Capítulo XIV

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No dia seguinte, o trio decidiu, finalmente, ir visitar Amiterno. Havia um autocarro turístico que ia desde Roma até à cidade do antigo Império Romano e foi nele que partiram pela manhã.

- Onde é que acham que está o esconderijo deles?- questionou Ava.

- Eu não sei. É melhor ficarmos com o grupo e se virmos alguma coisa que pareça uma pista afastamo-nos e investigamos.- respondeu Daniel.

- We have arrived to our destination, please leave the bus and form a group. Siamo arrivati ​​a destinazione, si prega di lasciare il bus e formare un gruppo.- informou o guia.

Os rapazes e a rapariga puseram as mochilas às costas e juntaram-se ao resto das pessoas. Não eram muitos, apenas uma família de três, duas raparigas que pareciam estar a percorrer a Europa juntas e um casal de idosos.

- Amiterno é uma cidade que foi fundada pelos Sabines, um povo pré-romano.- começou o guia.- Mais tarde foi conquistada pelos romanos e a cidade cresceu.

- Fredrik, tens a certeza que isto é o Fórum Romano?- perguntou a senhora idosa.

- Claro que tenho, não vês as ruínas?

O guia continuou a falar enquanto encaminhava o grupo pela antiga cidade.

- Já viram alguma coisa?- interrogou David. O irmão e a amiga abanaram a cabeça negativamente.

- Aqui podem ver o anfiteatro, cuja construção remonta ao século I d.C.

O grupo entrou no espaço, do qual agora só restavam pedras.

- Esta infraestrutura podia acolher até 6.000 pessoas e...

- O meu filho? Onde é que ele está? Vincenzo!- bradou a mãe do rapaz.

- Calma minha senhora, de certeza que ele apenas se perdeu. Vai ser fácil encontrá-lo aqui.

O trio aproveitou a distração para começar a procurar qualquer coisa relacionada com Altum. Andaram em volta das várias colunas e tudo o que restava do Anfiteatro, mas sem sucesso. De vez em quando olhavam uns para os outros na esperança de que tivessem descoberto algo, contudo ainda não tinham encontrado nada.

Daniel acabou por decidir parar e descansar um pouco. Naquele sítio só havia pedras, nem conseguia imaginar como é que as pessoas daquela cidade conseguiam sentar-se nas bancadas para assistir aos espetáculos. Sendo assim, encostou-se à lateral de uma coluna e ficou a respirar o ar fresco. Enquanto contemplava a paisagem pareceu-lhe ouvir um burburinho, todavia disse a si mesmo que era só o vento. No entanto, o murmúrio persistia e parecia agora vir de dentro da pedra. O rapaz encostou o ouvido à parede fria e começou a procurar o sítio de onde a voz parecia vir mais forte. Assim que o encontrou, começou a bater com a mão na pedra, na tentativa de descobrir alguma sala ou passagem oculta. Ao baixar a mão sentiu um relevo, era mínimo devido à erosão do espaço, mas estava lá. Daniel sorriu para si mesmo e pressionou o bloco onde estava inscrita a cobra que comia a própria cauda. Na parede abriu-se um pequeno espaço muito lentamente, parecia que o sistema estava perro. O jovem baixou-se e entrou com dificuldade.

- Vincenzo?- o rapazinho estava encolhido dentro daquele buraco escuro.

- Tira-me daqui!

Daniel saiu da entrada para lhe dar espaço e mal a criança saiu, correu na direção da mãe. Quando David se aproximou do grupo disse:

- Descobri aquilo de que estávamos à procura.

Os três afastaram-se, silenciosamente, e dirigiram-se ao local indicado.

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