11- Cativeiro

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Harry

—Você gosta de se fazer de esperto, não é?-Jesse ri feliz da vida enquanto eu reviro os olhos disfarçadamente. Eles são tão burros que só foram perceber que eu estava com celular quando me pegaram falando com Louis, mas por sorte consegui dizer para meu irmão algumas coisas que o faria chegar aqui. Recebo um estalo no meu rosto e se as minhas mãos não estivessem amarradas eu arrancaria os olhos daquele filho da puta com os meus dedos. —Mas você é tão covarde quanto à sua irmãzinha.

O ódio se apoderou de mim, mas eu sabia que não era assim que eu ganharia, então eu ri junto com ele.

—A sua filha é extremamente gostosa, a propósito. -Eu tento atingi-lo, mas é claro que isso não funcionará. Escuto um choro de bebê e logo Aurora aparece com um carrinho que havia dois bebês. —Mais ratinhos?

—Jesse, eles não calam a boca!- A mulher com a voz esganiçada disse. —Mate logo esse idiota e vamos meter o pé para o exterior! Preciso de uma nova babá.

E então o sangue ferve novamente.

—Ela era a sua filha caralho!- Eu grito. —Não a trate como se fosse uma babá. Ela tinha o seu sangue.

—Tinha?!- A mulher grita enquanto me encara. Ela tira a faca da mão do marido e se ajoelha a minha frente. Os seus dedos puxam os fios dos meus cabelos e ela apoia a faca no meu pescoço. —O que fez com ela?

—Ah... Muitas coisas. -Eu sorri com maldade. —O corpo dela é maravilhoso. Ou devo dizer era?

E quando esperava pela minha morte, a mulher muda a direção da faca e a acerta no meu estômago.

Merda!

Soltei um gemido e ela gargalhou.

—Você merece morrer lentamente. Você é um monstro! -Ela gritou nos meus ouvidos e eu gargalhei ainda com dor. Aurora levantou e seguiu em direção ao seu marido que olhava a janela. —Vamos logo Jesse, preciso calar a boca desses vermes!

Que bela família, Isa.

Ah Isa... Você estará livre de mim logo. Eu espero que Louis cuide bem de você. Porque eu vou morrer, bebe. Mas os seus pais também. No fundo da minha alma eu vejo-me a desejar um último beijo dela. Ou escutar a sua voz. Talvez se eu fosse normal, poderíamos ter algo. Um relacionamento, e então eu a pediria em casamento mais tarde e seriamos como casais clichês de filmes. Mas a realidade existe e eu não tenho esses sentimentos humanos.

A dor aguda que sinto no meu estômago começa a aumentar e eu faço barulhos com a boca sem perceber.

—Droga!- Jesse murmura. —Pegue a gasolina!- Ele manda Aurora e logo ela o obedece. —Deixe-o com os bebês e taque fogo em tudo.

Eu arregalo os olhos e olho para os pequenos cabeçudos.

—Vocês são pior que eu.-Eu digo secamente enquanto a mulher me molhava com a gasolina.

—Você é um monstro!-A mulher grita. —Nos apenas somos inteligentes.

E então eu comecei a rir de verdade. Inteligentes? Conta outra piada por favor!

—Ninguém se mexe!- A voz de Louis sobressai aos gritos de dor que eu soltava e aos choros dos bebês. Logo uma figura pequena corre até os bebês que estavam agora encostados nas minhas pernas e eu suspiro quando a vejo. Escuto barulhos de tiros e a minha visão fica turva, tudo o que vejo é o casal pulando pela janela, eu tento gritar, tento me levantar, mas um par de pequenas mãos seguram o meu rosto e eu vejo-a na minha frente. Como um anjo ela dizia que iria ficar tudo bem. Como um anjo...

Um anjo...

Eu estava morrendo? Eu não me importo, morreria com a visão dos seus olhos castanhos que agora percebi que não eram castanhos. No fundo havia uma tintura castanha meia esverdeada, mas haviam muitos fios de cor mel e um brilho incomum. Os seus olhos não tinham cor. Era uma cor Isa. Era a melhor cor. A minha cor favorita.

—Eu prometo. Você não vai morrer hoje, seu canalha.

Hurricane || H.S  #wattys2017Where stories live. Discover now