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Longe dali, os cavalos de Diana e Rodolfo era presos a um tronco e os dois caminharam até um riacho. Se recostando contra uma das árvores, Diana observou o rapaz que mais cedo ou mais tarde pediria sua mão. Ela sabia que em breve tornaria-se a Sra. Borges e não pôde deixar de suspirar ao imaginar-se no altar.
- Está pensativa, Srta. Montez. - ele se aproximou.
- Adoro pensar. - sorriu.
- Quero lhe fazer uma pergunta.
- Ora, então pergunte.
- Quais os seus interesses em meu irmão? - Rodolfo segurou a mão pálida de Diana.
- Nenhum. O senhor é o único que me causa interesse.
- Fico completamente feliz em saber disso. - ele chegou ainda mais perto dela.
- Por quê? - Diana ficou presa entre o tronco da árvore e o homem à sua frente.
- Porque tomarei uma liberdade.
- Vai beijar-me?
- Vou. - Rodolfo levou a mão de Diana até seus lábios e beijou-lhe delicadamente os nós dos dedos. - Já beijei.
Diana franziu as sobrancelhas, chateada por não ter ganhado o beijo que esperava receber e ele disse:
- Não fique zangada, minha querida. - beijou então sua testa. - Eu ainda serei seu marido, então a beijarei o quanto quiser.
Ela sorriu e ele se afastou para estender-lhe o braço. Diana o segurou com firmeza e começaram uma caminhada em volta do riacho.
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Ao todo eram dez cartas. Sim, Anabete escrevera dez cartas para o Sr. Hamilton durante a semana após o adorável passeio a cavalo e ela estava assustada com o que vinha fazendo. Escrever sobre o Sr. Hamilton tinha se tornado um vício e Anabete pensava em uma maneira de parar com aquilo antes que alguém descobrisse.
Depois de mais uma tarde na biblioteca, Anabete voltou para o quarto com o livro cheio de cartas entre as páginas. Aproveitou a distração de Diana para guardá-lo debaixo do colchão e uma batida na porta a despertou.
- Pode abrir a porta, querida? - perguntou Diana sentada em uma poltrona macia, admirando a vista da janela.
- Claro. - Anabete foi até a porta e viu que seu pai segurava uma pequena bandeja com uma correspondência sobre ela. - Olá, papai!
- Olá, Anabete. - o velho beijou a testa da filha. - Trouxe uma carta para a Srta. Montez.
Anabete pegou o papel amarelado, fechado com um lacre vermelho, e disse:
- Obrigada. - sorriu.
- Nos vemos no jantar.
Ele saiu e Anabete fechou a porta, indo na direção de Diana e lhe entregando a carta.
- Chegou isso para você.
- Humm... de quem será? - a Srta. Montez abriu a carta e fez uma cara de surpresa ao ler as palavras escritas. Ao finalizar a leitura, afundou-se ainda mais na poltrona e levou uma das mãos ao rosto. - Maldição! - exclamou.
- O que houve? São notícias ruins? - Anabete se preocupou.
- Péssimas! - respondeu. - Minha irmã está vindo para cá, chegará daqui dois dias!
- E por que isso vem a ser uma má notícia?
- Porque acredito que ela tenha trocado de lugar com o próprio diabo!
- Meu Deus! - a dama de companhia assustou-se.
- Tenho pena dos pobres criados. - Diana lamentou. - Essa visita não está me cheirando bem, Anabete. - se levantou e segurou as mãos de sua amiga. - Escute-me, tome cuidado com ela. Ela com toda a certeza vai querer tomar seus pretendentes!
- Diana, não tenho pretendentes.
- Tem, sim. O Sr. Borges e... o Sr. Hamilton.
Anabete abriu a boca para protestar.
- O Sr. Hamilton é meu patrão! Eu nunca...
- Querida, eu posso ser muitas coisas, mas não sou boba. - riu. - Ele a olha de forma diferente. Sei que a admira.
- É impressão sua.
- Tudo bem, continue mentindo para si mesma. Mas se não prestar atenção, minha irmã o roubará de você!
Anabete então solto-se de Diana e sentou-se em sua cama. A irmã de Diana era rica como ela, deveria usar os mais belos vestidos e ter um rosto perfeito. Ela com certeza chamaria a atenção de Robert, ela com certeza conseguiria tê-lo para si.
Uma dama de companhia tímida e que ainda por cima era filha de um dos empregados não tinha chances contra a mais nova convidada do Sr. Hamilton.
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dshumans este capítulo é dedicado a você por ter dado uma chance a essa história e por estar me motivando pra valer!Muito obrigada! ❤❤❤
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Qualquer Negócio ✓
Historical FictionEM REVISÃO Anabete Moreira passou anos em um convento na cidade de Paris após a morte da mãe. Porém, volta ao Brasil a pedido de seu pai para trabalhar como empregada do arrogante Robert Hamilton, um inglês que habita uma enorme propriedade em terra...
Capítulo VII
Começar do início