Águas de Março

22 - Aos pés do Redentor.

N/A: Como vocês estão, queridos? Não demoramos pra atualizar, hein?! Saibam que esse capítulo é muito querido por mim e esperamos que vocês gostem. Enjoy(:

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"É, você que é feita de azul

Me deixa morar nesse azul

Me deixa encontrar minha paz

Você que é bonita demais.."

- Tom Jobim

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LAUREN POV

- Certo, Joker, hoje você vai pro banho e tosa. Está calor demais e sei que está sofrendo com tanto pelo. – o cachorro latiu e sentou em frente à porta. – Não me olha assim, eu prometo que vou te buscar mais tarde. Aliás, vou pedir para o rapaz da pet shop te deixar na casa dos meus pais.

O interfone do apartamento tocou e eu já sabia o que significava; meus pais estavam aqui pra me buscar. Marquei com eles na noite anterior um dia em família, mas eu tinha outros planos além desse. Coloquei a coleira em Joker e saímos do apartamento para pegar o elevador, onde uma música calminha saía pelas caixas de som. A cada andar que descíamos, meu coração batia mais devagar, estava apavorada com a ideia de uma possível rejeição dos meus pais, mas lutaria para manter o que disse pra Camila; nada me separaria dela.

Quando cheguei na calçada e vi os dois com um sorriso no rosto me esperando, me senti ainda mais desesperada. Não podia perder esses sorrisos, mas minha felicidade vinha sempre em primeiro lugar. O tempo estava um pouco frio, talvez por ser sete da manhã, mas o céu era de um azul lindo e claro.

- Vai na frente, filha, eu seguro o Joker no banco de trás. – minha mãe se aproximou, deu um beijo na minha bochecha e segurou o cachorro. – É o amorzinho da vovó, ele é sim. Coisa mais gostosa e peludinha.

- Se você já se comporta assim com um cachorro, nem imagino o que vai fazer quando Lauren ou Taylor tiverem filhos.

- Praticamente a mesma coisa, né? – me sentei ao lado dele e ganhei um beijo na têmpora esquerda. – Pode parar no pet shop? Vou deixar esse peludo lá antes de irmos, ele precisa de uma tosa.

- Tudo bem, estamos saindo cedo de qualquer maneira.

Depois de deixar Joker e pedir ao pet shop para deixá-lo na casa dos meus pais, nós três seguimos caminho em direção ao destino escolhido por eles. Sentada ao lado do meu pai enquanto ele dirigia com tranquilidade pela orla de Copacabana, me fez abrir um sorriso de canto ao lembrar de todas as vezes que andamos de carro juntos quando ainda morávamos nos Estados Unidos. Muitos foram os momentos em que meu pai, com o intuito de me acalmar ou contar algo importante, me colocava no carro e dirigia por horas até achar a hora certa.

Minha mãe, que até então estava em silêncio no banco de trás, começou a cantarolar uma música de Elis Regina, acompanhando a melodia que saía do rádio. Comecei a batucar na coxa e ela, percebendo minha inquietação, se aproximou, ficando entre os bancos do motorista e passageiro.

- Gosta de Elis Regina, filha?

- Camila me ensinou a gostar das músicas do Brasil. – dona Clara franziu o cenho e fez uma cara de curiosidade. – Ham.. I mean.. quando eu e Taylor estamos com ela.

- Sua irmã não tem saído tanto com a Camila ultimamente, pelo menos desde que começou a namorar o Beto. – meu pai comentou enquanto me observava pelo canto dos olhos e respirei fundo, virando o olhar para a estrada. – Vamos ter um bom dia hoje, Lo, estamos te levando pra conhecer o Cristo Redentor. Camila já te levou lá?