12. PASTEL DE QUEIJO - PARTE I

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Antes de começar esse capítulo, eu preciso fazer uma confissão especial. Madalena, a melhor amiga de Sofia, foi inspirada numa pessoa muito próxima a mim na época em que comecei a escrever. A pessoa provavelmente vai saber quem é. Uma amiga da faculdade, que sempre estava comigo, mesmo fazendo outro curso :) Quando faço referência aos grandes olhos dela, é porque é uma característica que eu amo na minha amiga da vida real. Era segredo, mas agora você*, que é espertinha, provavelmente já descobriu ♥

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- Cristofer? – esfreguei meus olhos com força para desembaçar.

- Bom dia – falou sorridente parado em frente à minha porta.

Será que eu estava sonhando?

- Olá... – resmunguei.

Eu estava horrível. De pijama, descabelada, mas por sorte tinha acabado de escovar os dentes.

- Muito cedo?

- Não, na verdade não, mas não esperava você tão cedo. Entre, desculpe...

- Eu é que estou devendo um pedido de desculpa pelo que eu vejo – disse enquanto entrava.

- Não se preocupe. Feira a gente faz cedinho mesmo. Eu só pensei que depois de um plantão você não acordaria – expliquei indo para cozinha.

- Não acordei – respondeu lá da sala.

- Não? – estranhei enquanto pegava duas xícaras no armário.

- Não, porque não dormi. Vim direto do hospital.

Eu voltei da cozinha rapidamente e espantada.

- O quê?

- Está tudo bem. Estou acostumado a fazer isso. Se eu dormisse não acordaria de jeito nenhum. Além disso, essa noite eu tenho folga, posso dormir o quanto quiser.

- Bom, se você está bem... Quer um café?

- Eu aceito.

- Tudo bem, mas eu estou inconformada!

- Não precisa ficar – ele sorria seu sorriso habitual.

Eu me limitei a balançar a cabeça negativamente com um sorriso insatisfeito enquanto suspirava.

- Eu estou bem, Sofia.

- Posso ver, Cristofer. Não se alimenta direito, não dorme direito...

Quando olhei para ele novamente, senti que ele não parecia irritado com meu comentário, muito pelo contrário, parecia estar confortável, e ainda esboçava um sorriso.

- Obrigada pela preocupação. Mas acredite, estou bem.

Bufei.

- Tá... Vou me trocar para a gente sair. Fique à vontade.

Quando me olhei no espelho, quis chorar. Eu estava desprezível, mas agora já era tarde, ele tinha me visto daquele jeito. O que na verdade é uma coisa boa, já que agora ele conhece meu pior, não tenho mais como surpreendê-lo negativamente no quesito beleza.

- Ué? – falou quando apareci na sala novamente.

- Ué o quê?

- Cadê a Sofia?

- Muito engraçado – recriminei. – Eu só penteei o cabelo.

- To implicando, ficou bonita.

Um milésimo de segundo de silêncio se passou depois do seu comentário. Eu senti meus olhos se arregalando e tentei disfarçar logo em seguida. Meu coração pulando eu não podia conter, mas os olhos eu podia suavizar, ou achei que podia.

O Novo InquilinoWhere stories live. Discover now