Capítulo 103

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Depois de um tempo eu recebi abraços de todos presentes enquanto me desejavam as boas-vindas. Claire tagarelava como sempre fazia, enquanto olhava Victoria que agora estava acordada olhando tudo ao seu redor.

— O Benjamin não tem olhos claros.

— É porque ele puxou o pai dele filha.

— Mas a Victoria tem, e a tia Dul não tem olhos claros.

— Mas a sua vó tinha, lembra? — Ela assentiu. — Daqui a alguns anos você vai aprender mais sobre isso, tá?

— Eu posso pegar nela?

— É melhor não meu amor.

— Mas vocês me deixaram pegar no Ben.

— Eu sei filha, mas lembra que a mamãe te disse que ela teve que fazer uma cirurgia?

— Harram.

— Então. Ela está um pouco frágil ainda.

— Prometo que quando ela estiver totalmente bem, eu deixo você pegar, Claire. — Disse acariciando a cabeça dela.

— Eu vou colocar ela no carrinho, senão ela vai acabar ficando com dor no corpo de tanto colo.

Disse Christopher indo em direção ao carrinho rosa que estava perto do corredor. Benjamin dormia no carrinho azul perto de mim agora. Pelo modo como ele dormia, eu podia imaginar que ele ficava a noite toda acordado e mesmo sabendo que isso me traria noites de muito cansaço, eu não me importava. Seria um prazer cuidar dele e de Victoria e não haveria tempo ruim para isso.


Dois meses depois as coisas estavam indo bem. Christopher já tinha voltado a trabalhar há alguns dias e meu pai sempre me ajudava com os gêmeos. Desde que fui para a casa tudo caminhava bem. Passávamos horas conversando quando ele chegava do trabalho e mesmo estando cansado ele sempre ajudava com os bebês.

Benjamin já tinha se acostumado a dormir à noite então não era tão cansativo mesmo que ele ainda fosse mais agitado durante o dia. Ele era sempre o primeiro a chorar quando estava com fome ou se estava de birra. Eu descobri que um bebê de quase três meses consegue fazer pirraça quando queria algo. Enquanto Victoria era a calmaria em pessoa, Benjamin era completamente tempestade. Meu pai sempre fala que Benjamin é uma cópia da minha personalidade.

Todo final de tarde eu ficava com os dois no jardim para que eles pudessem tomar um pouco de sol enquanto eu lia histórias para eles e aos finais de semana sempre dávamos uma volta na praia ou em algum parque. Esses eram os melhores momentos porque eu me sentia completa e porque eu via que Christopher estava bem com aquilo. Ele tinha orgulho em dizer que éramos a família dele e não hesitava em demonstrar afeto em momento algum.

Ivalú e Pedro quase foram embora quando as coisas voltaram ao normal, mas eu consegui convencer os dois de ficarem. A meu pedido, Christopher cedeu o antigo apartamento dele para os dois e conseguiu emprego para eles, juntamente com um visto de trabalho. Se eu amava esse homem, cada ação dele me fazia amar ainda mais.

— Como está a mulher mais linda desse mundo?

Christopher perguntou chegando por trás e me abraçando. Eu estava sentada no balanço lendo uma das inúmeras histórias para os bebês.

— Mas já chegou? Não está cedo?

— É... Liberei os alunos cedo hoje e vim ficar com minha família linda.

Ele depositou um beijo em meu pescoço e depois deu a volta, sentando-se ao meu lado.

— Como foi seu dia?

[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora