-eu...haaa- olho rapidamente á volta e vejo o meu telemóvel brilhar com uma mensagem do Harry.

*1850*

-1850?- tento

-está certo, no entanto acho que toda a sala viu o pequeno brilho proveniente do seu telemóvel.

-eu...

-oh por favor, chega de "eu", passe no meu gabinete ás 15:00h, estou a falar asserio Miss.Black

Ele continua a sua aula de história de arte, ainda mais secamente e ardem-me lagrimas nos olhos. Nada de bom pode vir dele. Arg porque não podia tudo ser normal. Porquê? Porque tinha eu que determinar que precisava de vir para Oxford para ser "crescida" apenas vieram mais sarilhos e mais lágrimas, e mais tristeza.

No entanto nunca me tinha divertido tanto. Tudo tem sido tao bipolar que não consigo acompanhar o que se tem passado neste ultimo mês. Eu tento, juro que tento, mas a única coisa que me acorre é uma data de estupidezes que eu tenho vindo a realizar.

Tudo parece uma data de memórias sem nexo e o que eu mais quero é apanhar tudo para cada peça ter o seu lugar no puzzle.

Não aguento mais a aula e saio de mansinho. O olhar que Mr.Gabriel me manda faz-me querer voltar para o meu lugar, mas agora que me levantei quero ir lá para fora.

O bom de estar na universidade é que podemos sair e entrar quando quisermos que ninguém vai, provavelmente dar por nós. Isso deixa-me contente, mas ao mesmo tempo faz-me um pouco de confusão.

O ar é fresco e embate na minha de forna rude. Sinto o meu pulso fragilizado arder devido á diferença de temperatura. Sei que devia responsabilizar ainda mais o Harry pela marca que me deixou mas a verdade é que de cada vez que olho para o meu pulso é como se houvessem duas Soph's e cada uma tivesse uma versão diferente para contar. Uma acha que foi a parte negra do Harry que agiu e a outra apenas o acha-a um homem violento que vai acabar por me magoar muito além do que fisicamente.

A minha mochila é pesada no meu ombro e ando vagarosamente até ao aparamente. O Harry disse que ia apenas ao segundo bloco e faltam apenas 10 minutos para o segundo bloco começar, ao que o apartamento deve estar vazio. Não sei como me vou sentir ao dormir no mesmo espaço que o Harry. Parece apenas demasiado para mim e para o meu fragilizado ego.

Quando chego ao meu complexo vejo que começou a chover. É segundo dia seguido que isto acontece. Odeio chuva, odeio tudo em geral hoje. Até um lindo cachorrinho hoje me poderia parecer um lagarto repugnante

Rodo a chave na fechadura e censuro o Harry mentalmente por não ter trancado a porta como deve ser. Quando entro no apartamento ele está muito silencioso. O silencio atinge-me como uma camada de isolamento e lágrimas indesejadas ameaçam rolar pelos meus olhos.

Penso que talvez o Harry tenha ido para o seu apartamento, por achar que eu sou infantil. Eu sei que a culpa no meu de tudo isto é dele. Foi ele quem me marcou a pele. Já o tinha feito antes, mas nunca me doera ao ponto de me meter a chorar. Ao ponto de me fazer desejar voltar para casa.

Avanço até ao quarto e todo o meu ser congela ao ver o Harry sentado em cima da minha cama com a minha ovelha de peluche entre as pernas. Não sei do que tenho medo. Ele não vai voltar a magoar-me. Ou vai?

-Sophia. – ele murmura e anda até mim.

Fico paralisada quando ele anda até mim encosto-me a porta apenas para ganhar mais distância dele. Ele percebe isso e os seus olhos arregalam-se e consigo ver perfeitamente que estão a raiar de sangue, a conter as lágrimas. Lágrimas que ele nunca vai derramar.

-fodasse, o que me fazes tu?!- ele grita e eu fecho os olhos.

-olha para mim, olha como eu estou. Estive a pouco de chorar. Eu não choro Sophia. NUNCA.- ele murmura e grita.

Lagrimas indesejáveis voltam a escorrer-me pelos olhos.

-para.- Murmuro ainda de olhos fechado.- Para de gritar comigo, estas a pôr-me doente.- Sussurro entorpecida pelas lágrimas.

-Sophia eu... eu não fiz isso, eu não queria... meu Deus, que tipo de monstro sou eu?- ele diz olhando para o teto.

Ele agarra o seu cabelo e começa a andar às voltar. Ele passa as mãos repetitivamente pelo seu bonito cabelo. Ele volta-se muito de repente para mim e ajoelha-se á minha frente.

-por favor não te vás embora... desculpa-me.- ele diz numa voz tao rouca que me faz tremer.

-eu não te queria magoar, por favor Sophia perdoa-me.- a maneira como ele encosta a cabeça á minha barriga faz-me tremer. Não sabia que ia reagir tao mal ao seu toque. Ele parece notar e olhar para mim com um olhar triste.

-não me odeies Soph por favor.

E então tudo se torna incrivelmente claro na minha cabeça. Um pequeno rapazinho de 4 anos, sem mãe e á procura de amor. A única forma de amor que ele conhecia era o sexo, nada mais, apenas contacto físico.

Não sei que o pretendo fazer a seguir mas continuo a tremer no que toca ao seu toque. Não quero que ele chore. Viu chorar na minha visão e não pretendo que aconteça de novo. Por muito que ele me magoe, por muito que as pessoas em geral me magoem, não quero que ninguém sofra.

Muito lentamente deixo-me escorregar para o seu colo e encosto a minha cabeça no seu peito. Ouvindo o constante barulho do seu coração. E tanto eu como ele, vamos acalmando. O meu corpo parece reabituar-se ao seu toque e ele parece descontrair quando eu deixo de tremer.

-não me deixes Sophia, não quero ficar sozinho.- Ele murmura no meu cabelo.

-não me deixes ir embora.- Murmuro de volta

Ele agarra no meu pulso e olha para a marca que os seus dedos deixaram. Ele passa e repassa os dedos sobre a marca roxa e tremo quando aplica um pouco mais de força. Como a testar a minha dor.

-não tenho coração.- Ele murmura para ele mesmo

------------------------------

Acharam triste? Esperem até ver o que ai vem  :o

Deixem opiniões eu adoro ler e responder ao vossos comentário *-*

LY

Twitter-
Instagram- Saraccc_
Snapchat- Image1D

Vision 1 - The JudgedUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum