Garota Malvada ( Em Pausa )

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Semanas depois....

Depois daquela queda realmente torci meu tornozelo mas isso não me impediu de correr 2 quilômetros, apenas parei de correr quando desmaiei. Acordei em um pequeno hospital com uma faixa enrolada em toda a minha perna e com os pés inchados e cheios de bolhas.
  É claro que eu não fiquei naquele muquifo que eles chamam de hospital, peguei emprestado uma boa quantia de xelocaina " tá! , eu roubei a merda de anestésicos local,  foda- se, estou com uma dor do cão! "
  Estou hospedada em um pequeno motel de esquina,  fiz uma trato com o gerente viciado em álcool para poder passar alguns dias aqui.
    Neste momento estou jogada na pequena e velha cama que range a cada movimento meu, olho para o teto mofado como se ele pode -se ou tivesse a solução para os meus problemas.
    Não corro a um mês,  a faculdade provavelmente já riscou meu nome da lista de alunos. ... O que mais me perturba é saber que não é apenas Dante que está me caçando como se eu fosse a merda de um animal raro que vale milhões.
   Todo mundo erra na vida, cada ser humano tem algum tipo de vício ou pecado que se arrepende até a alma, mas todos também como seres racionais temos o direito .... o PRIVILÉGIO! De sonhar.
   Eu admito que tenho dois vício,  o primeiro é correr, amo a adrenalina que possui meu corpo a cada vez que sento atrás de um volante e piso em um acelerador,  o meu segundo vício me mata a cada dia mas não consigo larga - lo, eu estou a meses sem colocar a merda de um cigarro em minha boca, não me importa se seja nicotina ou maconha, não sei descrever o que estas substâncias provocam em meu corpo. O meu sonho é ser advogada "que ironia não? !" .
   Sim quero ser a Porra de uma advogada,  quero ter o privilégio de livrar minha bunda de minhas próprias merdas, não sou uma pessoa santa nem me considero como uma, quando meu irmão partiu ficamos sem nos comunicar por alguns anos ... poucos anos, dois ou três no máximo... mas a sua ausência mexeu com meu psicológico fodido, me envolvi em brigas, Ganges,  corridas, drogas..... eu já fiz de tudo ... quando digo tudo, é tudo mesmo,  apenas nunca me interessei por prostituição "Bom!, pelo menos  não a minha".
  Para uma "menina" de 19 anos de idade eu já vivi muito, vivi em apenas alguns meses o que muitas pessoas sonham em viver e demoram anos e anos, aprendi que no mundo em que escolhi viver tenho que calcular cada passo que irei dar, algo espontâneo poderia me matar.
  Estou prestes a completar 20 anos, estou sendo perseguida por meu patrão e meu suposto noivo,  já não vou mais para a minha sonhada faculdade, tenho alguns trabalhos para realizar.
  Ao contrário de muitos eu não sinto prazer algum em tirar uma vida, mesmo ela sendo a mais podre e de alma corrompida.
  Eu sei que tenho um lugar reservado no inferno para mim, não sou Deus para fazer alguma justiça, mas é isso o que eu faço.
  Se algum dia alguém me perguntar se me arrependo de tudo o que eu já fiz ou pretendo fazer a resposta sairá de meus lábios com tanta facilidade que realmente perturba minha mente.
  NÃO!  Esta é a resposta, não sinto prazer em matar, mas nunca disse que não gostava da adrenalina e do poder do medo.
   O poder ele abre muitas portas!, todas as pessoas temem algo, e quando você é o que elas temem ... Bom!, é algo satisfatório em minha opinião é claro.
  Agora que estou sozinha e sem meu irmão infernal, poderei fazer uma visitinha rápida a Karina.
   Me levanto da cama coloco uma roupa descente. Visto uma calça preta jeans, um salto também preto e um top branco que deixa minha barriga totalmente exposta, em cima do pequeno criado mudo pego a chave do carro que peguei emprestado com um camaradinha....
" tá porra eu roubei o carro mais Foda - se, irei devolver para o dono .... eu acho!"
    Tranco a porta do meu quarto e corro até o carro, do banco do carona pego uma jaqueta jeans com touca e a coloco, já dentro do carro passo uma maquiagem que realça meus olhos os deixando mais ameaçadores e um batom vermelho sangue, ligo o carro e piso fundo.
- Karina ... Karina - estalo a língua - Me aguarde florzinha - rio irônica - Nossa conversa será longa - rosno apertando o volante do carro e pisando forte no acelerador do pequeno gol preto de vidros fume.