me entregou o tablet. Eu me sentei na cama e estudei alguns "botões" de comando do jogo. Marcha, embreagem, acelerador, freio. Para virar era só virar o aparelho.

Simples.

  - Apostado. - falei e iniciei.

Era um circuito que tinha que percorrer. Nada muito extravagante. Meus anos jogando videogame me ajudaram e eu demorei apenas 3 minutos para completar o circuito e zerar o jogo.

Ela ficou boquiaberta.

  - Como você fez isso?!

  - Eu tenho uma moto igual a essa. - falei.

  - É vermelha?

  - Sim!

  - Posso ver?!!!

  - Gosta de motos?

  - Eu amo motos! - ela disse feliz - Principalmente aquelas que fazem um barulho muito alto e empinam e... São perfeitas!

Sorri. Ela havia herdado de mim a paixão por motos.

  - Ela está na minha casa. - falei - Parece que vou ter que pagar um sorvete pra você.

  - Que pena, não é? - ela riu.

  - Amanhã?

  - Só se você me levar para ver sua moto!

  - E o que eu ganho com isso? - brinquei e cruzei os braços

  - Eu deixo você se casar com a mamãe e ser meu pai!

Meu coração acelerou.

  - Parece um bom prêmio. Amanhã eu passo aqui então, OK? Às 16:00?

  - Pode ser. - ela sorriu. - Quero ir na sorveteria da tia Brunna.

  - Você é quem manda - dei uma piscadinha e ela retribuiu rindo. - Até amanhã. - me levantei.

  - Até.

Quando eu ia saindo...

  - Gabriel! - ela chamou e eu me virei.

  Ela me olhava com os olhinhos brilhando.

  - Sim?

  - Eu queria que você fosse meu pai de verdade. - ela falou baixo.

Eu me aproximei novamente dela, me sentei ao seu lado de novo e passei as mãos em seus cabelos.

A olhando agora bem de perto, ela tinha a cara da Mirella. Era uma mistura perfeita. Meus olhos azuis, o rosto com o formato da Melissa e os cabelos iguais ao da minha irmã.

Antes que eu pudesse pensar, ela pulou em meu colo e me abraçou. No começo eu estranhei um pouco, mas fechei os olhos e a abracei de volta. Então, me peguei pensando em como ela era pequena. Pequena e frágil, mas inteligente.

Ela precisava de mim.

  - Jura que vem amanhã? - ela perguntou.

  - Juro - falei e a soltei devagar

  - De dedinho?

  - De dedinho. - respondi rindo e ela juntou nossos dedos mindinhos.

  - Tchau, Moço.

  - Tchau, Bella. - sorri e saí do quarto.

Estranho. Melissa não está aqui.

Desci as escadas e a encontrei na cozinha, de costas para a porta. Quando pensei ter ouvido um suspiro, me aproximei dela por trás.

Ela chorava.

  - O que foi? - perguntei, virando seu rosto para mim.

  - Nada - ela riu. Sim, ela riu.

  Sabia. Ela havia ido lá em cima.

  - Você viu, não viu? - perguntei.

  - Sim. - ela disse - Sim, eu vi. Foi tão....

  - Fofo?

Ela soltou uma risada.

  - Para, idiota.

  - Lindo? Maravilhoso? - brinquei.

  - Para!

  - Posso tomar sorvete com ela amanhã?

Seus olhos castanhos brilharam.

  - Claro. Claro que sim! - ela riu. - Pode vir a hora que você quiser.

  - Tudo bem - falei e ela me acompanhou até a porta da frente.

  - Não quer que eu te deixe em casa? - ela perguntou.

  - Não, não precisa. Eu ainda preciso pensar. Vai ser bom caminhar um pouco. - falei.

  - Tudo bem. - ela disse. - Então, tchau.

  - Tchau...

Virei as costas e comecei a andar, mas minha cabeça gritava comigo, então me virei para ela novamente e a puxei para um beijo.

~Melissa~

Ele me pegou de surpresa, claro, mas era a cara dele fazer isso. Surpresas.

Era o nosso segundo ou terceiro beijo, e eu não me cansava.

Nunca.

  - Melissa o que você..?

Ouvimos uma voz atrás de nós. Uma voz que eu conhecia até bem demais.

Renato..

Os Opostos se Atraem? - Livro 2Where stories live. Discover now