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"Amas-me?"

Por favor, não fujas. 

Por favor, não fujas. 

Assinto com a cabeça, ansiosa. Ele está incrédulo e não consigo decifrar se é uma reação boa ou má. 

"Repete." Ordena de forma branda, com o olhar mais intenso que alguma vez vi em toda a minha vida. 

"Que te amo?" Sussurro reticente, vendo-o inspirar bruscamente antes de agarrar-me de repente. 

Amparo-me nos seus ombros quando sinto inclinar-se sobre mim até me deitar no sofá, beijando-me. Com força. 

Solto uma risada suave quando, após me deixar sem fôlego, deixa rápidos beijos nos meus lábios. 

"O que há de tão divertido?" Suportando o seu peso com os cotovelos, ergue uma sobrancelha estudando cada milímetro do meu rosto, da mesma forma que estudo o seu. 

"Nada." Rio-me novamente, encolhendo os ombros. O estúpido sorriso que suporto não desaparece e faz-me desviar o olhar, levemente envergonhada. 

Nunca o tinha dito antes, a ninguém. A sensação é ótima mas frágil. Faz-me sentir vulnerável. 

"Porque é que estás tão nervosa?" Inquire com um largo sorriso.

"Porque acabei de dizer que te amo." Outra risada. Deus, odeio o efeito que os nervos têm sobre mim. "Nunca o fiz antes e isso deixa-me nervosa... e é por isso que me estou a rir como uma idiota." Explico voltando a focar-me nele. 

"Não és nenhuma idiota." Acariciando o meu rosto, inspira profundamente. "E não tens que estar nervosa." Os seus lábios beijam a ponta do meu nariz. "Eu também te amo."

Ele deita a cabeça no meu peito e descontrai o corpo, espremendo-me contra o sofá. Os meus dedos atravessam os fios dos seus cabelos enquanto apenas ficamos assim pelo que parecem horas sem emitir um único som, como se mais nada fosse preciso ser dito e acredito que essa é a realidade. 

Não há nada que eu possa dizer que chegue perto o suficiente de descrever o que sinto neste momento, apenas sei que é incrível. 

Principalmente porque o disse de volta, porque é recíproco. Iria entender se não o dissesse mas foi bom ouvir. 

Depois do que pareceu uma eternidade, o Harry cumpriu a promessa de mostrar-me cada canto da sua bonita casa antes de nos fazermos à estrada novamente mas não consegui prestar muita atenção e ele também não. 

Não conseguimos tirar os olhos um do outro e é como se nada mais existisse para além de nós os dois. 

"O Niall perguntou se jantamos com eles. O Matthew quer conversar conosco, outra vez." Mantenho a mensagem aberta, esperando uma confirmação da sua parte. 

"Não." Nega apertando a minha coxa, com o olhar na estrada. 

"Não?"

"Não." Repete enviando-me um olhar rápido. "Diz-lhe que não."  

"Ok." Respondo com uma nega e guardo o telemóvel, apercebendo-me de que estamos a chegar à Universidade. "E porque não?"

"Porque não." Responde simplesmente com um sorriso. 

"Esclarecedor." Brinco, abrindo outro sorriso. Acho que nunca sorri tanto na minha vida como tenho feito esta tarde. 

"Não te preocupes. Vais ser esclarecida em breve." Garante e quando o olho novamente, engulo em seco com o olhar desonesto que sustenta enquanto procura um lugar para estacionar o carro no parque de estacionamento. 

𝐶ℎ𝑎𝑠𝑖𝑛𝑔 𝐻𝑎𝑟𝑑𝑒𝑟 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora