XXXVI

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Eu rasgo a embalagem
Eu quebro a casca
Eu desmonto as peças
Eu corto a divisão

Para que o que havia de ruim possa sair
Porém, com eles, também sai o que havia de bom
E resta-me o vazio
Um vazio cheio de interrogações perdidas

Eu vejo o que ninguém vê
Eu enxergo o que não é visível aos olhos humanos
Eu escuto o que não foi dito
Eu entendo o que não foi concluído
Eu prevejo o indeterminado

Eu colo a embalagem
Eu conserto a casca
Eu monto as peças
Eu junto a divisão

E nada volta a ser o que era antes
Continua um vazio
Um vazio cheio de interrogações perdidas

Assinado, Menina AleatóriaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora