Round

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1999

Caia havia acabado de comprar um apartamento com uma ótima localização no centro de Nova York, e no momento em questão, estava deitada em seu sofá lendo um livro. Perdeu a concentração quando seu comunicador da Shield começou a apitar. Viu uma mensagem de Fury, piscando na tela, pedindo para que fosse até a base.

-Aconteceu alguma coisa? –ela perguntou entrando na sala dele.

-Preciso de você em uma missão. –ele disse se virando para ela.

-Tudo bem. –ela cruzou os braços. –O que tenho que fazer?

-Preciso que encontre esse homem. –ele respondeu lhe entregando uma pasta com informações sobre um alvo.

-Ele matou um dos nossos? –ela disse espantada enquanto lia o conteúdo da pasta.

-Por isso que te chamei. –ele se apoiou na mesa. –Já mandei vários agentes atrás dele, mas todos voltam feridos e de mãos vazias.

-Ok, eu ligo quando terminar. –ela disse saindo da sala.

...

Caia estava em um café no centro de Santiago, Chile. Fingia ler uma revista enquanto vigiava discretamente a vitrine do lugar esperando qualquer movimento suspeito do lado de fora. Levantou-se quando viu seu alvo passando na frente do estabelecimento. Ele sentia que estava sendo vigiado, mas sempre que notava Caia a sua cola ela usava seus poderes para mudar de forma e disfarçava fazendo outra coisa. Ele começou a andar um pouco mais rápido e entrou no hotel em que estava hospedado. Caia entrou em um beco ao lado do prédio e subiu pela escada de incêndio. Antes de ir para a cafeteria, Caia descobriu em que quarto ele estava, assim, quando estava na escada foi direto para o andar que o gerente havia fornecido. Ouviu barulhos no banheiro, então pode entrar por uma janela sem ser notada. O homem saiu do banheiro e foi surpreendido por Caia apontando uma arma para sua cabeça. Ela sabia que deveria fazer aquilo, mas não conseguia puxar o gatilho. Sua hesitação deu tempo suficiente para que ele a desarmasse e tentasse a acertar um soco, mas assim que ele bateu em sua mão, Caia "acordou" o prendeu contra a parede o deixando ser ter como resistir.

-Por que não me mata de uma vez? –ele vociferou.

Ela não respondeu. O desencostou um pouco da parede, mas só o suficiente para empurrá-lo de novo. Ele bateu a cabeça e caiu inconsciente.

...

Caia o levou para a Shield, o trancou em uma sala de interrogatório e foi falar com Fury.

-Terminou? –ele perguntou quando ela entrou em sua sala.

-Na verdade não. –ela sentou.

-Como não? –ele perguntou confuso. –Você era a minha última esperança.

-Preciso falar com ele antes. –ela se encolheu.

-Ele é um assassino Caia, uma ameaça.

-Eu sei. –ela colocou uma mão na testa. –Mas ele parece precisar de uma chance.

-Uma chance? –ele perguntou a encarando.

-Confie em mim Nick. –ela sorriu.

-Tudo o que ele fizer será de sua responsabilidade. –ele disse calmo.

Caia sorriu e agradeceu, saindo da sala de Fury e indo até onde havia deixado o homem. Ela sentou em uma cadeira a frente dele, cruzou os braços e ficou o analisando em silêncio.

-Então, por que estou aqui? –ele estava ficando constrangido com o olhar dela.

-Por que eu não acho que você mereça morrer, Clinton. –ela disse se inclinando para frente. Ele ficou surpreso com a resposta, e ainda mais com ela dizendo seu nome.

-E o que pretende fazer agora? –ele também se aproximou.

-Lhe dar uma chance. –Caia disse calma, com um sorriso discreto no rosto.

-O que eu ganho com isso? –ele sorriu malicioso.

-Anistia. –ela levantou uma sobrancelha.

-Você está botando confiança de mais em mim. –ele provocou.

-Talvez, mas você que continuar respirando não quer?! –ela disse sem nenhuma expressão.

-Sim?! –ele gaguejou um pouco, espantado.

-Ótimo. –ela levantou e foi soltá-lo. –Só não abuse da chance que estou lhe dando. Terá que me obedecer.

-Sou fácil de adestrar. –ele sorriu e se levantou também.

...

Caia começou a treinar Clint, e a cada dia que passava ele se mostrava fiel a Shield, e ainda mais a ela. Eles acabaram se tornando muito amigos, sempre que um precisava o outro estava lá para ajudar.

...

-Caia, pelo amor de Deus, onde você está? –Clint gritava pelo comunicador enquanto corria por entre as árvores.

-Trinta segundos. –ela estava a um quilômetro da localização dele.

-Não sei se vamos ter tudo isso. –Caia pode ouvir sons de tiros.

-O que você quis dizer com "vamos"? –assim que ela abriu a porta do quinjet viu Clint correndo em sua direção com uma mulher desmaiada em seus braços.

-Nós temos que ir! –ele disse assim que entrou. Alguns tiros atingiram a nave. –Agora!

Caia balançou a cabeça negativamente e decolou, saindo de lá o mais rápido que conseguiu. Ela ficou calada, mas não por muito tempo.

-Sua missão era matá-la! –ela se virou após colocar a nave em piloto automático.

-Eu não consegui. –ele levantou e a olhou.

-E quase morreu por isso? –ela disse indignada, passando as mãos pelos cabelos.

-Parece que o jogo virou não é mesmo. –ele sorriu.

-Seu idiota. –ela deu um soco no ombro dele.

-Qual é?! –ele colocou a mão no ombro.

-Não sei por que ainda faço essas coisas por você. –ela balançou a cabeça e voltou para o comando da nave.

-Porque você é a minha melhor amiga. –ele sentou ao lado dela. –E agora eu preciso da sua ajuda com o Fury.

-O que? –ela riu. –A ideia foi sua, não me envolva.

Eles ouviram a ruiva gemer e Clint foi a colocar em uma das poltronas e logo voltou para o lugar que estava antes.

-Obrigado por me ajudar hoje. –Clint disse depois de alguns minutos de silêncio.

-Eu sou sua melhor amiga. –ela sorriu o fazendo balançar a cabeça. -Vou sempre estar aqui por você, Clint.

-Espero que você saiba que eu também, anjo. –ele também sorriu.

ClarityWhere stories live. Discover now