Melanie.

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Depois de alguns minutos me olhando no espelho, decido descer para comer algo. Assim que acordei já comecei a me arrumar para me encontrar com a Melanie. Eu não a avisei que voltaria, então farei uma surpresa a ela.

Termino de descer o último degrau da escada e ando até a cozinha. Lá se encontravam Carminha e Clotilde. As mesmas cozinheiras que trabalhavam aqui antes.

A Carminha não vai muito com a minha cara, então não nos falamos muito. Ela acha que por ser mais velha, não gostaria de conversar comigo, porque não gosta do modo que os jovens pensam hoje em dia. Isso não significa que eu não possa atenta - lá um pouquinho.

A Clotilde, que é um pouco mais nova, sempre conversa comigo e me faz rir com o seu excesso de sinceridade. Tirando isso ela é um amor de pessoa.

- Bom dia meninas! - Digo completamente animada. - Estavam com saudades de mim? - pego um cacho de uvas e me sento em cima do balcão, colocando uma uva na boca.

- Bom dia, menina Lana! - responde Clotilde. - Você fez muita falta por aqui. Essa casa perdeu toda a graça sem a senhorita. - sorri simpática e me entrega uma torrada com geleia de framboesa.

- Bom dia. - responde Carminha, num tom mais rígido. - Quando a senhorita se foi, parece que a minha cabeça ficou mais leve, sem bagunça, sem piadinhas. - diz sem olhar para mim, continuando a mexer o alimento dentro da panela.

- Obrigada, Clotilde. - Lhe mando um beijo no ar. - As vezes eu fico até emocionada com esse seu carinho por mim, Carminha. Eu também senti muito a sua falta, mas principalmente da Clotilde. Sabe, não é por nada não, mas ela ainda consegue ser mais gentil do que você. - digo num tom irônico e acabo rindo depois.

- Primeiramente: para a senhorita, é DONA Carminha. Segundamente: a senhorita deveria parar com essa ironia toda, você não chegará a lugar algum com esse jeito. - coloco a mão no peito e faço uma cara de ofendida.

- Irônica? Eu? Você deve estar me confundindo com outra pessoa, DONA Carminha. - rio e desço do balcão. Vou até Clotilde e dou um beijo em sua bochecha. - Bom, agora eu vou sair para me encontrar com a Melanie. Não me esperem. - vou até Carminha e dou com beijo na bochecha dela também, mesmo ela tentando recusar.

- Até mais tarde, senhorita Lana.- diz Clotilde sorrindo. Mando um beijo no ar e saio da cozinha logo em seguida.

Pego minha bolsa em cima do sofá e minhas chaves na mesinha de centro. Saio pela porta e vou até o jardim em direção ao carro. Depois de destrava - lo e entrar no mesmo, ligo o som e dou partida saindo para a rua.

Dez minutos depois, chego na frente da casa da Melanie. Estaciono o carro, pego minha bolsa e desço. Abro o pequeno portão e adentro o seu quintal, subo uma escadinha e limpo meus sapatos em um tapete para na sujar o chão de sua varanda. A Melanie é bem chatinha para essas coisas de limpeza, qualquer coisinha ela reclama.

Paro na frente de sua porta rosa bebê, respiro fundo e estico meu braço para bater na mesma. Mas sou interrompida quando do nada, uma garotinha de cabelos coloridos, macacão rosa, blusa azul e tênis branco, abre a porta com um sorriso enorme no rosto, me fazendo dar um passo para trás assustada.

- Ninguém entra na Filadélfia sem ser percebida por Melanie Martinez! - diz animada e pula no meu pescoço, me fazendo cambalear um pouco.

- Como eu pude me esquecer disso? Parece que minha surpresa não deu muito certo. - digo rindo, retribuo seu abraço apertado.

- Depois que eu terminar de lhe abraçar, irei encher sua cara de tapas e socos, para aprender a nunca mais se mudar sem avisar seus amigos! - fala como se estivesse me dando uma bronca. E o pior, é que ela estava.

Blue JeansWhere stories live. Discover now