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Quando George Lucas declarou que baseou os roteiros da trilogia clássica de Star Wars nos estudos de Joseph Campbell, ninguém tinha noção do quão manjado isso já era naquela época. A jornada do herói é um norte para qualquer contador de histórias e continuará sendo, pois funciona. Mas, é legal buscar coisas diferentes de vez em quando.
A Jyn Erso, de Rogue One, não passou pela jornada de crescimento e autodescoberta que Rey e Luke passaram. Ela já nasceu pronta. Seu primeiro segundo de tela (como adulta) mostra exatamente como ela será até o último minuto de filme. Mais ou menos como acontece com Leonidas, na HQ "Os 300 de Esparta" (Frank Miller). Não tem arco ali, só uma linha reta.
Esse não foi o único padrão que o novo filme quebrou. Os letreiros iniciais, contando o background da história, também não aparece em Rogue One. Sabre de luz tem menos de cinco minutos de tela. O clima de fantasia foi substituído por um campo de guerra feio e sujo. Ah, e o logo de Star Wars também não aparece.
Rogue One é um filme incrível. Só tem uma coisa: não é Star Wars. O longa se aproxima mais de um "Resgate do Soldado Ryan With Lasers" do que da saga de Luke e Rey.
A tal "galáxia muito distante" ficou maior do que os próprios personagens ou qualquer estrutura de roteiro que podemos imaginar. As possibilidades para criar dentro dela ficaram tão vastas quanto... uma galáxia de verdade.
Ainda bem que a Disney tomou as rédeas da LucasFilm. George Lucas nunca seria capaz de chegar tão longe.
PS: Tudo bem se eu começar a falar sobre os meus filmes preferidos por aqui? =)
