Capítulo VII

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Longe dali, os cavalos de Diana e Rodolfo era presos a um tronco e os dois caminharam até um riacho. Se recostando contra uma das árvores, Diana observou o rapaz que mais cedo ou mais tarde pediria sua mão. Ela sabia que em breve tornaria-se a Sra. Borges e não pôde deixar de suspirar ao imaginar-se no altar.

- Está pensativa, Srta. Montez. - ele se aproximou.

- Adoro pensar. - sorriu.

- Quero lhe fazer uma pergunta.

- Ora, então pergunte.

- Quais os seus interesses em meu irmão? - Rodolfo segurou a mão pálida de Diana.

- Nenhum. O senhor é o único que me causa interesse.

- Fico completamente feliz em saber disso. - ele chegou ainda mais perto dela.

- Por quê? - Diana ficou presa entre o tronco da árvore e o homem à sua frente.

- Porque tomarei uma liberdade.

- Vai beijar-me?

- Vou. - Rodolfo levou a mão de Diana até seus lábios e beijou-lhe delicadamente os nós dos dedos. - Já beijei.

Diana franziu as sobrancelhas, chateada por não ter ganhado o beijo que esperava receber e ele disse:

- Não fique zangada, minha querida. - beijou então sua testa. - Eu ainda serei seu marido, então a beijarei o quanto quiser.

Ela sorriu e ele se afastou para estender-lhe o braço. Diana o segurou com firmeza e começaram uma caminhada em volta do riacho.

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Ao todo eram dez cartas. Sim, Anabete escrevera dez cartas para o Sr. Hamilton durante a semana após o adorável passeio a cavalo e ela estava assustada com o que vinha fazendo. Escrever sobre o Sr. Hamilton tinha se tornado um vício e Anabete pensava em uma maneira de parar com aquilo antes que alguém descobrisse.

Depois de mais uma tarde na biblioteca, Anabete voltou para o quarto com o livro cheio de cartas entre as páginas. Aproveitou a distração de Diana para guardá-lo debaixo do colchão e uma batida na porta a despertou.

- Pode abrir a porta, querida? - perguntou Diana sentada em uma poltrona macia, admirando a vista da janela.

- Claro. - Anabete foi até a porta e viu que seu pai segurava uma pequena bandeja com uma correspondência sobre ela. - Olá, papai!

- Olá, Anabete. - o velho beijou a testa da filha. - Trouxe uma carta para a Srta. Montez.

Anabete pegou o papel amarelado, fechado com um lacre vermelho, e disse:

- Obrigada. - sorriu.

- Nos vemos no jantar.

Ele saiu e Anabete fechou a porta, indo na direção de Diana e lhe entregando a carta.

- Chegou isso para você.

- Humm... de quem será? - a Srta. Montez abriu a carta e fez uma cara de surpresa ao ler as palavras escritas. Ao finalizar a leitura, afundou-se ainda mais na poltrona e levou uma das mãos ao rosto. - Maldição! - exclamou.

- O que houve? São notícias ruins? - Anabete se preocupou.

- Péssimas! - respondeu. - Minha irmã está vindo para cá, chegará daqui dois dias!

- E por que isso vem a ser uma má notícia?

- Porque acredito que ela tenha trocado de lugar com o próprio diabo!

- Meu Deus! - a dama de companhia assustou-se.

- Tenho pena dos pobres criados. - Diana lamentou. - Essa visita não está me cheirando bem, Anabete. - se levantou e segurou as mãos de sua amiga. - Escute-me, tome cuidado com ela. Ela com toda a certeza vai querer tomar seus pretendentes!

- Diana, não tenho pretendentes.

- Tem, sim. O Sr. Borges e... o Sr. Hamilton.

Anabete abriu a boca para protestar.

- O Sr. Hamilton é meu patrão! Eu nunca...

- Querida, eu posso ser muitas coisas, mas não sou boba. - riu. - Ele a olha de forma diferente. Sei que a admira.

- É impressão sua.

- Tudo bem, continue mentindo para si mesma. Mas se não prestar atenção, minha irmã o roubará de você!

Anabete então solto-se de Diana e sentou-se em sua cama. A irmã de Diana era rica como ela, deveria usar os mais belos vestidos e ter um rosto perfeito. Ela com certeza chamaria a atenção de Robert, ela com certeza conseguiria tê-lo para si.

Uma dama de companhia tímida e que ainda por cima era filha de um dos empregados não tinha chances contra a mais nova convidada do Sr. Hamilton.

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dshumans este capítulo é dedicado a você por ter dado uma chance a essa história e por estar me motivando pra valer!

Muito obrigada! ❤❤❤

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