Capítulo 2

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Oi, aqui é a lux
Espero que gostem do cap de hoje. cometem, preciso saber oq vocês estão achando, se quiserem falar cmg é só chamar no twitter @ofcoursecamila ou me mandar msg por aqui mesmo. Boa leitura.
[...]

Cuppie Alston estava morta.
As palavras martelaram a cabeça de Camila durante todo o dia, desde o momento em que
Alfredo a avisara sobre a terrível notícia.
Ela ainda não conseguia acreditar no que tinha
acontecido, não conseguia compreender que a amiga havia sido assassinada na noite anterior,
enquanto elas estavam na festa do embaixador.

O surrealismo daqueles fatos tinha sido uma companhia terrível em sua longa viagem da
cidade de Nova York a Adirondacks. Entre os quilômetros de rodovias, de estradas
municipais e das montanhas sinuosas, seu pensamento lutava contra a tragédia, produzindo
incessantemente lembranças felizes, que estavam agora cobertas pelas cinzas da tristeza.

Como aquilo poderia ser verdade?, pensou ela de novo ao chegar à mansão enorme às
margens do lago Sagamore.
Desligou o motor da Mercedes e ficou observando a escuridão.

Ela não gostou do silêncio nem da falta de movimento. Sem distrações, sua mente chegou
muito perto da histeria. Não apenas pelo fato de que Cuppie estava morta, mas porque agora
ela também estava em perigo.
Camila  envolveu os dedos ao redor do volante e o apertou.
Sua consciência lhe dizia que ela
não tinha sido seguida por ninguém. Mas uma ponta de medo lhe dizia que sim, alguém poderia
estar seguindo-a.
Ela olhou para a noite, à procura de sombras. À luz da lua, encontrou-as se
movimentando e se retorcendo, provocadas pelos galhos das árvores que balançavam com o
vento.
Até o dia anterior, ela não precisaria procurar por cantos escuros nem se perguntar o que
havia escondido neles. Mas vinte e quatro horas antes, alguém que ela conhecia tinha sido
brutalmente assassinado.
Ela abaixou a cabeça e apoiou a testa no volante.
Tudo aquilo era inimaginável, era como um sonho ruim. Cuppie fora encontrada morta na
sala de espera da cobertura do luxuoso Central Park West dos Alston. Próximo ao corpo,
havia um artigo recente sobre as seis mulheres mais importantes da cidade. Cuppie era a
primeira a ser mencionada no artigo e sua foto tinha sido arrancada.

O texto encerrava com um elogio à Camila.
E foi por isso que ela tinha passado a tarde em uma delegacia. Ninguém, além do próprio
assassino, sabia com certeza quem seriam as próximas cinco vítimas, mas Camila pôde sentir
qual era o palpite da polícia.

O tenente a tratou com toda a delicadeza quando ela compareceu
para o interrogatório, apesar de ele ter uma voz áspera e rouca e o olhar cansado de um
homem que não se impressionava com pouco. Ele estava, como ela percebeu, tratando-a como
uma vítima.

Quando ela entrou na sala apertada, ele fez de tudo para esconder as fotos da cena do crime,mas não houve tempo hábil para isso. Ela viu rapidamente as fotos e quase vomitou. O
pescoço de Cuppie tinha sido cortado em pedaços e havia um buraco na garganta onde deveria
ser a laringe.
Camila não precisava de um diploma médico para compreender toda aquela violência.
Alguém tinha esfaqueado Cuppie várias vezes. Não apenas para matá-la, mas para retalhá-la.
Sentiu uma náusea súbita e abriu a porta, inclinando a cabeça em direção ao chão, apesar de
estar usando o cinto de segurança. Como ela havia deixado a chave na ignição, o carro
continuou emitindo sinais sonoros, e ela contou os momentos que se passavam pelo som
eletrônico. Olhando para os pedregulhos da estrada, ela se perguntou como conseguiria limpar
a sujeira se o seu estômago cumprisse a ameaça.

Seria bom ter algo agradável para dizer quando sua amiga mais antiga abrisse a porta. "Eu
vomitei no seu jardim" não era exatamente o tipo de saudação que ela queria oferecer. Seria
muito melhor começar com "Parabéns pelo casamento, Dinah". Ou então "Qual é a sensação
de ser a sra. Nick Farrell?".
Camila olhou para a casa.

Black Watch (Intersexual)Where stories live. Discover now