4 - Não era pra ser tão fatal.

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N/a: Olá, amores! Demoramos todo esse tempo por causa das festas de final de ano, não estávamos em casa para escrever e ai, deu nisso. Mas cá estamos, e eu, Gisele, escrevi o mais rápido que pude para que não esperassem mais. Espero que tenham tido um ótimo Natal e Ano novo, e que façam uma boa leitura. Qualquer erro, conserto depois. Amamos vocês! <3


Camila POV

28 de Dezembro


Será que há alguma coisa pior no mundo do que ter que arrumar o quarto? O quão tedioso isso pode ser? Eu tinha uma mania desde pequena de não deixar empregada nenhuma entrar na minha toca sagrada, mas preciso confessar que havia começado a me arrepender disso. Poeira, coisas inúteis que eu já não usava há séculos, mas que nunca me preocupei em jogar fora. A cada objeto que eu tirava do lugar, era um espirro duplo. Maldita rinite!

Decide fazer uma arrumação de última hora apenas para ter onde guardar os milhares de vinis novos que Lauren havia me dado. Não queria que eles ficassem em um local em que eu quase nunca os visse, queria destacá-los para que pudesse me lembrar sempre de que havia sido um momento especial. Ao menos para mim, claro. Os arrumei em ordem alfabética em uma das minhas prateleiras do meio, separei o melhor lugar. Amava vinis, colecionava desde os sete anos, foi a melhor escolha de amigo oculto.

: - Mila, o papai disse que horas vai voltar? – Sofia me perguntou ao entrar em meu quarto sem bater, me fazendo olhar para ela com o cenho franzido. – Eu esqueci de bater. Desculpa!

Seu pescoço sumiu um pouco entre seus ombros quando ela encolheu o corpo, me fazendo negar com a cabeça.

: - Tudo bem, mas da próxima vez não se esqueça. – Desci da cama e ajeitei o short jeans nas coxas, passando os olhos pelas prateleiras arrumadas. – E eu não faço ideia de que horas ele chega hoje. Acho que é dia de plantão.

: - Ah! – Ela resmungou tristonha, torcendo os lábios.

: - O que queria com ele?

Perguntei enquanto amassava alguns papéis velhos, os jogando dentro de um saco plástico.

: - Ele me prometeu no Natal que jogaríamos meus jogos novos juntos qualquer dia desses.

Olhei para ela com pena, sabendo que em nada mudaria. Meu pai quase nunca tinha tempo para nós, vivia enfiado naquele hospital quase vinte e quatro horas por dia e quando estava em casa, só se preocupava em dar esporro e fazer coisas aleatórias.

: - Eu jogo um pouco com você mais tarde, está bem? – Amarrei o saco plástico e o joguei no canto do quarto. – Não sou o papai, mas sou melhor que ele no Xbox.

Abri um sorriso para ela e vi os olhos de Sofia brilharem, me causando conforto.

: - Duvido você me vencer.

: - Aposto três sorvetes de creme que venço em todas.

Levei as mãos até a cintura e estreitei os olhos. Seus lábios se separaram em uma risada.

: - Fechado!

Estiquei a mão e ela a pegou em um rápido aperto.

: - Se prepare para perder, Mila.

Sofi rebateu quando ia saindo do quarto, me fazendo pensar quanto tempo eu havia dormido para ela ter crescido tanto.

: - Sou leonina, garota, nunca me verá desistir.

Respondi antes dela fechar a porta, me deixando sozinha com meus pensamentos. Como era bom acompanhar o crescimento de uma criança e fazer parte de todas as fases de sua vida. Minha irmã era meu melhor refúgio.

Águas de MarçoWhere stories live. Discover now