1 noite longa

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Me aproximei de Alby que permanêcia desacordado no chão, toquei seu rosto frio, um feio machucado jazia em sua testa e seu sangue coagulava na ferida.
- O que aconteceu com ele? - Perguntou Thomas que tinha se agachado ao meu lado, me afastei um pouco, senti o olhar confuso de Tom mais fitei Minho que suspirou.
- Fiz o que tinha de ser feito. - Respondeu e com certa dificuldade se levantou. - Vão ficar parados ai para o jantar ou vão se mexer? - Perguntou dando as costas a nós.
- Minho e o Alby? ele ainda está vivo. - Exclamei e ele se virou, confesso que seu olhar desesperançado me enchia de pânico a cada minuto.
- Ele foi picado. E perdeu muito sangue. - Falou. Dei de ombros.
- Mais esta vivo. - Repeti e com um aceno Thomas me ajudou a por o moreno em pé, coloquei o braço do garoto em meus ombros e fomos atrás de Minho, confesso que Alby era mais pesado que eu imaginava e na segunda curva do labirinto já estava aos tropeços.
- Tá. - Bufou Minho parando e virou-se para mim. - Deixa que eu levo ele sua cabeça de mertila vai de-me o braço dele. - "Pediu" e um segundo depois ele dava apoio a Alby.
- Eu conseguia levá-lo. - Reclamei e vi um mínimo sorriso surgir em seus lábios.
- Hanrram, eu vi sua a força, bem impressionante. - Falou Sarcástico, Revirei os olhos, Tom parou e paramos também, não dava para enxergar nada.
- Ouviram isso? - Indagou, olhei em volta forçando a vista, desta vez ouvindo outro som de algo metálico ao longe, senti minha pele se arrepiar só do imaginar dar de cara com um verdugo.
- Temos que deixar o Alby. - Exclamou Minho, ergui as sombrancelhas e apontei para Alby.
- Olha para ele, não podemos deixa-lo. - Respondi e o coreano olhou para Thomas que concordou comigo.
Outro som.
Nos entre-olhamos, podia ouvir o bater do meu coração disparado graças a escuridão sinistra que a noite trazia e não conseguia distinguir bem o que os outros estavam sentindo graças a ela.
- Temos. que ir. agora. - Falou Minho largando Alby no chão.
- Minho não podemos. - Ele segurou meu braço com força e por um momento meu rosto foi tomado pela surpresa, ele me arrastou até onde Alby estava.
- Esta vendo ele? Vamos acabar igual a ele ou pior,Vamos todos morrer se continuarmos aqui, ele já está infectado e talvez não viva mais. - Falou alto suficiente para suas palavras ficarem gravadas em minha cabeça.
Puxei meu braço de sua mão.
- Isso bom, queres ir? Vai. Tudo bem, pode ir, mais vou ficar aqui, como você disse "talvez" só "talvez"  ele não viva mais. - Falei com convicção que não sei de onde surgiu e fitei Tom.
- Eu vou ficar. - Ele falou sem ao menos excitar. - Mel tem razão Minho. - Explicou.
Outro som, desta vez mais perto, Minho nos lançou um olhar triste como se desculpa-se e o observei correr para longe de nós, Me virei para Tom.
- O que faremos? - Perguntei sem ideia nenhuma, o medo tomava todos os meus pensamentos.
Ele olhou para cima e repentinamente decifrei o que ele queria fazer, amarramos alguns cipós em volta do corpo adormecido de Alby, e com as mãos trêmulas ajudei a suspende-lo no ar.
- Só mais um pouco. - Murmurou Tom em meio o barulho de folhas, minhas mãos queimavam conforme ajudava a suspende-lo, me sentia tensa a cada vez que fica perto de Tom, mais que raios, respirei fundo, passado era passado afinal.
Terminamos quando ouvimos sons, os passos metálicos estavam tão pertos que já conseguia ver a sombra da coisa, Tom amarrou rapidamente o cipó e segurou meu pulso me puxando para nos escondermos em uma fenda cheia de folhas no muro, em outras circunstâncias teria corado ao me ver colada ao corpo de Tom que me fazia uma barreira naquele minusculo espaço, mais estava apavorada demais para isso, espiei por cima de seu ombro, as pernas metálicas da coisa passaram direto por nós e se afastaram, Me permiti soltar a respiração que vinha prendendo e fitei Tom que fez sinal de silêncio com os lábios.
Vacilante, ele retirou ambos os braços que o sustentavam e se afastou de mim, segui seu exemplo e olhei para a direção que vi o verdugo ir.
