mistletoe // scorbus

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Albus não gostava de ser ignorado.

Ele até compreendia seu pai, afinal ele tinha que dividir sua atenção com os irmãos, Teddy, Draco e com o bebê que chegou junto com o rapaz. Mas havia uma pessoa que Al simplesmente não conseguia acreditar que estava o deixando para trás e essa pessoa era Scorpius.

Olha, que fique claro, essa implicância não tem nada a ver com o fato de que Scorpius ultimamente só tinha olhos para o novo bebê, quem já nem era tão novo assim, e em último caso não tinha nada, nada ver mesmo, com o sua nova amiga Margot, que havia chegado recentemente  no colégio e apenas não largava o rapaz.

Porque o que Albus e Scorpius tinham era muito mais forte do que uma nova amizade. Poxa, eles tinha uma estrela com seus nomes combinando. Era especial, nada podia derrubar.

Ou talvez pudesse.

Scorpius já não estava em casa quando acordou aquele dia, e Albus teve que fazer suas tarefas com os animais sozinho. Harry e Draco estavam ocupados preparando os últimos detalhes para a ceia de natal e James e Lily estavam fazendo uma lista de presente para mandar para o papai noel. Vovô e Vovó Potter, no caso.

Mais tarde, quando Draco estava dando a mamadeira para o bebê, Albus estava fazendo companhia na sala. A TV ligada mostrava mais um dos filmes de natal, em que a garota beija o garoto embaixo do visco. Albus se perguntou porque naqueles filmes não haviam meninos beijando meninos embaixo do visco, porque ele totalmente faria isso se tivesse alguém para fazer. Ele suspirou alto. Scorpius ainda não havia voltado para casa.

- Onde está, Scorp? – Perguntou. Draco virou o rosto para o enteado.

- Ele me pediu para que o levasse até a biblioteca para encontrar

Margot, disse que ligaria quando quisesse que eu o buscasse.

- Mas isso foi há horas! – Disse alto, assustando Draco e a criança em seu colo que começou a chorar novamente. Albus suspirou, ele não queria ter acordado o bebê. Ele se pôs de pé, iria ficar em seu quarto até quando bem entendesse. Até pelo menos ficar menos magoado por ter sido trocado por uma chata, magrela de cabelo lambido.

Quando Scorpius chegou, duas horas depois, Al o ignorou completamente. Fez isso no jantar e no dia seguinte também. O ignorou até a ceia de natal.

O mais novo estava angustiado, ele não sabia o que fazer para Albus parar de tratá-lo daquela forma. Ele odiava decepcionar as pessoas ao seu redor, ainda mais quando se tratava de Potter que era sempre tão sensível. Talvez seja aquela história de astrologia que Rose havia dito para eles no Verão, algo sobre Albus ser de câncer e ter a maioria dos planetas naquele signo.

Ele vestiu o suéter vermelho e desceu as escadas, todo mundo estava lá e ele ganhou um beijo quente da sua vó Lily. Ele havia acostumado a chamá-la de vó desde o primeiro dia que a conheceu.

Albus estava na sala comendo alguma coisa doce com cheiro de canela, mas quando Scorpius chegou perto, ele se levantou para se sentar ao lado de sua tia Hermione que abriu a boca para que ele lhe desse um pouco do doce.

O coração de Scorpius doeu, doeu muito.

Albus por um outro lado também não estava feliz. Ele queria dizer à Scorpius que agora seu pai havia lhe dado mais materiais para desenho e poderia fazer todos os rascunhos que o garoto havia lhe pedido. Porém seu orgulho hereditário era sempre mais alto do que sua estatura e ele ainda o ignorava.

A noite foi caindo, algumas crianças dormindo pelos cantos e os adultos foram baixando as vozes. Em algum momento Albus foi parar do lado de fora, eles tinha sorte de que na cidade não fazia tanto frio no inverno, então ele estava confortável sentado na varanda. Seu pai havia lhe dado uma caneca grande de chocolate quente com muitos marshmallows como ele gostava.

Scorpius viu o garoto sentado ali e enxergou a oportunidade perfeita. Ele se sentou rapidamente ao lado de Albus, tão rapidamente que o garoto nem teve tempo de fugir. O pacote nas mãos do loiro também chamou a atenção.

- E-Eu queria ter entregue antes mas não tive a oportunidade. – Disse baixinho.

Al pegou o pacote embrulhado em papel pardo e enrolado com um barbante listrado. Abriu com cuidado, revelando um scrapbook colorido com frases feitas pela letra de Scorpius, por dentro tinha de tudo um pouco, algumas fotos, desenhos, o documento da estrela, uma receita de maria mole e folhas de outono.

- Alguns desenhos foram eu que fiz... não estão à altura dos seus, mas a intenção era exatamente essa. Eu só queria que você tivesse um pedaço meu com você e que... não se esquecesse de quanto foi importante eu ter te conhecido.

Albus estava sem palavras, ele piscava atônito para o rapaz lentamente.

- Eu não tenho um presente para você...

-Ah não, não se preocupe. Não fiz esperando um em troca, Margot vem me ajudando a semana inteira, pegando cada coisa sua favorita para a gente colocar no livro.

Oh, então era isso. Albus engoliu seco. Mas ele precisava retribuir de alguma forma, então colocou o livro de lado. E se aproximou de Scorpius. Segurou suas mãos, a bochechas do rapaz se avermelharam no mesmo instante.

Respiraram fundo. Sabiam o que viria porque nunca foram apenas amigos ou irmãos de fato. Al se lembrou do filme. Não havia visco, mas quem se importava? Scorp fechou os olhos.

Os lábios de Albus tocaram o do outro e tinha gosto de canela, neve, proteção e para sempre. Era calmo e macio, ele conseguia sentir o nervosismo porque era a primeira vez que ambos beijavam um ao outro, ou melhor beijavam alguém. Não sabiam o que estavam fazendo, mas era bom. Era melhor que natal.

Scorpius tinha as mãos macias. Albus nunca havia reparado nisso até os pequenos dedos tocarem seus cabelos da nuca e passear pelo pescoço lhe causando um pequeno arrepio.

Nada mal para um primeiro beijo, hun?

- Albus! 

A magia do beijo se quebro com o pulo assustado de Scorpius, o grito que veio de dentro da casa – Ufa! Ninguém havia visto – os pegou tão de surpresa que o loiro acabou mordendo o lábio do outro.

- Eu nunca vou me acostumar com os gritos do seu pai. – Sussurrou, os lábios ainda muito próximos de Albus. O garoto lhe sorriu, mas imediatamente seu rosto fechou e um som de sufocamento saiu de seus lábios, dando em seguida um pulo muito parecido que o de Scorp anteriormente.

- O que foi?! – Disse preocupado. Albus tinha a mão no peito, e o garoto já estava pensando em um suposta crise de asma chegando.

- Eu não te dei presente nenhum! Você fez esse livro lindo e eu, eu não te preparei nada!

Scorpius fechou os olhos, rindo pra si mesmo. O que acontecia com os Potter para serem tão exagerados? Seus olhos cinzas se abriram calmamente para o outro rapaz que ainda o olhava chateado.

- Eu já tenho você, Al. Nenhum presente de natal iria superar. – Sorriu.

- Nem mesmo Margot? – Al disse com nojo. Scorpius revirou os olhos.

- Seu pai estava te chamando. Não demore, você sabe que ele vai gritar de novo.– Respondeu, levantando do pequeno sofá da varanda, deixando o rapaz sozinho.

Albus acompanhou o de cabelos platinados entrar na casa. Em seu peito alguma coisa brilhava mais que as luzinhas coloridas ao redor da varanda. Era bem mais que um Feliz Natal.

all i want for christmas is you Onde as histórias ganham vida. Descobre agora