A Fumaça Verde do Mal

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Ser semideus não e nada fácil. Para quem vê, parece legal, tipo alguns tem uns poderes e tal. Mais e claro que com a minha sorte, nem isso eu tenho. Voltando ao geral, as pessoas pensam: Nossa, ele e filho de um Deus da mitologia, tem poderes e participam de aventuras, que LEGAL.

NÃO. Por favor, não diga uma besteira dessas sem pensar um pouco antes.

Primeiro, ter um pai Deus não e legal. Eles somem e te deixam com um monte de monstros e bichos que querem com todas as forças te matar. A pergunta e, porque? Para que esse ódio? Cadê o amor no coração? Ai e que esta. As "aventuras" sempre vem com o pacote especial, chamado: 99% de chance de morrer.

Ok, ok. Hora de se acalmar.

Maya e eu estamos sentados, encarando o por do sol, quando de repente, sinto uma cutucada no ombro esquerdo.

- Oi. Vocês dois querem vir ao salão de refeições? – Annabeth se aproximou, e apesar do tom simpático e amigável, sinto um pouco de medo de me aproximar dela. Assim que ela terminou de falar me lembrei que eu deveria ter levado Maya para lá. Mas estávamos tão entretidos a alguns instantes, que acabei esquecendo. – Alias sou Annabeth Chase, filha de Atena, prazer.

- Maya C-Carrow. – Maya trava, obviamente ainda sem acreditar que seu pai é Hades. – Prazer.

- Verdade! – Eu faço um gesto com as mãos meio sem sentido, fazendo Maya e Annabeth recuarem. Eu tento não corar por quase ter acertado a testa delas. – Maya, você não conhece quase ninguém! E nem eu! Vamos! Tem comida lá, quero te apresentar ao mundo!

A garota me observa e depois olha para Annabeth, um pouco confusa, eu diria.

- Tá bem...

- Tem certeza que você não é o irmão perdido do Léo? – A outra diz. – A loucura de vocês é parecida.

Eu dou um sorrisinho malicioso, pensando que seria legal ser irmão de um herói como o Léo, mas eu sou péssimo em construções e coisas do tipo. Me chame de O Terror dos Legos se quiser. Soa legal.

Annabeth oferece a mão para Maya se levantar, que após hesitar, acaba aceitando. Já eu me levantei sozinho, quase caindo e com a calça novinha (olha como sou chique) cheia de pedaços de grama (esquece, não sou tão chique). Dou uma "batidinha" na roupa e sigo Annabeth, com Maya em meu encalço. Depois de passar pelos chalés, chegamos ao salão e o encontramos lotado. Ouço Maya engolindo em seco, mas não sei se foi minha imaginação. Espero que tenha sido. Afinal, se aquela garota está com medo, acho que eu, um moleque do Brooklin não tem a menor chance contra o que quer que seja. Quando adentramos no Salão, alguns campistas pararam de falar, para prestar a atenção em nós. Sei que sou lindo (minha mãe que disse, então é verdade, certo?), mas tantos olhares me fizeram pensar que talvez, eles estivessem olhando para Maya com certo receio, que faz sentido, já que ela conseguiu matar uns monstros imorriveis e blábláblá. Deixa para lá. Prefiro fingir que estão olhando para mim.

Acabamos – Eu e Maya – nos sentando na mesa de Hermes, enquanto a Loira se sentava na de Atena. Maya pode se sentar na mesma mesa que eu, porque demoramos tanto que Will convenceu Nico a sentar-se na mesa de Apolo, como faziam normalmente. No fim, para ela não ficar só na mesa de Hades, Quiron nos recebeu dizendo para ela vir a mesa de Hermes. Assim que chegamos lá, meus recém-conhecidos irmãos tiveram um bom senso que eu não tenho, e fingiram que nunca havia acontecido o incidente com as Queres. Por sorte, Maya não recuou nenhuma vez deles, embora estivesse bem retraída. Ela sorria timidamente e quase não falava, mas meus "Brothers" não precisavam que ela falasse muito, só que aguentasse ouvi-los, o que ela fez aparentemente feliz (Não me pergunte o motivo, sério, eu sou o que menos sei, já que nem eu mesmo me aguento). Eles apresentaram todos os campistas da maneira mais discreta (lê-se, estardalhante) possível: Apontando a pessoa e dando risadas altas. Maya ria e os observava maravilhada. Depois de um tempo, Quiron pediu que todos fizessem o sacrifício aos Deuses, e quando olhei ao prato de Maya, notei que ela era muito saudável. Realmente, isso não é normal. Saladas de todas as cores, alguns tipos de grãos e frutas separadas em um canto. Fiquei tentado a perguntar o nome de cada uma das coisas ali, mas eu duvidava que ela soubesse de verdade. Já eu peguei carnes, macarronada, frituras e tantas coisas gordurosas que daria para fazer uma lista de supermercado. Doei um pouco de comida ao meu pai, e voltei a mesa, esperando Maya. Ela hesita, e joga alguns grãos e verduras. Depois, um cacho de uva, e por fim vem ao meu encontro, com um olhar arrependido e pensativo.

O Deus da EscuridãoWhere stories live. Discover now