Capítulo 3 - Klaus e Melina - Parte IV

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Melina passara o dia inteiro remoendo a raiva de si mesma por ter perdido tempo com um babaca que decidira entrar em um chat BDSM conhecer uma dominadora para poder foder diferente. Ela deveria ter percebido os sinais desde logo, sabia que havia algo que não estava combinando com seu interesse em ser submisso e isso nem era o fato de ter de lembra-lo constantemente em prestar-lhe respeito chamando-a de Senhora, mas sim algo na voz dele, no tom confiante de sua fala. Um submisso não era assim, mas ela estava acreditando que era o caso de alguém sem experiência. Mentiras não se sustentam para sempre e sua máscara caiu naquele telefonema.

Melina não mentira, era observadora e atenta aos detalhes e a voz dele martelou em sua mente:

"Mas a ideia de não ter formas de me livrar de algo que me desagrade não é algo que eu aprecie."

Ali no meio de uma simples frase ela vira a verdade: estava conversando com um cara que não estava a procura de uma dominadora para servir, não era um novato em busca de submissão. Era um curioso ou um maldito de um baunilha querendo servir ao seu próprio prazer, servir ao seu agrado. Ele queria algo que o agradasse. Submissos não são assim e a experiência lhe mostrara a diferença dos verdadeiros e dos falsos.

Um verdadeiro submisso anseia pela servidão, em tão somente fazer tudo para agradar sua dominadora. Ele não é obrigado a "apreciar" tudo o que sua Domme faz nele, mas qualquer ato, obediência, aceitação é em virtude de agradar sua Senhora.

Por isso que ela identificara que esse homem estava apenas jogando com ela. Um verdadeiro submisso nunca diria "algo que me desagrade".

Estava no carro quando o celular tocou, o visor do carro identificava "NS". O coração saltou pois tinha absoluta certeza de ter sido cuidadosa o tempo todo inibindo o ID do celular. Pensou em não atender, mas ele conseguira seu número e isso exigia uma explicação. Apertou o botão no volante do automóvel e atendeu a chamada.

- Não desligue.

Foi como uma ordem. Uma ordem vinda de uma voz grave e exigente.

- O que você quer e como conseguiu meu número de celular?

- Tenho meios próprios para descobrir as pessoas que ligam para meu telefone ainda que tentem inibir a identificação. Quanto ao que eu quero, é você.

Melina até perdeu um pouco a direção ao ouvir isso, mas antes de falar qualquer coisa ele continuou.

- Quero apenas ter a oportunidade de te conhecer e conversar como dois adultos. Quero que você explique porque me chamou de falso e mentiroso.

- Escuta aqui, eu não te devo satisfação, mas vou esclarecer para que você saiba que não está falando com uma mulher qualquer e inexperiente. Eu sei que você não é submisso. Posso não saber exatamente o que você é, mas tenho certeza do que você não é. E submisso é uma delas. Em nossa última conversa com suas palavras eu vi que você não estava em busca de alguém para servir, mas para saciar sua vontade. Realizar seus agrados. Para o inferno você! Não sou Domme de ficar aventurando em realizar a fantasia erótica de um babaca falso que acha que pode ter a emoção de foder com uma Domme.

Klaus estava vermelho de raiva e queria responde-la pelos insultos, mas esperou ela falar tudo o que queria. Além disso, valia a reflexão que estava certa, ele não era um submisso, bem longe disso. A diaba era uma dominadora deveras atenta. Pior, não podia culpa-la, ele também agia assim.

- Acha que quero perder um minuto sequer de minha vida com um verme babaca que acha que pode me enganar? Fique com suas vontades que eu fico com as minhas. Volte para o chat de onde saiu e cace uma meleca de dominadora que acredite em suas mentiras e leve-a para o motel barato mais próximo para ela te dar tapinhas em sua cara enquanto você monta nela.

- Acabou? Vai ser ao menos educada para me ouvir?

- Há há há- Ela debochou- Você é uma piada de mal gosto.

- Você está certa, não sou um submisso e sou consciente disso, mas não sou mentiroso e estou a procura de uma dominadora verdadeira e não é para sexo.

- É mesmo? Procura uma Domme para um questionário de estudo antropológico?

- Minha cara senhora, tenho minhas razões e elas são sinceras. Marque um local e eu vou até você, a gente conversa, eu olho nos teus olhos para dizer o porquê desta minha "aventura" como você chamou. Fique tranquila, não tenho ideias de foder ou montar em você, apenas preciso de uma dominadora experiente e verdadeira, e eu sei que você é. Apenas me dê uma chance, alguns minutos de seu tempo, nada mais.

Melina era consciente de que não seria prudente aceitar esse convite, mas porque não conseguia resistir à ideia de encontrar o dono dessa voz impactante? Apertou o sinalizador do carro e pegou o retorno.

- Livraria Travessa de Botafogo, fica na Rua Voluntários da Pátria ao lado do cinema. Encontre-me no mezanino. Eu vou para lá agora, mas quero deixar claro que se sua patética cara me enervar saio sem justificativas e espero que você esqueça que tem meu número de telefone.

- Combinado. Vou para lá, estando o trânsito bom devo chegar em vinte minutos.

Desligou a chamada e ficou com o celular na mão.

Porque ele fizera isso? Porque se submetera a dar justificativas a uma mulher quase como um babaca implorando por encontro?

Bem sabia a resposta: porque encontrara uma dominadora de verdade e ele precisava dela, com toda essa imposição e soberba pois era assim que ele iria satisfazer de uma vez sua inquietude, depois estaria livre.

Era isso que precisava. Encontraria a caolha de 200 quilos, a convenceria a fazer uma sessão de dominação e pro inferno que ele nunca mais teria tais pensamentos! Estaria livre para seguir sua vida, livre dessa sensação angustiante no peito. Liberto para voltar a ser um homem 100% voltado à prática da dominação com suas deliciosas submissas.

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Se tiver vergonha nem precisa entrar em detalhes, fale apenas que tem um livro bem interessante rolando de graça por aí... quem quiser ler e acompanhar...

Beijos no coração!

LS Morgan

✔️ Desejos Ocultos (AMOSTRA)Where stories live. Discover now