Mal conseguia piscar ou sentir minhas pernas.
- Mel vem, Temos que encontrar Minho. - Chamou Tom em um sussurro a alguns passos de mim. Abri a boca para responder quando uma gosma transparente caiu em nosso meio, meu sangue gelou e por alguns segundos não tive coragem de desviar meus olhos de Tom para o alto. Já sabia o que era.
O verdugo fez um urro estranho e se jogou em nosso meio nos separando, seu foco veio em mim e ele bateu as pernas com força no chão.
Pude ver seus dentes pontudos e afiados a mostra enquando me observava parecia uma espécie de aranha bizarra e grotesca "você já devia esperar por esse fim Melissa" ouvi uma voz gritar em minha cabeça. " Por que? O que eu fiz? " Perguntei mentalmente e corri na direção contrária, sabia que era questão de tempo até estar entre os dentes da coisa. "O que eu fiz?! " gritei dessa vez em Alto e bom som, o que mais me doía era imaginar os outros tendo esse mesmo fim.
Me vi encurralada entre uma trilha sem saída. "Acho que isso você nunca vai saber" A voz masculina respondeu com uma risadinha, tentei escalar a parede mais pisei em falso e acabei cortando meu braço, mordi o lábio tentando não gritar de dor, quando o filete de sangue molhou meu braço em poucos segundos, tentei me concentrar na subida e quando consegui vi Thomas a alguns blocos de cimento de mim.
- Mel! Corre! - Ele gritou acenando para me juntar a ele. Não estava entendendo nada.
- Não. Vá se esconder! Se não notou eu estou um pouco ocupada! - Falei e vi Minho surgir de trás dele.
Olhei para baixo e vi o verdugo cada vez mais perto.
- Deixe de ser idiota! - Gritou Minho o que fez uma pequena birra pelo coreano crescer em mim, corri em sua direção quando uma ideia suicida me veio a mente, mais não tive tempo de pensar nos prós e nos contras, corri com o verdugo em meu encalço e perdi as contas de quantas vezes tive que pular me esborrachando logo em seguida por conta dos blocos que eram afastados um dos outros. Corri até a borda de um grande penhasco e me joguei no ar conseguindo no ultimo segundo agarrar as bordas com ambas as mãos, o verdugo com surpresa caiu e o vi espantada, sumir no escuro do penhasco.
Sentia cada célula e osso do meu corpo tremer, senti duas mãos segurarem meus braços e me puxar para cima, Tom me puxou pela cintura e me abraçou, não conseguia reagir então me permitir ser abraçada, ele falou algo que não consegui ouvir, meu ouvido parecia pulsar por conta do esforço, a mão de Thomas tremia, engoli em seco ainda com a respiração irregular.
Minho pareceu querer falar algo, mais desistiu no último momento.
Era melhor assim.
Nao tinha o que dizer, me sentei no chão abraçando minhas pernas bambas e escondi meu rosto me acalmando, Era difícil processar tudo que tinha acontecido.
Senti alguém tocar meu braço e me sobresaltei me acalmando logo em seguida ao ver Minho, podia ver certo arrependimento em seus olhos.
Ele desviou o olhar para o meu braço, tinha me esquecido do machucado era um corte grande e sangue saia dele, Minho retirou a própria blusa de frio e a esticou.
- isso vai doer um pouco, tente aguentar sim? - Indagou, Revirei os olhos mais Assenti mordendo meu lábio, ele envolveu meu machucado com força e o amarrou. Por um momento vi estrelas, tamanha era dor.
- Não precisa chorar. - Falou tentando amenizar a tensão, toquei meu braço.
- Não estou chorando. - Exclamei virando o rosto. Ele suspirou e se levantou sentando em uma outra parede de frente para mim, ficou em silêncio até os muros se abrirem novamente.
(...)
Quando o labirinto estava se abrindo ao raiar do dia um murmúrio surpreso dos clareanos foi ouvido, meus olhos foram em direção a um certo loiro que parecia estupefado e feliz ao nos ver vivos.
Minho e Tom entregaram Alby aos socorristas.
- Como vocês escaparam? - Perguntou Gally com o cenho franzido.
Newt veio até mim e me abraçou forte quase me sufocando.
- Eu devia joga-los no amassador por serem cabeças de plongs a esse ponto! Mais que diabos! Podiam ter morrido seus mertilas irresponsáveis!. - Ele reclamou alto, olhando para Tom e para mim, apertei um pouco mais meus braços ao seu redor.
- É bom te ver tambem. - Sussurrei. Era aconchegante tê-lo próximo assim, ele acariciou meu cabelo e depois de alguns minutos se afastou, seus olhos fixaram-se em meu braço ensanguentado.
- Minho, Tom, vou levar Mel aos socorristas, se estiver tudo bem com vocês podem descansar e comer algo da cozinha. Teremos um conclave ao entardecer. - Falou após se assegurar que Minho e Thomas não estavam com dano, me puxou pela mão, observei Thomas se afastar, ele não parecia imaginar nada, nem cogitar a ideia de que teve um passado comigo.
Talvez fosse mentira afinal.
Não conseguia imaginar uma coisa assim.
Iria esquecer esse assunto.
Para sempre.
- Eu estou bem não precisa correr. - Falei sorrindo pela primeira vez desde o ocorrido ao vê-lo todo apressado, estava me sentindo segura, longe dos corredores.
- Não estou correndo, você que anda devagar demais. - Bufei e com um pouco de esforço os papéis se inverteram e eu estava a frente.
- Quem é lerda agora? - Perguntei arrancando um belo sorriso de seu rosto, ele balançou a cabeça e se
Apressou para me alcançar.
- Newt e... Melissa?! - Clint indagou quando entramos.
- O que houve? - Seus olhos foram para o meu machucado, me senti encolher.
- Tá tudo bem, foi só um machucado.- Falei tranquila. Newt bufou e seus olhos foram até Alby.
- Como ele está? - Perguntou mudando de assunto,Clint deu de ombros.
- Na mesma.- Respondeu.- Pelo menos ainda respira e algumas vezes fala coisas desconexas mais esta estável. -
O Garoto veio até mim e retirou a blusa de Minho do meu braço, analisou o machucado, e fez uma careta.
- Esta bem feio,mais nada que um algodão com alcool e uma atadura não resolva.- Ele fitou Newt com um olhar travesso, que desviou os olhos um pouco constrangido.
- Faz isso para mim Newt? Vou falar com Minho e Thomas para ver se não estão necessitando de cuidados.- Explicou, vi o loiro concordar e pegar o algodão e o álcool das mãos de Clint.
- Certifique-se de que estão bem Clint.- Pediu e observamos o garoto sair, Newt olhou para mim e mostrou a cama, me sentei e ele se sentou ao meu lado encharcando cuidadosamente o algodão.
- Não chore.- Pediu.
- Não sei bem o que fazer quando vejo alguém chorar, principalmente garotas.- Explicou mordi meu lábio quando uma ardência tomou toda a extensão do meu braço.
- Você se saiu bem quando Clarisse... Bem. Não importa, se eu chorar finja que sou um garoto. -  Brinquei piscando e ele revirou os olhos achando graça.
- Isso bom então, devo chama-la de Melio? Ou talvez você prefira outro nome... - Murmurou fingindo estar pensativo.
- Trolho. - revirei os olhos.
Ele riu e voltou a cuidar do meu machucado, o observei tocar cuidadosamente o algodão no corte seu cenho franzido mostrava que estava concentrado.
- Então... Você é o novo líder.- Comentei e o vi ficar sério.
- Por enquanto, Até Alby sair dessa provalvemente. - Pensei em dizer que talvez o Moreno não sairia vivo dessa mais decidi calar-me, os dois com certeza eram grandes amigos.
- Newt tem algumas coisas que gostaria de te falar. - Ele desviou o olhar do machucado e me fitou.
- Estou ouvindo.- Disse, suspirei e o contei desde meu suposto irmão até certas teorias que tinha.
- Acho que criamos esse lugar.- Falei.- Isso é um teste afim de conseguirmos uma cura de alguma doença, provavelmente o fulgor que Clarisse contou.- Completei e seus olhos persuaziavos mostraram-me que não estava louca.
Ele acreditou.
Um silêncio pairou sobre nós antes dele me fitar, seus olhos estavam diferentes, parecia triste.
- Acredito em ti.- Ele murmurou e terminou de enrrolar gentilmente a atadura no meu braço.
- Newt...
- O conclave provavelmente será daqui a pouco, mais vou impedir Gally de encher as paciencias, quero que descanse, farei Chuck vir lhe fazer companhia.- Falou se levantando e saindo, estranhei sua atitude, o que havia feito, estava zangado?
Suspirei me deitando e como o loiro dissera Chuck me veio fazer companhia, ao entardecer fui com Chuck ao local das redes e me deitei na minha, estava esgotada, sentia meus ossos doerem e não demorei a dormir.

The Maze Runner --- Is It Love? --- [Interrompida]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora