Epílogo

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Eles estão brincando em frente ao lago. A menina com cabelos escuros e olhos azuis dança. O menino com cachos louros e olhos cinzentos se esforça para manter o ritmo dela com suas perninhas gorduchas de bebê. O sorriso idiota não deixa o meu rosto em absolutamente nenhum momento. Eu me deito no colo de Peeta, sobre a nossa toalha de pequinique onde almoçamos praticamente todos os dias e ele imediatamente leva as mãos para o meu cabelo.

Eu sinto a sonolência da tarde tomar conta de mim e deixo minha mente vagar. Eu me lembro de tudo que nos custou para chegar até onde estamos hoje. Quando senti minha pequena Jennifer se agitando dentro de mim, fui consumida por um terror que parecia tão velho quanto a própria vida. Apenas a alegria de segurá-la nos braços pôde fazer com que o superasse. Carregar meu pequeno Josh foi um pouquinho mais fácil, mas não muito.

Peeta diz que vai ficar tudo bem. Temos um ao outro. Mas um dia eu terei de dar uma explicação sobre os meus pesadelos. Por que eles acontecem. Por que eles realmente jamais acabarão.

Direi a eles como sobrevivo aos pesadelos. Direi a eles que nas manhãs desagradáveis, é impossível sentir prazer em qualquer coisa que seja, porque temo que essa coisa me possa ser tirada. É quando faço uma lista em minha cabeça com todos os atos de bondade que vi alguém realizando. É como um jogo. Repetitivo. Até um pouco entediante após mais de vinte anos.

Mas há jogos muito piores para jogar.

Jogos Vorazes - CicatrizesWhere stories live. Discover now