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Os bônus serão 7

Pra quem não leu flashlight, contam a história de Crystal.

***

Eu me lembrava de tantas coisas da minha cidade natal, uma pequena cidade ao sul da Colômbia, com os dias quentes e o povo alegre, era como se exatamente todo mundo se conhecesse.

Era bom. Tínhamos os almoços em família, no qual meu pai teimava em se mostrar um bom cozinheiro e recebia sempre um olhar reprovador de minha mãe.

-Diego está estragando a comida - era o que ela sempre dizia antes de cair na gargalhada, como todos os ali presentes

-Vão rir de outro - meu pai tentava manter a postura seria, mas ria da sua própria desgraça.

Eu sentiria falta de todas essas pequenas coisas. Dos vizinhos, das refeições com toda a família. Dos amigos, até mesmo daqueles que eram chatos e insuportáveis... eu sentiria falta da Colômbia.

***

Olhei mais uma vez para a nossa casa, podia ter todos os defeitos, porém era o lugar que eu chamava de lar, e é difícil aos 17 anos, largar toda uma vida e se mudar de vez para um lugar a quilômetros de distância.

Los Angeles era sim um sonho pra mim, um sonho que eu sabia que meus pais não podiam bancar, éramos de família simples, e todo luxo a mais, que não fosse casa, comida e roupas, não podíamos pensar nisso.

Mas aí nasceu Helena, minha irmã, ela foi diagnosticada com uma doença rara, o tratamento na Colômbia passava de todas as nossas economias. Mas em LA eles sairiam mais baratos, por isso, iremos pra lá.

Terminei de colocar todas as minhas malas no carro juntamente com as de meus pais.

-Vamos sentir saudades daqui - falou minha mãe parando ao meu lado, com Helena no colo. Minha mãe era jovem, imagine, se casou com 18 anos, e com 19 eu nasci, quase 17 anos depois. Quando ela já havia pensado que estávamos com a família completa, ela descobriu estar grávida de Helena

-Pois é - falei olhando-a, ela deu um pequeno sorriso reconfortante e seguimos para o carro.

-Minhas chicas estão prontas? - meu pai tentou falar inglês, porém a palavra chicas ainda saiu no espanhol.

-Estamos - falou minha mãe colocando a mão no ombro dele.

Ele deu partida, e deixamos nossa casa e vida para trás, tudo pra começar de novo.

***

No aeroporto seguimos para a sala da imigração, meus pais foram conversa com um homem alto e de aparência seria, enquanto eu fiquei com Helena no colo, cantando alguma música de ninar.

Cinco... Dez... vinte minutos.

Quando eu estava quase me levantando para ver a causa da demora dos meus pais, eles chegaram sorrindo com nossos passaportes em mãos, eles me abraçaram sorrindo, e deram um beijo na fronte da minha irmã.

Em pouco tempo já estávamos no avião, rumo a cidade dos Anjos.

Aceitei o fone de ouvido que a aeromoça ofereceu, e conectei ao tablet que ficava preso ao banco da frente, liguei às músicas. E dormi escutando-as.

***

Quando acordei, o avião já estava pousando. Depois de alguns minutos, e ouvidos trancados em consequência a descida, finalmente chegamos ao solo.

Novamente tivemos que passar pela sala da imigração, porém dessa vez passamos pouco tempo, somente foram conferidos os passaportes e vistos.

-Bom - falou meu pai - eu aluguei uma casa. Quando vim pra cá antes, na vila latina de Los Angeles, os vizinhos são amigáveis.

-É, se não forem, não coloco nem o nariz pra fora de casa - falei arrumando minha mochila nas costas. Pegamos um táxi e meu pai passou o endereço da casa.

-Vai sair sim, Crystal, você não vai se esconder do mundo porque simplesmente deixou alguns amigos a quilômetros daqui - minha mãe me olhando, minha irmã estava choramingando um pouco.

Demoramos uma meia hora para chegar.

Era bem mais bonita do que a que vivíamos na Colômbia.

O taxista nos ajudou a tirar as malas, meu pai retirou alguns dólares da carteira e o pagou. Assim ele deu partida, nos deixando em frente a casa nova.

Entramos lá, estava mobiliada, com móveis simples, mas bonitos. Deixamos todas as coisas na sala. Meu pai nos mostrou cada canto da casa, era bonita, mas mesmo assim não era como aquela que eu chamava de lar, faltava alguma coisa.

Como meu pai já havia arrumado emprego, ele foi trabalhar, minha mãe, eu e minha irmã, fomos ao mercado, já que a única coisa que não tinha ali.

-Fica com Helena, eu vou buscar os frios, pega algumas frutas - ela falou em espanhol mesmo, já que a maioria das pessoas ali estava falando a mesma língua.

Peguei minha pequena irmã no colo e fui com o carrinho até as frutas. Algumas pessoas faziam bastante barulho, e falavam em inglês, era um grupo de jovens, haviam uns mais novos que os outros.

-Por que exatamente estamos aqui, Cameron?

-Querido Aaron, eu quero uma comida mexicana, e a Sierra falou que os melhores ingredientes estavam aqui - que lindo Crystal, escutando a conversa alheia

brazilian girl ;; shawn mendesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora