Ele tinha um sorriso no rosto:

— Bom dia meninas... — Sua voz estava rouca e os pelos da minha nuca se arrepiou na hora. Renesmee apenas vai para a parte do banco de traz do carro. — Certo, vocês ainda estão brigados, então. Olá Jasmine. — Ele da a volta no carro e me espera trancar a porta e ir até ele.

— Ola... — Digo baixinho. Justin abre a porta para mim e eu entro.

Renesmee tinha o celular em mãos e colocou os fones, se desligando do mundo:

— Então... isso não te incomoda? — Me viro para ele.

— O que?

— Ser o centro das atenções? Vão estar todos olhando... — Comento.

— Não vão estar olhando pra mim Jas, e sim pra você! — Ele pisca o olho e da partida.— Preparada pra hoje ?

— Pra aula? Nunca. — Rimos.

— Avisou sua mãe que irá jantar fora?

— Ela tem um encontro hoje, contando que eu com te antes das onze, tudo bem.

— Certo. — Ele comprime os labios.

— Você parece bem hoje, está sem aquelas olheiras roxas. — Observo.

— Dormi feito um anjo. — Ele sorri como se aquilo fosse uma piada. Ele olha pelo retrovisor e Renesmee tinha um pequeno sorriso.

— Ok, eu vi Aro de novo. — Observo sua reação dessa vez, os nós de seus dedos em volta do volante estavam muito expostos. — Ontem.

— E o que viu?

— Renesmee mais jovem, ela não parecia ter medo.

— Porque eu não estava. — Renesmee tira os fones e ajeita a mochila. Justin puxa o freio de mão e Renesmee sai.

Justin e seu ato de cavalheirismo me impede de abrir a porta. As pessoas realmente estavam olhando para nós dois.

Justin passa o braço por meu ombro e sussurra em meu ouvido:

— Eu disse. — Olho de soslaio e ele tinha o sorriso mais lindo que já vi na minha vida. — Não ligue para Renesmee, até o fim do dia ela vai estar de bom humor.

— Eu espero. — Rimos e entramos no prédio.

A escola toda parecia ter o foco em nós dois, minha primeira aula era Literatura e quando achei que Justin só iria até a porta comigo, ele entrou e eu olhei confusa:

— Er...Eu estava na esperança de mudar o horário e por isso eu não vinha nas aulas. — Tenta se explicar

— Mas isso faz semanas...

— Eu consigo ser bem persistente com o que quero. Mas querer não é poder e a Sra. Fox estava já de saco cheio de mim indo até a secretaria torrar sua paciência. — Ele deixa a mochila cair no chão e pega o celular.

Sento-me ao seu lado e pego meu material, a aula toda Justin parecia entretido no aparelho e a cara da Sra. Gibbons não era das melhores:

— Senhor Bieber, já que a aula está tão interessante para você, poderia recitar a última parte da peça de Gil Vicente?

Eu arregalo os olhos e olho para o loiro ao meu lado que pousa o celular na mesa:

Anjo. Ó cavalheiros de Deus, a vós estou esperando, que morrestes pelejando por Cristo, Senhor dos céus! Sois livres de todo mal, mártires da Madre Igreja, que quem morre em tal peleja merece paz eternal. — A forma de como recitava, olhando para um ponto específico a sua frente, mas com um pesar em suas palavras.

Sra. Gibbons fica sem palavras, ela hesita e procura o que falar:

— Ok, como podemos ver no período medieval, a relação política e social entre cavalheiros e senhores feudais originou um código de cavalaria. O cavalheiro jurava lealdade com seu senhor, a moral cristã da Auto da Barca do Inferno defende o comportamento dos cruzados que morreram em defesa do cristianismo é visto como virtuoso. A recompensa pelo sofrimento terreno para o autor é a conquista do paraíso.

Justin olha para mim e sussurra:

— Pode me emprestar? — Ele se referia ao meu caderno e eu entrego.

Ele pega uma caneta em sua mochila e em  uma folha e começa a escrever algo, ele devolve.

Quer matar a próxima aula? Sei que tem Educação fisica e odeia... ;)

Olho para ele e destaco a folha:

Pra onde iríamos? Não posso perder as últimas aulas, tenho apresentação de trabalho com sua prima.

Tudo bem, minha letra não era nada bonita mas estava legível. Amasso a folha em forma de bolinha de papel e jogo em cima da sua mochila jogada no chão.

Ele abre e sorri abertamente:

— Deixa comigo. — Diz bem baixinho.

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