Capítulo 1 - Klaus - Parte III

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Klaus balançou a cabeça como que afastando as lembranças da professorinha e suas primeiras experiências. Voltou o rosto para a tela do computador e resolveu entrar novamente no Bate Papo Uol. Selecionou a categoria "Outros temas", depois "Sexo", selecionou "mais salas de sexo" e por último entrou na subdivisão "sadomasoquismo SP e RJ". Escreveu "BlueEyes(H) ZS-RJ"

Umas submissas vieram logo se apresentar e ele ficou com raiva. Não estava sabendo fazer direito. Saiu da sala.

Redigiu o nick para "NovatoSubmissoZS-RJ". "Pra porra que ele era um submisso! Jamais!" Contudo, era o nome que precisava.

Klaus era um dominador nato, tinha suas submissas a disposição sempre, como a Isadora que agora estava dormindo em sua cama, mas já tinha um tempo que estava tomado por uma sensação angustiante. Primeiro pensou que fosse falta de um jogo mais forte e pesado. Aumentou as seções de sadismo com suas submissas, jogou forte, jogou pesado. Convidou Isadora, uma brilhante advogada para passar os fim de semanas em seu apartamento como sua submissa e começou a usá-la rudemente. Humilhava, batia, subjugava. Trazia outras mulheres para foder com ela ou na frente dela, tudo isso era delicioso, mas não era o bastante. Tinha pensado que deixando uma submissa fixa e cativa, nos fins de semanas, resolveria, mas não adiantou. Ao fim das seções Klaus chegava ao clímax, mas sentia que faltava algo.

Um dia a palavra lhe veio a mente: Tédio.

Já tinha experimentando tudo, das orgias às sessões públicas de dominação nas festinhas BDSM, já tinha experimentado dominar tudo quanto é tipo de mulher e até uma vez experimentou com um homem. Não tinha transado com o cara, não era "sua praia", mas no meio do salão chicoteou, bateu, pisou e fez o cara lhe lamber os sapatos. Gostou da brincadeira, mas ficou só nisso, nunca mais repetiu. Gostava mesmo era dos corpos femininos, finos e macios. Gostava das marcas vermelhas sobre os seios, do tracejo da corda pelo corpo, gostava das fragrâncias doces que elas emanavam.

Entretanto, agora ele estava entediado, não sentia mais a adrenalina que sentia antes, queria algo que a muito tempo não sentia antes: Queria ser surpreendido.

E foi assim que ele pensou. "E se uma mulher jogar comigo me dominando?"

Na verdade não tinha muitas esperanças de encontrar uma mulher para isso, primeiro porque acreditava que só conseguiria fingir ser submisso por dez minutos, pois na certa tomaria as rédeas e subjugaria a Domme. Inclusive já tinha feito isso antes. Tinha dominando muitas "senhoras", mas com elas não precisou fingir um minuto sequer que era submisso, simplesmente impunha sua força e seu jogo controlando-as. Foi uma época divertida, mas passou.

Agora, Klaus queria saber se conseguiria ser dominado. Queria saber se conseguiria sentir a mesma sensação de medo e entrega que Isadora, Mônica, Ângela... E tantas outras tinham com ele. Será que conseguiria cair de desejo e obediência para com uma Domme?

Foi na busca dessa experiência que o juiz tinha entrado no dia anterior no chat "Sadomasoquismo SP e RJ" e conversado com algumas "Rainhas" e "Senhoras", hoje, repetindo o mesmo ato.

No entanto, aquilo já estava enchendo o saco, ali naquele bate papo o que encontrou foi um monte de "pseudos Dommes", ou seja, dominadoras que em nada sabiam dominar. Sentia-se até envergonhado por estar se submetendo a uma busca utilizando esse serviço eletrônico de conversas online.

Ali, naqueles chats, o que mais encontrava eram as tais "Dommes putas", assim as nomeou. Eram aquelas que se diziam dominadoras, mas queriam dinheiro e presentes como recompensas para dominar: Crédito no celular, roupas, sapatos, tantos outros agrados e presentes. Definitivamente não entendia como alguém conseguia se tornar submisso dessas mulheres, muitas vezes garotas jovens, se na verdade quem dominava a relação não era a mulher, mas o dinheiro envolvido.

✔️ Desejos Ocultos (AMOSTRA)Where stories live. Discover now