- Você tá bem? – se levantou preocupado.
- Estou... Claro que estou!
Que vergonha.
- Vamos logo antes que você pegue no sono e babe no meu sofá – pedi apressada para a situação constrangedora ter um fim.
- Sim, senhora – assentiu me seguindo porta a fora.
Não fazia sol. O tempo estava cinza, mas ainda assim, a infinidade de cores que tínhamos à nossa frente deixava o dia nublado lindo.
- De que tipo de fruta você gosta?
- Laranja? Laranja transformada em suco?
- Cristofer!
- O quê? – parecia um garotinho.
- Que tal abacaxi? – falei enquanto o puxava até a infinidade de abacaxis que estavam ao nosso lado. – Experimente este aqui.
- Hm... Muito bom, é doce.
- Esta especialidade é docinha, mas têm uns mais ácidos.
"Vamos encontrar algo para o almoço de hoje. Eu estou com uma idéia aqui. Tenho carta branca?
- Absolutamente.
- Então vem comigo.
Percorremos o caminho ladeado de barraquinhas de verduras, cheiros e texturas magníficos. Uma infinidade de coisas, cores, vozes e gente. Se eu não estivesse com algo premeditado teria problemas em escolher. Levei Cristofer até uma das minhas barracas favoritas.
- Como vai, Sofia?
Logo encontrei o senhor que costumava reservar as frutas e as verduras mais bonitas para mim.
- Olá, senhor Fabrício. Este é o Cristofer.
- Como vai, rapaz?
- Bem, obrigado.
Cristofer observava atentamente minha conversa com o senhor Fabrício. Tanto que em alguns momentos eu senti meu rosto esquentar.
- Como está movimentada a feira hoje!
- Graças a Deus, Sofia. O movimento está ótimo. E o tempo ajudou hoje. Apesar de nublado, está quente. No calor vendo mais, ao contrario de você, minha filha.
- É verdade.
- O que vai precisar para hoje?
- Abobrinhas.
Fiquei com medo da reação de Cristofer, por isso tentei reparar em qualquer movimentação sua com o canto dos olhos, mas ele aparentou estar calmo.
- Alguma objeção com as abobrinhas? – perguntei a ele.
- De maneira nenhuma.
- Certo.
- Mas preciso comer alguma coisa antes de irmos para casa, estou faminto.
- Não comeu nada antes de vir?
- Não precisa me lançar esse olhar de ódio e fúria.
Revirei os olhos.
- Comi, mas já faz tempo – tentou se explicar, me deixando com pena.
- Eu sei do que você precisa.
Cristofer me seguiu sem objeções. Quando chegamos em frente a barraca do pastel, pude ver seus olhos brilhando.
- De queijo, certo?
- Sim – sorriu.
Pastel de feira. Uma das coisas mais simples e mais deliciosas da vida.
- Que bom que você gosta de pastel. Foi um tiro no escuro.
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O Novo Inquilino
RomanceSofia teve um problema no coração e precisou de transplante. Agora, Sofia tem um novo coração e um novo vizinho que vai oferecer muito mais que apenas uma xícara de açúcar. Uma história de amor que envolve um mistério capaz de derreter qualquer cora...
12. PASTEL DE QUEIJO - PARTE I
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