tea // lunny

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Ginny se queimou com a água do chá pela terceira vez.

Em outros dias ela jogaria a chaleira velha dentro da pia e reclamaria para Luna que estava mais do que na hora de terem uma nova chaleira, não importava se aquela havia propriedades mágicas que faziam o chá ficar quente durante horas.

Porque aquilo não acontecia de fato, Ginny era quem sussurrava o feitiço para deixá-la aquecida.

Em qualquer outro dia ao invés de choramingar pela sua mão queimada e quietinha a colocar debaixo d'Água, ela brigaria e ficaria irritada por ter se machucado. Mas hoje não era um dia comum.

Do lado de fora, Luna arrumava a mesa do chá. Teríamos um tema chinês esse ano, embora os tradicionais cookies com chocolate e gingerbreads coloridos estivessem fazendo companhia com as orientais xícaras vermelhas e douradas. Luna estava usando um kimono branco com flores pintadas à mão por ela própria.

Ginny suspirou pela beleza e delicadeza de sua namorada. Não foi fácil convencer sua mãe que naquele ano ela não passaria q noite de natal com sua família, ela sentiu uma pontada por perder a companhia de seus irmãos, pais e amigos. Mas Luna havia ficado tão feliz por não precisar adiar pro dia seguinte seu Chá da Aparição da Estrela que seria maldade cancelar os planos da garota.

Luna comemorava o natal de forma diferente. Ela não entendia porque tínhamos que montar árvores, ou comprar presentes quando podíamos apenas tomar um chá docinho e olhar as estrelas com a nossa pessoa favorita.

E nesses últimos 3 anos, 5 meses e 24 dias, Ginny Weasley era a sua pessoa favorita. Seria o melhor não-natal de todos só por ela estar ali, um pouco mau-humorada e com a mão enfaixada, mas parecia estar feliz.

Foram as flores de laranjeira que estavam presas em seu cabelo que a deixaram mais bonita e feliz. Luna tem certeza.

Conforme a meia noite ia se aproximando e a 2004ª estrela de Natal estava prestes a aparecer, as garotas iam dividindo a caixa de biscoitos e misturando os sabores de chá disponíveis na mesa.

Em algum momento Ginny se perdeu nas teorias de Luna sobre búfalos da Austrália e ela realmente não conseguia parar de olhar o seu jeitinho adorável de falar quando se empolgava com algo. A garota conjurou um cobertor e trouxe a namorada para perto de si, aquecida. Ela sentia uma leve sonolência pelas misturas herbais, mas manteve os olhos abertos. Luna agora falava sobre estrelas e era ainda mais lindo.

A estrela apareceu no céu, forte e brilhante e a loira a obrigou a fazer um pedido que não fosse egoísta. Ela não conseguia, porque seu pedido era que nunca mais passasse um só Natal sem Luna, ela queria passar todas as Aparições da Estrela daquela forma, no chão da varanda, com flores na cabeça e chá ao invés de gemada.

Luna a beijou levemente quando a namorada revelou seu pedido e decidiu que tudo bem ter um pedido egoísta desde que aquele fosse o único.

Foram as flores de laranjeira, ela sabia.

all i want for christmas is you Onde as histórias ganham vida. Descobre agora