Capítulo V

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Nós estávamos na casa do Willian, sem nada para fazer.

— Gente, vamos dar uma volta? — perguntou Justin.

— Vamos! — digo.

— Mas não tem ninguém na rua. — disse Willian.

— Não tem problema! Mas e se nós fossemos até a delegacia ver ser o Hudson tem notícias? — digo.

— Vocês acabaram de depor praticamente, ele ainda não tem pista de nada. — disse Willian.

— Ah, não custa nada tentar... — digo.

— Está bem, vou avisar a minha mãe. — disse Willian.

Saímos da casa do Willian e seguimos em direção à delegacia. Ao chegarmos fomos logo a procura do Hudson.

— O que estão fazendo aqui, crianças? — perguntou Hudson.

— Viemos saber se tem notícias do caso da Clarice. — respondi.

— Não, infelizmente não tenho e vocês dois acabaram de me dar um depoimento, não montamos uma equipe de busca pelo local ainda. — respondeu Hudson. — E devido as circunstâncias do passado desta cidade, já devemos nos acostumar com a ideia da volta de um certo alguém.

— Sim, sabemos, mas a dona Spencer ali não quer acreditar. — disse Justin.

— Eu quero provas da existência dessa coisa — digo.

— Você viu, Spencer, encare os fatos. — disse Justin.

— Não, aquilo não significou nada. — digo.

— Bom, meninos, eu preciso que vocês voltem para casa, nós temos muito trabalho por aqui. — disse Hudson.

— Está bem, mas qualquer coisa nos avise, por favor. — digo.

Nos despedimos do Hudson e voltamos a caminhar.

— Que tal nós procurarmos sobre esse tal Slender Man? — perguntou Willian.

— É, boa ideia. — disse Justin.

— Vamos ficar na casa de quem? — perguntou Willian.

— Pode ser na minha. Depois daquele dia em que fomos ao mercadinho, a comida ficou guardada e tem bastante coisa lá. — digo.

— Está bem. Eu vou avisar a minha mãe. — disse Willian.

— Tudo bem, nós te esperamos. — digo. — Aliás, não preferem dormir lá em casa?

— Pode ser. — disse Justin.

— Vamos fazer o seguinte então: vocês dois vão para suas casas, peguem suas coisas e vão lá para a minha casa. — digo.

— Beleza! — disse Willian.

Então fizemos assim. Eu voltei para casa e avisei a minha mãe que os meninos estavam vindo.

— Pode fazer algo para comermos? — perguntei.

— Claro! — disse a minha mãe.

Vinte minutos depois, os dois finalmente chegaram.

— Bom, a programação hoje é por conta de vocês. — digo.

— O que vamos fazer? — perguntou Justin.

— Não sei, eu estou com fome. — respondeu Willian.

— Relaxa! A minha mãe está preparando algo para comermos. — digo.

— Spencer, pegue seu notebook para pesquisarmos sobre o Slender Man. — pediu Justin.

— Está bem. — digo, indo em direção a estante. — Aqui está. — entreguei ao Willian.

O Willian posicionou o notebook na mesa de centro da sala e começou a pesquisar.

— Bom, vamos ver se encontramos algo interessante por aqui. — disse Willian.

— Olha ali, neste site diz que tem um arquivo com fatos importantes do Slender. — disse Justin, olhando para a tela do notebook.

— Para começarmos, isso está de bom tamanho. — digo. — Clica nesse site aí.

— Irei ler. — disse Willian. — O Slender Man é descrito vestindo um terno preto, com braços grandes que parecem tentáculos, que o ajudam a assustar e capturar suas vítimas, pois estas ficam em estado hipnóticos, totalmente impotentes em sua presença.

— Não quero saber da aparência dele, acelera isso. — digo.

— Por muito tempo ele era tratado como uma lenda urbana para assustar crianças. Com o passar do tempo, alguns fatos estranhos começaram a acontecer e o Slender Man deixou de ser apenas uma lenda para virar realidade. Existem muitos relatos de pessoas que já alegaram terem-no visto. Dizem que ele costuma aparecer a noite, geralmente em áreas florestais ou próximas a rios. — disse Willian.

— E o que ele faz com as vítimas afinal? Ninguém conseguiu me responder isso até agora. — digo, irritada.

— Não se sabe, não há respostas. É o que dizem aqui. Ele apenas aparece e te leva, assim, você some para sempre. É como se você estivesse morto. — respondeu Willian.

— E esperam que eu acredite nisso? — perguntei.

— Spencer, não é tão complicado encarar os fatos. — disse Justin.

— Não, não dá. — digo.

— A sua hora pode estar próxima, Spencer. A sua e a de todos nós aqui. — disse Justin.

— Não tem motivo para eu me preocupar com uma fábula maldita! — digo, irritada.

— Não é só uma fábula, está acontecendo! — disse Justin.

— Eu não vou brigar com você. — digo.

— Olha, parem já com isso! — disse Willian. — Vamos esfriar a cabeça e relaxar, é para isso que estamos aqui. Não vamos mais interferir nas crenças uns dos outros. Acabou!

— Está bem. — disse Justin.

— Eu vou ver se a minha mãe precisa de ajuda na cozinha. Se virem aí, eu já volto. — digo.

{Justin}

— Então, o que iremos assistir? — perguntou Willian.

— Não sei, vamos de filme de terror? Tem um filme aqui chamado: Demônio de Neon.

— O Satanás resolveu participar de festas agora, é? — disse Spencer, vindo com um balde de pipoca.

— Idiota! — digo, rindo.

— Eu não quero ver filme de terror hoje. — disse Spencer. — Já volto, vou pegar as bebidas.

— A Spencer está desanimada demais. — disse Willian.

— É, eu sei. A Clarice e ela eram muito próximas. — digo. — Que tal vermos procurando Dory? É uma das animações preferidas da Clarice.

— Boa ideia! — digo.

— Vamos esperar ela voltar. — disse Willian.

{Spencer}

Eu fui na cozinha para pegar refrigerante e a minha mãe acabou fritando batata. A noite estava indo bem.

— Então, o que iremos assistir? — perguntei.

— Procurando Dory. O que acha? — perguntou Justin.

— Perfeito. Obrigada! — digo, sabendo o motivo da escolha.

E assim nossa noite seguiu.

Eu estava com muitas saudades da Clarice, não via a hora de vê-la novamente.

Slender Man - O Conto [Livro 1]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora