Capítulo 2 - A Padaria

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Ouvi a campainha tocar no momento exato que termino de vestir minha camiseta verde-claro. Meu cabelo está com a trança característica por sobre as costas e visto uma calca confortável de couro batido, muito útil durante as caças matinais. Desço as escadas, abro a porta e me deparo com os brilhantes olhos azuis de Peeta. Ele está vestindo uma calça jeans velha e uma camiseta branca que se adere a sua pele devido ao suor, revelando seu peito esculpido por trás. A visão é estranhamente excitante.

– Oi Katniss! – Cumprimenta ele animado. – Pronta para começar?

– Eu saberia responder melhor se você tivesse me contado o que iriamos fazer! – Respondi brincando. – Tudo que você me falou foi para não ir com roupas novas, apenas confortáveis! Isso não é de muita ajuda!

– Calma que logo você vai saber! – Responde ele sorrindo. – O que me lembra que eu tenho que perguntar. Você não tem um grande apego a essa camiseta e essa calça não né? Porque se tiver é melhor trocar.

– O que você está aprontando Peeta? – Eu pergunto genuinamente curiosa.

– Vamos logo e você já vai descobrir!

Juntos, descemos o caminho da Vila dos Vitoriosos até o centro da cidade. Peeta me conduz a área onde sua antiga casa ficava. Eu não tinha voltado aqui ainda. Apesar de já ter se passado uma semana desde que concordei em ajuda-lo com a reconstrução da padaria, a maior parte de tudo que eu tinha feito era passar as tardes com ele conversando e debatendo ideias sobre como a nova padaria seria. Não tinha nem sequer vindo ver em que ponto a construção estava.

Percebi que muito do tempo que passei com ele foi mais para me distrair do que realmente para decidir alguma coisa. A padaria já estava praticamente pronta. As paredes de tijolos já tinham sido totalmente levantadas e rebocadas, o telhado também já tinha sido finalizado, a porta de entrada já tinha sido colocada, uma porta dupla de madeira com uma aparência rústica posicionada no centro exato da lateral virada para a rua, de cada lado da porta, uma grande vitrine de vidro tinha sido colocada.

Peeta me permitiu alguns segundos para admirar a construção e então me conduziu para o lado de dentro. Uma vez aqui eu percebi que ainda tinha muito a ser feito. Apesar da construção já estar de pé, os acabamentos ainda estavam em fase inicial. Nada da pintura tinha sido feita, não havia nem sinal de mobília no lugar e parte do piso de granito ainda tinha que ser assentado.

– Você tem escondido bastante coisa de mim com esses seus projetos fictícios... – Eu arrisco dizer. Peeta sorri antes de me responder.

– Eu sabia que você iria deduzir isso. É difícil esconder as coisas de você. – Ele responde já admitindo a culpa. – Os projetos não eram fictícios. Só já estavam em execução quando eu mostrei eles para você.

– Ainda assim você levou eles para minha casa a semana toda, pedindo minha opinião como se fosse algo de extrema importância e que iria definir o futuro da construção. – Eu continuo. – Mas nada do que eu falasse iria mudar alguma coisa. A construção já estava no fim, para dizer o mínimo.

– Isso não é totalmente verdade. Você realmente influenciou no projeto. As vitrines de vidro na frente foram ideia totalmente sua. Eu pedi para faze-las logo depois que você deu a sugestão.

Isso me apazigua e eu deixo a discussão morrer.

– Bem... O que estamos fazendo aqui então? Mais projetos "quase" fictícios? – Eu provoco, mas estou genuinamente curiosa.

Peeta me pede um segundo e sai do cômodo principal, adentrando ao que julgo ser o local onde os pães serão preparados. Alguns segundos depois ele retorna equilibrando pinceis, rolos e duas latas grandes de tinta.

Jogos Vorazes - CicatrizesWhere stories live. Discover now