Sonhos confusos

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   Durante as suas aulas na escola, Max começou a se sentir estranho de repente. Por alguma razão que o mesmo desconhecia, estava apavorado. Ele sentiu um aperto enorme em seu coração e seus olhos se encheram d’agua, teimando em percorrer o seu rosto contra a sua vontade. O seu corpo estava em choque, feito um liquidificador em uso e sem ter tempo de pensar ou agir, foi cercado em um instante por uma escuridão aterrorizante que parecia querer devorá-lo. No fundo dessa escuridão, começou a escutar uma voz que gritava em desespero:

   Corra!!!... Salve a sua vida!!!...Fuja daqui!!!...

   Porém, ele não conhecia de quem era essa voz. Um minuto depois que a misteriosa voz se silenciou, um outro sentimento começou a lhe perturbar, mas dessa vez, ele já era familiarizado com ele, pois era um sentimento de solidão. Ele se sentiu sozinho novamente, em meio a escuridão.

    Max se pegava confuso sobre essas repentinas mudanças nos seus sentimentos, não conseguia entender o porquê de ele estar sentindo tudo isso. Antes do mesmo conseguir concluir os seus pensamentos, uma mistura de medo e raiva tomou-lhe conta. A sensação que passou a ter, o fez se sentir como se estivesse encarando a própria morte pessoalmente, e um ódio que nunca em sua vida sentiu por ninguém, passou a dominá-lo. Era uma raiva destrutiva, uma sede por sangue descontrolada. Em sua mente, um nome lhe invadiu como um raio, Metäzor. No entanto, naquele momento o seu medo foi maior. Ele queria sair correndo, mas o seu corpo não correspondia, estava totalmente paralisado. Optou em gritar por socorro, mas sua voz não quis sair. Quando já estava perdendo as esperanças, começou a escutar uma voz, que no início era baixa, mas que depois foi aumentando.

   --- Max... Max... --- Ele reconheceu a voz que o chamava como sendo do seu melhor amigo, Maurício.

    Uma luz surgiu em meio a escuridão, trazendo a mobilidade de volta para o corpo do Max. Ele não pensou duas vezes em correr na direção à essa luz.

   --- Max, Max!!! Acorda, Max! --- gritava o Maurício, enquanto sacudia o amigo para ver se ele acordava. --- Sentindo alguém o balançar, Max abriu os seus olhos de imediato. Ainda assustado com o que passou, olhou ao redor, percebendo que ainda estava em sala de aula.  --- Você está bem? --- perguntou após reparar no semblante assustado do seu amigo.

   --- Sim, estou. --- Respondeu ele tentando parecer o mais normal possível. --- Por quê?

   --- Eu achei que você tivesse desmaiado, nunca apagou em sala de aula antes... e por que está tremendo desse jeito? --- Perguntou ao reparar nas mãos trêmulas do amigo que mal conseguia segurar o lápis.

   --- Eu estou bem! --- Insistiu. --- Eu só dormi muito pouco ontem. Acabei caindo no sono e tendo um pesadelo. --- Ele forçou um sorriso.

   --- Então, okay. --- Foi tudo o que o Maurício falou antes de voltar a prestar  atenção na aula.

   Max focou a sua atenção nos seus colegas que o encarava, e depois para o seu professor que continuava escrevendo no quadro negro. Respirou fundo após olhar de soslaio para o seu amigo ao lado. Ele estava feliz por ter um amigo que se preocupava com ele e que sempre o protegeu. Só lamenta o fato do Maurício ter perdido um ano de colégio, por ter se sentido culpado pela morte de seu irmão mais novo, o que o fez repetir de ano e cair na mesma turma que ele. Se não fosse por isso, os dois não teriam se conhecido e virados grandes amigos.

   --- Um pesadelo muito estranho e real. --- murmurou para si.

   O dia foi saindo e dando passagem para a noite, Max ainda não conseguia tirar aquele pesadelo de seus pensamentos. Ele tentava processar todo o ocorrido, mas não conseguia chegar em nenhuma conclusão.

Max Steven & O Ser Das Trevas ( Reescrevendo)Where stories live. Discover now