Capítulo Vinte e Sete: Noah.

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Infelizmente tinha que respirar. Mas o bom de terminar o beijo era que assim que abria os olhos me encontrava com suas grandes preciosidades verdes.

— Você até que está melhorando, Cachinhos de ouro – Riu – Mas não se preocupa que a gente ainda pode treinar mais um pouco.

— Ah é? – Ri do seu comentário – Não se preocupe que eu te ensino também, ok?

— Você é muito convencido, sabia? – Se aproximou – Mas não se preocupe que dou um jeito nisso – Me deu um rápido beijo e foi embora.

Eu tinha motivos para ser convencido."

Guardava meus livros na minha mochila. Estava distraído me lembrando desse dia. E agora me preocupava em como estaria com a morte de Nina. Isso sem dúvida a afetara muito, pois se fosse em qualquer outra situação Sadie iria querer enfrentar sozinha, sem medo, mas quando fui buscá-la, pela maneira que me abraçou, pude senti naquele momento que tudo era diferente.

Queria tirá-la desse mundo, porém não podia, não podia afastá-la de algo que deveria enfrentar. Suspirei. Pelo menos aparecera hoje para devolver o livro de Lílian.

Então um sorriso apareceu em meu rosto ao sentir uma mão tapar meus olhos. Admitia que era meio estanho da parte de Sadie fazer brincadeiras levando-se em conta seu estado de espírito atual. Entretanto, se tratava da morena e dela não sabíamos o que esperar. Girei meu corpo e ainda assim não tirara suas mãos de meus olhos. Só quando me beijou.

Correspondi a seu beijo no mesmo instante e, pela maneira mais intensa que o fazia, pude sentir que estava desesperada. O lance de Nina a afetara muito, talvez ainda precisasse disso para esquecer o que aconteceu, e não seria capaz de negá-la qualquer coisa em um momento como esse.

Seu cabelo estava estranho, da mesma maneira que seu corpo não era mais tão pequeno. Talvez fosse a roupa ou tivesse engordado, sei lá. O que achava difícil.

Quando abri os olhos meu coração parou. Os olhos que via não eram esmeraldas. Eram castanhos, a pele não era branca e sim, morena.

— Amanda? – Tive vontade de lavar minha boca no detergente. A menina não parava de sorrir como idiota.

— Não precisava esconder todo esse tempo! – Sorria – Sempre soube que me queria – Brincou.

E então um barulho fez com que meu coração parasse de vez. Na porta da sala, os livros que Sadie segurava estavam no chão, seu rosto estava mais pálido que antes e seus olhos eram do tamanho de seu rosto. Vi de tudo naquela expressão: tristeza, decepção e ódio.

— Você está nos atrapalhando... – Amanda bufou – Vai embora.

— Desculpa... – Sussurrou e saiu correndo, sem nem me dar tempo para explicar.

— Sadie! – Corri atrás dela. Não queria saber se Amanda ficaria chateada ou se havia tentado me segurar pelo braço. Simplesmente peguei minha mochila e saí correndo. Recolhi os livros que deixara caídos no chão e me dei conta de que eram meus, que os viu em cima de meu armário e veio me ajudar.

E viu aquela cena bizarra.

O que passava na cabeça de Sadie? Não queria nem saber. Olhei para trás e Amanda não me seguia, graças a Deus, seria bem mais fácil de explicar agora.
— Sadie! – Gritei quando a vi entrando em seu carro. A menina parou na porta e me deu tempo de correr até ela – Não é o que você está pensando – Quando se volteou, senti como se meu corpo fosse ao chão. Seu olhar estava indiferente. Não via nem raiva, nem tristeza. Era como se eu não existisse.

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