Capítulo 19

4.1K 311 367
                                    

COMENTEM MUITO E VOTEM.

3 dias. Estou a 3 dias em um hotel e tem sido um alívio enorme. Não ter que responder a nenhum interrogatório ou dar explicações. Não que Liam não tenha ligado mas tem sido um pouco mais agradável, e foi isso o que Bonie e eu temos trocado também, ligações e mensagens. Nada demais e não parece haver nenhum tipo de carinho nas poucas palavras trocadas. Sei que ela está magoada, tanto quanto eu estou, mas me sinto exausto demais para ficar correndo atrás dela todo o tempo. 

Ainda tenho tecnicamente 10 dias em Londres. E pelo que me lembro de Nova Iorque, vou ficar tão ocupado com tudo isso de divulgar livro que provavelmente ficarei aliviado de não precisar ocupar minha mente com todos os problemas adolescentes nos quais eu me meto todo o tempo. Minha mente está um pouco bagunçada. 

Enquanto não quero pensar demais nas coisas isso é tudo o que ela faz, pensa e repensa, refaz momentos inúteis e consegue que eu me sinta bem estúpido, como se eu fosse um daqueles garotos que chama a namorada para fugir e toda essa merda. Mas é aí que achamos um empasse, não sou um adolescente e não estou fugindo, só estou levando a minha vida normalmente, com 26 anos eu só quero o que todos querem. 

Pego o cartão do hotel, a chave do carro e minha carteira antes de sair para almoçar. Acabo desistindo de usar o carro e prefiro caminhar. Passo pelo Argyle, o jardim botânico, e vejo a placa de um Café Costa e me lembro de todas as vezes que espiei Bonie com seus amigos no Costa da universidade e todas as vezes que estive lá com ela. Ando um pouco mais até chegar no The Rocket, onde acabo entrando para almoçar. 

Ligo para o meu pai enquanto espero meu almoço ficar pronto e ele soa triste o bastante quando ainda insiste em tocar no assunto do casamento da minha mãe. Pela forma como ele pergunta como ela está e coisas assim sei que a curiosidade vai um pouco além de educação. Quando pergunto se ele está bem com tudo isso tudo o que faz é mudar de assunto e desligar a ligação logo depois. 

O garçom vem até mim minutos depois com meu almoço inglês completo. Demoro um pouco mais na refeição do que seria necessário mas como eu não tenho nada pra fazer, só uma reunião com Zayn no fim da tarde sobre o bar, posso demorar o quanto eu quiser. Depois que termino e pago, pego um jornal na bancada do lugar e sinto o vento frio no meu rosto quando fecho a porta. Olho para o lado direito e tento mapear toda a área aqui por perto atrás de uma livraria. Quando me viro novamente para o lado esquerdo, esbarro em alguém mais baixa que eu e o sorriso familiar da pessoa me parece quase como um alívio. 

-Harry? Oh, Deus, eu estava pensando em você agora - ela me segura pelo braço e sorri, me dando um abraço logo depois - Onde está indo? Pode andar comigo? 

-Claro, o que está fazendo por aqui, Elsa? - ela olha uma lista em suas mãos e abana a mesma para mim enquanto caminho ao seu lado, deixando minha direção à esquerda para trás. 

-Estou fazendo alguns orçamentos e coisas assim. Eu estava exatamente tentando saber como conseguiria falar com você, onde é que está morando?

-Ah... - não posso cogitar dizer que estou morando em um hotel no momento enquanto ela tem seu conto de fadas, então digo o endereço do apartamento - estou vivendo com o meu agente, no Penthouse da Queen Elizabeth, no The Circle. 

-Sério? - ela oscila o olhar entre mim e os nomes nas lojas em que estamos passando - É perto da ponte, certo? 

Afirmo e ela ajeita a bolsa na mão. Só então observo como ela ainda parece uma boneca dos anos 80. A saia até um pouco abaixo dos joelhos, rodada e preta com estampas de flores, combina bem com a blusa de lã bege que usa. 

-Como é que estão as coisas, desde o nosso jantar eu nunca mais te vi - diz e risca algo de sua lista. 

-Meu livro sai essa semana - dou de ombros e ela arregala os olhos, parando os dois no meio do caminho, um homem passa por mim e esbarra com força no meu ombro.

Things I Can | H.S.Where stories live. Discover now