Capítulo 2

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Maia finalmente volta para o povoado de Bylcon Halls onde tudo começou. A cidade tem um ar sombrio, portas e janelas que permaneceram fechadas quando ele foi embora agora se encontram abertas. O mato alto toma conta das ruas, os telhados das varandas se encontram quebradas e agora servem de moradia para pombos e ratos. As janelas estão podres e agora são a nova moradia de cupins famintos.

Ela caminha dentre ao mato, até parar enfrente a uma casa de dois andares de cor cinza, rodeada pelo mato, canteiros que antes habitavam flores, agora habita mato e erva daninha. O pomar havia crescido quase 2,5 metros, no chão em volta do pé permaneciam algumas frutas que caíram e apodreceram outras foram comidas por pássaros.

Ao chegar à porta da frente percebeu que estava aberta. Ela entrou. A casa estava enfeitada com teias de aranhas, os móveis cobertos de uma grossa camada de poeira. Andou até a porta da cozinha e parou. Lembranças bombardearam sua mente. Apoiou na porta da cozinha e encarou a bagunça que estava à cozinha, cadeiras e mesas estavam quebradas, vasilhas jogadas e espalhadas pelo chão, paredes sujas com barro e um pouco de corante.

- Quem foi o idiota que fez isso? – Perguntou Maia, a porta da frente se abre – quem é? – perguntou novamente agora colocando a mão na balestra em sua cintura.

- Calma, sou eu! – Respondeu Witt.

"Ainda bem, achei que teria que arrancar outro olho" pensou Maia.

- Você me assustou! – Disse Maia virando novamente para a cozinha – quem será que o babaca que fez isso?

- Podem ter sido só crianças, sabe como elas são – Responde Witt fechando a porta atrás dele.

- Witt, não tem ninguém nesse povoado, todos que aqui viveram tiveram que se retirar por causa dos frequentes ataques que aqui começaram a ocorrer.

- Será que voltaram?

- Eu acho que nunca saíram – Disse apavorada, olhando de canto em canto - Witt, temos que sair daqui, esse lugar não me cheira bem – Maia andou em direção a porta dos fundos seguida por Witt.

Assim que saiu da casa, ela ouviu um barulho que vinha de dentro, como se as vasilhas que se encontravam no chão quebrassem com uma só pesada. Mais de quem? Ou do quê? Maia nem Witt usaria olhar para trás para descobrir.

Witt se sente incomodado com o mato alto batendo em suas pernas ao correr mata adentro, ouve-se pegadas firmes amassar o mato por onde passou, grunhido alto acompanhavam os passos que se aproximava a cada segundo. Não conseguiam enxergar o horizonte que se escondia atrás das árvores altas de galhos baixos. Witt aproveitou os galhos baixos e se pendurou em um deles.

- Maia, sobe em uma árvore! – Gritou ao se estabilizar no galho.

Witt se espantou com a aparência da criatura quando finalmente consegui vê-la, tinha formato de um humano, mas no lugar de unhas havia garras aparentemente afiadas, pele em decadência, orelhas pontudas, olhar frio e sagaz, dentes afiados mais totalmente podres, corria curvado, enfiando suas enormes garras na terra para pegar o impulso que o lança para frente. A criatura foi reconhecida por Witt como Mighatero, já havia topado com um ano antes. São fortes e impiedosos, sem medo ou remorso de matar.

Maia agarra em um galho e se lança rapidamente para cima dele.

Ela olha a criatura seguir direto até frear bruscamente levantando poeira. Ele corre ferozmente em sua direção. Maia saca sua balestra que se encontrava na cintura da calça. Ela sempre atraiu olhares de reprovação por onde passou, a calça que ela usava sempre afastava as pessoas.

"É apenas uma droga de uma calça" pensava ela quando andava pelas ruas e as pessoas cochichavam e lançavam lhe olhares de reprovação.

A balestra estava carregada quando mirou no Mighatero, um só tiro foi disparado. A flecha atingiu o braço direito, mas mesmo assim ela continuou a correr em sua direção. Deu por volta de onze passos e caiu com o rosto na terra.

- Resistente ele. Com uma folha de Manchineel podemos derrubar um exercito – Disse Maia descendo da árvore.

- Esse durou até muito tempo, esse veneno é bem potente, uma vez passei mal só de preparar o veneno.

- Vamos dar uma olhada nele. Será que está só desacordado ou já morreu?

Eles se aproximavam da criatura que permanece imóvel no chão. Abaixou e, encarou de diversos ângulos.

- Rápido arranque o olho dele! – Disse Witt.

Ela então sacou a adaga de prata encrustada de rubi que guardava em sua bota e a enfiou toda dentro do olho o arrancando. Então o Mighatero voltou em sua forma humana. Era uma mulher. Tinha cabelos longos, pele clara e o olho que ainda restava no rosto mudou de cor, agora possuía uma cor clara. Castanho para ser preciso. Então enfiou o globo ocular no bolço da jaqueta.

- Vocês mandaram bem – Disse Kyler de cima da árvore, o capuz cobria seu cabelo claro.

'Kyler era conhecido na liga por sua precisão, Maia nem Witt nunca o viram errar um alvo, mesmo em movimento. Isso porque nunca errou um alvo.

- Você estava ai esse tempo todo? – Pergunta Maia levantando a cabeça.

- Sim.

- E porque não nos ajudou? – Disse Witt.

- Estava legal assistir vocês tentar.

- Tentar? Agente acabou com ele sem precisar de sua ajuda – Disse Maia, ela não gostava da arrogância de Kyler essa era uma das coisas que estragavam a sua bela aparência.

- Vamos Maia, deixe-o pra lá - Então Witt e Maia caminharam em direção a mata fechada, seguidos por Kyler.

~o~

Enfim chegaram ao acampamento.

Maia e Witt foram direto para a tenda de Aidan.

Aidan, além de ser líder da liga, era o treinador de todos os integrantes, era rápido e muito astuto.

- Um olho de Mighatero – Disse Maia jogando o globo ocular para ele.

- Bom trabalho! – Diz desviando o olhar de Mia para Witt – onde vocês foram hoje?

- Era um povoado abandonado – Disse Witt.

- Qual o nome?

- Não me lembro.

- Como não se lembra?

- O que Witt quis dizer, é que nós saímos andando e encontramos esse povoado.

- Da próxima vez avisem pra onde estão indo, Tá bom? E vocês tem que aprender mentir melhor tá!

Ambos saíram rapidamente da tenda.

Aidan não gostava que Maia voltasse para o povoado onde enterrou seus pais, isso à deixava triste e fraca. Fraqueza não é uma coisa aceita na Liga dos Caçadores.

- Odeio ficar no acampamento – Disse Maia – não tem nada pra fazer aqui.

- Seria melhor se voltássemos para a mansão Gream. Lá também não é propriedade da liga?

- Sim. Da que há três dias teremos que mudar novamente – Disse Maia.

- Odeio ter que carregar essas bagagens são pesadas e as malas do Louis fedem suor, é um cheiro insuportável.

- Mas se não nos mudarmos vão achar nosso acampamento, e destruir tudo - Disse Maia parando e virando na direção de Witt.

- Eu sei, mas não seria melhor se pudéssemos ficar só em um lugar?

- Não. Gosto de andar e conhecer esses lugares – Disse Maia se virando e continuando a andar.

~o~

Todos reuniram em volta da fogueira para o jantar coletivo. Hoje era carne de cordeiro. Como sempre Maia se sentava junto de Caleb,esse era um dos casais mais invejados da liga. Todos os rapazes lançavam olhares quando Maia passava e, Caleb era invejado por ser filho de Aidan. Algo atrapalha o jantar, um rugido que vinha do arbusto fez com que todos se levantam e sacassem suas armas. Arcos, balestras, espadas, machados e adagas tudo empunhado nas mãos dos caçadores, que se preparavam para o que poderia vir.

Triologia dos CAÇADORES DE OLHOS - A procuraWhere stories live. Discover now