Max Steven & O Ser Das Trevas ( Reescrevendo)

Introdução

Um casal aproveitava uma viagem em família com o seu pequeno filho em um barco velho de madeira, quando são surpreendidos por uma mudança repentina no tempo. Sem perceberem, foram pegos em meio a uma tempestade. O vento começou a soprar forte, criando ondas ferozes que se formavam e se quebravam em uma velocidade impressionante, fazendo o barco balançar descontroladamente. Uma chuva densa e pesada começou a cair e os barulhos dos trovões que procede aos raios no céu tomado pela cor cinza, fizeram com que o filho do casal começasse a chorar. Ele percebeu que algo aconteceria, após analisar o rosto apavorado de sua mãe, que olhava desesperadamente para o seu pai.

No céu, acima das nuvens, uma sombra se aproximava, olhando a família no barco com fúria em seus olhos escarlates.

--- Eu não acredito que ele nos achou, aahhh..., alguém deve ter nos traído.... --- avisava o marido para a esposa, em completo desespero. --- Não sei por quanto tempo eu vou conseguir afastá-lo.

--- Querido... o que vamos fazer? --- Perguntou ela, temendo pela vida de sua família. Ela tentava proteger o seu filho da chuva que caía sobre eles.

--- Acho que devemos mandar o nosso filho...--- Antes que o marido pudesse responder alguma coisa, um raio atingiu e destruiu o barco, fazendo a criança se separar dos braços de sua mãe e cair no mar.

Ele se afogava, sentia a água salgada adentrar cada vez mais em seus pulmões, enquanto perdia a sua consciência. Mas antes de sua visão escurecer completamente e já esperando pela morte, conseguiu ver uma luz que brilhava intensamente em meio ao mar escuro e tenebroso, que chamava pelo seu nome, porém, por alguma razão que o próprio desconhecia, ele não temia essa luz, pois parecia que algo entre ela lhe era familiar, o que o fez se sentir acolhido e amado.

Ao recobrar a consciência, ele percebeu que estava boiando em cima de um dos destroços do barco, e se perguntou, como foi que sobreviveu a queda e como não se afogou no mar, mas preferiu que o mesmo tivesse o levado, pois começou a se sentir só após perceber a ausência de seus pais.

Com o tempo, sua memória começou a ser afetada, esquecendo de quem era e de onde viera. Sua única companhia era uma pedra transparente em formato de uma gota d'agua.

O menino ficou boiando por horas naquele pequeno pedaço de madeira, sem nada no estômago que preenchesse o vazio em sua barriga. Ele estava faminto. Perdia a sua consciência mais vezes do que podia contar, até que em um certo momento, sentiu uma mão delicada envolver o seu corpo e o resgatá-lo do mar. Antes de desmaiar novamente devido à exaustão e a fragilidade de seu corpo, escutou uma voz doce dizendo que iria ficar tudo bem e que iria cuidar dele.

Quando acordou, percebeu que estava deitado em um berço antigo de madeira, com alguns bichos de pelúcia espalhados pela cama. O quarto era humilde e simples, possuindo apenas uma cama de solteiro e um criado-mudo retrô que suportava um abajur branco ao seu lado. As paredes, de cores bege claro, deixava o ambiente mais harmonioso e aconchegante. Ele ainda estava com fome, e apesar do ambiente acolhedor, o medo tomou conta de seu corpo, o que o fez começar a chorar aos prantos.

Ouvindo o choro da criança, uma mulher jovem adentrou o quarto e se aproximou do menino no berço. Ela aparentava ter 20 anos de idade. Suas mechas ruivas deixava o seu rosto mais fino. Ela vestia uma blusa azul com alguns detalhes floridos e uma calça jeans básica.

A mulher ruiva simplesmente parou na frente do menino e o encarou com os seus olhos castanhos esverdeados. Quando a criança menos esperava, um belo sorriso se formou no rosto da mulher, um sorriso que o fez se acalmar e sorrir de volta como uma resposta automática de seu corpo.

Mariana, a mulher dos cabelos de fogo, reparou em um brilho incrível nos olhos da criança, e não demorou muito para adotá-lo como seu filho, batizando o menino como Maximilian Steven. A própria não soube explicar de onde tirou esse nome, mas acreditava que ele não poderia ser chamado de outro jeito.

O tempo passou-se, rápido demais aos olhos de Mariana, pois o seu amado filho já iria completar os seus 16 anos, aniversário do dia em que ela o havia encontrado.

Max, um garoto magro de corpo frágil, só desejava uma coisa como presente de aniversário, uma grande aventura. Devido as suas condições físicas, ele nunca foi capaz de se divertir com os seus colegas de escola, pois sempre desmaiava ou se machucava com facilidade, e isso fazia com que fosse humilhado e rejeitado por eles. Seu único e melhor amigo, Maurício, era um ano mais velho que ele, mas sempre se divertiam juntos como duas crianças travessas que não se importavam com as opiniões aleias. Os dois adoravam tudo do mundo Geek, mas as suas paixões em comum, era o universo e tudo o que nele continha. Max sempre imaginou como seria estar no espaço, viver por entre as estrelas, e agarraria a primeira oportunidade de viver esse sonho. Mal sabia ele, que esse sonho estava prestes a se realizar, e uma visita inesperada, iria abalar o seu mundo e trazer respostas que sempre procurou saber. Só não esperava os perigos que teria que se submeter para obtê-las.