Deuses e seus caprichos

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*Oii, espero que estejam gostando. Vim pra falar que a Maya volta a narrar agora. Boa leitura!*


Encarando aqueles vários daemones irritados, e provavelmente ansiosos para uma boa matança, eu não consegui fazer nada de mais. Só continuei segurando Nico, e rezando aos deuses que fizessem algo de bom para variar e o mantivesse acordado. Infelizmente, eu só podia desejar isso para receber a pequena vantagem de não ter de carrega-lo desmaiado, pois ele não conseguiria lutar, de qualquer forma.

Finalmente encontro uma das poucas deusas que não tive o desprazer de conhecer, pelo menos até agora. Mas isso não nos dava vantagem alguma. E me deixava cada vez mais nervosa.

- Ei! Não é a hippie que dormia do lado do Nico? - Grita Gale, surpreso.

- Vejo que reconheceu Ponos.- Diz a mulher nojenta em resposta. Ela tenta fazer beicinho, mas não consegue, e aparentemente se irrita com isso. - Ele e outros de meus filhos andavam vigiando vocês, semideuses.

Só aí notei que o Daimone maior e mais assustador, tremeluzia com a imagem de um executivo. O mesmo homem que nos encarava a algumas horas, e que quando eu notei, atendeu o celular e saiu andando.

Pouco a pouco, os daimones tremeluziam com a imagem de pessoas normais. Eles estavam nos vigiando disfarçados. Isso que eu chamo de determinação.

- Imagino que não vieram até aqui para conversar. - Diz Nico de repente, me dando um susto tão grande que quase o derrubei.

- E imagino que vocês não vieram nessa... missão... na esperança de sair vivos. - Retruca a deusa. Vejo Gale estremecer levemente e pegar sua corda com a lâmina na ponta, que eu ainda não perguntei o nome. Ele segura com as duas mãos, o que na minha opinião, era sinal de que a coisa ia ficar tensa. Nico tenta se apoiar de pé sozinho, e quase cai. No momento que fui tentar ajudar, ele afasta minha mão com um gesto. Não posso dizer que não liguei para isso. O orgulho ainda mata alguém hoje, sem indiretas.

- Não sei do que você está falando. – Diz meu irmão (ainda não acostumei com isso). – Já enfrentamos coisas bem piores do que você e seus cachorrinhos de estimação.

Infelizmente, tive que discordar mentalmente de Nico. Nós realmente não viemos com tanta esperança de sairmos vivos. Afinal, é meio óbvio que essa é uma missão suicida, sem a menor noção de onde ir e de onde chegar, e tendo que enfrentar a possibilidade de despertar três deuses primordiais bem irritados e que detestam a humaninade.

É, mais um dia normal na vida de um semideus.

A mulher riu com gosto da nossa cara.

- Muito bom... Muito bom... Amo essas expressões. Amo essa vontade de se prender a vida que vocês, humanos tolos, tem. Pois bem, vou lhes dar uma... – Ela cai na gargalhada, o sarcasmo em sua voz cada vez mais óbvio. – Chance. Vou lhes dar uma chance. Meus filhos irão realizar agora a maior caçada já feita, e vocês são a caça.

Ela ergue os braços. Os seres tremeluzentes e furiosos atrás dela emitem alguns sons e começam a se preparar. No entanto, nós estávamos longe de estar prontos. Nico mal conseguia se manter de pé. Gale tremia dos pés a cabeça e girava a lâmina na ponta da corda, o que o deixava parecendo um ninja. Mas eu tinha a leve impressão de que no momento que ele fosse usar, ele tropeçaria na corda de puro nervoso. Já eu bem, estava tudo menos calma. Pensar nas possibilidades me deixou um pouco paranoica. Só de imaginar o que aconteceria nessa caçada, meu coração tentou cometer suicídio pela minha boca.

- QUE COMECE A CAÇADA!

Foi a ultima coisa que ouvi antes de correr.

Não pude deixar de fugir. Porém, após dobrar a primeira esquina, paralisei, e olhei para trás. Gale segurava Nico, e tentava realizar uma corrida manca dupla com ele. Alguns zumbis esqueletos estavam tentando segurar três daemones, enquanto os outros estavam andando calmamente, se aproximando cada vez mais dos dois, que corriam inutilmente. Fico morrendo de raiva e vergonha por ter fugido. Já falei que odeio meus reflexos?

O Deus da EscuridãoWhere stories live. Discover now