Empolgada. Era como me sentia desde que Dean e eu decidimos iniciar a campanha.Na noite anterior, embora cansados do passeio, ficamos até bem tarde espalhando panfletos e cartazes pela escola. Meu novo amigo se revelou uma pessoa extremamente bem-humorada: suas piadas eram impagáveis. Só uma coisa me entristecia, ter sido ignorada pelo Oli quando o cumprimentei na lanchonete. Eu estava ciente de que não éramos grandes amigos, mas também não éramos completos estranhos. E o jeito como ele me olhou, havia raiva em seus olhos.
À tardinha, eu cogitei procurá-lo, mas correr atrás de garoto comprometido não faz meu estilo.
Naquele Domingo, pulei mais cedo da cama, daríamos início aos trabalhos espalhando cartazes pela escola e recolhendo assinaturas dos alunos que se dispusessem a nos ajudar. Para isso contaríamos com a ajuda de Lilian, Arnie, Donald e, surpreendentemente, de Jason - que nunca dera a mínima para qualquer bichinho, feio ou não. Segundo ele, cada ser vem ao mundo com uma missão, e a missão da maioria dos animais é servir de alimento para os humanos. Portanto, quando ele me procurou oferecendo ajuda, podia jurar que se tratava apenas de mais uma de suas inúmeras brincadeiras de mau gosto, visto que Jason sempre foi um perito na arte de me importunar. Felizmente, não se tratava disso, constatei ao descer a escada que dava para a sala de convivência e o avistar segurando um enorme cartaz na frente do corpo.
- Bom dia, Sardentinha! - declarou com um bocejo.
- Bom dia, Jason! O que faz aqui a essa hora?
- Não é hoje que daremos início à campanha?
- Sim, mas você nunca acorda tão cedo... Pensei que não estivesse falando sério quando me ofereceu ajuda, afinal, você nunca se importou com os animais.
Ele se levantou da poltrona e passou o braço em volta do meu pescoço, todo sorridente.
Aquele não era o Jason que eu conhecia. O Jason que eu conhecia não passaria o braço em volta do meu pescoço, ele puxaria meu cabelo, me diria os piores insultos que se possa imaginar e cairia na gargalhada.
Desde o episódio das fotos ele estava diferente, em um curtíssimo espaço de tempo eu havia passado de Irmã Gêmea do Chuck, O Boneco Assassino, a Sardentinha.
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Viola e Rigel - Opostos 1
Teen FictionSe Viola Beene fosse um cheiro, Rigel Stantford taparia o nariz. Se ela fosse uma cor, ele com certeza não a usaria. Se fosse um programa de TV, ele desligaria o aparelho. Mas ela era apenas uma maluca expansiva e sorridente que infernizava a sua vi...