Prestação de contas (ou textão)

865 135 52
                                    

(meus primeiros dias em São Paulo)

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

(meus primeiros dias em São Paulo)

Meu celular descarregou, então não faço ideia de que horas são. Das poucas certezas que tenho, uma delas é de que já passou da hora de dormir. Todos na casa estão dormindo e a casa está no mais completo silêncio. Exceto pelo meu colega de quarto. Ele ronca.

Não consigo fechar os olhos. Toda noite encaro a mancha pequena de umidade que se forma no teto. Notei que ela muda de forma com o passar das semanas. Sempre em mutação, mesmo sem ninguém notar.

Ando na ponta dos pés até a sala e roubo, sorrateiramente, o notebook do meu amigo. Começo a digitar um texto que está na minha cabeça há um tempo. Algo que parece muito menos um texto e muito mais uma prestação de contas.

No começo de janeiro, resolvi largar tudo e me mudar para São Paulo. Nessa cidade, tenho um contato mais direto com o mercado literário, os eventos, as editoras e tudo mais. Faz muito sentido, do ponto de vista estratégico.

Primeiro, eu e mais dois amigos fomos morar em um quarto. Você não entendeu errado, nós não apenas dividíamos um quarto como ele era a nossa casa por inteiro. Foi um inferno.

(esse era o meu cantinho no quarto)

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

(esse era o meu cantinho no quarto).

Com os meus talentos de persuasão e carisma, consegui convencer uma moça a nos alugar um apartamento, mesmo sem fiador ou pagamento adiantado. Aliás, obrigado, moça.

Quando nos mudamos para o apartamento maior, chamamos mais dois amigos para dividir o aluguel. Hoje, somos cinco caras dividindo três quartos e uma cozinha.

Com o ambiente caseiro estabilizado, parti para a guerra na tentativa de encontrar oportunidades para os meus filhos: os livros.

Conversei com pessoas, mandei e-mails, fiz telefonemas tão importantes que não percebi que a mão que segurava o celular não parava de tremer.

E trabalhei.

Trabalhei muito.

(foto tirada durante uma reunião)

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

(foto tirada durante uma reunião)

Toda essa dedicação gerou algum resultado. No começo, bem tímido. Depois... Alucinante.

Logo anunciei para os leitores que teria quatro grandes novidades para contar. Vocês ficaram malucos, eu lembro. E surtaram a cada novidade que era revelada:

1º - A primeira foi sobre um livro de contos que organizei junto ao meu amigo, Padu Cantuária. Nele, coloquei um spin off da Samaris, do qual me orgulho muito. No final das contas, todo esse projeto acabou sendo um tiro na água. A editora Dalle Piagge não foi tão profissional quanto pareceu e acabou não cumprindo uma série de deveres que tinha comigo e com os leitores. Aquilo me entristeceu bastante, mas, olhando por um lado otimista, serviu como aprendizado.

2º - Depois, veio a maior de todas: MAIS LEVE QUE O AR SERÁ PUBLICADO. E por uma editora realmente profissional e competente, diga-se de passagem. O livro não só terá capítulos extra e materiais inéditos, como uma série de surpresas. Quando falamos no produto em si, não tenho receio em dizer que estamos fazendo algo acima da média do mercado. Tanto no material utilizado quanto no material gráfico. Sem contar que a história ficou muito melhor depois de todo o trabalho que realizamos em cima dele.

3º - Escrevi um conto que foi lançado em uma revista de circulação nacional. Foram milhares de exemplares espalhados pelo Brasil com a minha história no meio. Sem contar que o texto em questão foi editado por um dos meus ídolos: o Sidney Gusman, que trabalha na Turma da Mônica.

(foto da revista)

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

(foto da revista)

A quarta ainda será revelada. Mas, sinceramente, não tenho certeza se ela será a última. A julgar pelo andar da carruagem, é bem possível que tenhamos mais uma, maior do que todas as outras juntas, para o ano que vem. Não sei se as novidades vão parar um dia e isso é ótimo!

Estou querendo dizer uma coisa com tudo isso. Apesar de atualizar o Wattpad com uma frequência um pouco menor, eu não paro de pensar em vocês. Tudo que fiz em 2016 foi voltado para a minha carreira literária e a trazer mais conteúdo de qualidade para vocês.

Não tem mais volta, já decidi. Minha vida é criar para vocês. Não só histórias, mas qualquer coisa com a qual vocês se identifiquem.

E não me importo em virar noites, finais de semana e feriados trabalhando nisso, pois sei que sou a pessoa mais sortuda do mundo por ter um grupo de pessoas incríveis como vocês me acompanhando e o mínimo que posso fazer é o meu melhor.

Eu sinto falta do colo da minha mãe, de não precisar comer miojo toda noite e de não desabar de exaustão todas as noites.

Mas nada seria pior do que sentir falta da troca de energia que tenho com vocês todos os dias.

Nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada, nada.

Felipe Santos Lima nasceu em 1992. Mas, Felipe Sali nasceu quando vocês começaram a me ler. E enquanto houver uma pessoa disposta a me ler, ele estará vivo.

Obrigado por tudo.

Coisa boa vem por aí. 

 

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
CADERNO DO SALIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora