27| O Grande Fundador

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— Quem são os pequenos? — perguntou Liz com uma dose de excitação na voz. Teve a impressão de voltar a ser uma menina inocente de quatro anos conhecendo o mundo.

Rafael passou os dedos por alguns livros, lendo os nomes nas lombadas.

— São crianças, em sua maioria órfãs ou que moravam nas ruas. Vivem aqui e aprendem o que devem aprender de acordo com a idade. Alguns elementais juntam-se a nós também, com o intuito de controlar os poderes...

Liz ergueu as sobrancelhas, os olhos vagaram entre o teto abobado e piso.

— Elementais?

— Filhos de humanos e fadas.

Ele pronunciou como se fosse o fato mais óbvio.

— Isso é... Caramba! — Liz não tinha palavras suficientes para descrever tudo que perambulava seus pesamentos, ou tinha tantas que dariam para escrever o roteiro de um filme.

— Finalmente — Rafael disse num sussurro ao encontrar um livro especifico. Puxou-o e segurou com firmeza, como se fosse perdê-lo. Ele andou até o centro da biblioteca e parou de frente a uma parede, entre uma estante e outra. — Venha aqui, por favor. — ele pediu em um tom elegante. O modo como falava soava refinado, não parecia com um brasileiro.

Ela levantou e seguiu-o com o olhar. Curvou a cabeça para um lado, analisando os quadros postos na parede. Deu passos curtos até Rafael, que apoiava o tronco em uma mesa muito antiga, feita de madeira, e encarava as diversas molduras posicionadas simetricamente.

No centro, uma pintura de Leonardo da Vinci, ao lado direito deste, a pintura de Albert Einstein, ao lado esquerdo, Martim Lutero. Contornando estes haviam outras pinturas de figuras marcantes na sociedade, como Isaac Newton, Nicolau Maquiavel, Charles Chaplin e até Bob Marley. Acima de todos os quadros havia uma placa de bronze com os mesmos dizeres que Liz vira antes de passar pelos grandes portões.

— O que realmente significa? — indagou, parecia ansiosa, não só pelo olhar, mas fora como se uma mão a tocasse de dentro para fora.

Rafael deu uma breve vislumbrada às janelas, que mostravam os diferentes tons de verde, sempre que olhava a paisagem sentia um formigamento entre os dedos. A tranquilidade daquele lugar o fazia esquecer do quanto a cidade era caótica, ele era levado a mais profunda tranquilidade.

— Desde o início, serviremos ao Criador do fundo da alma, em nome da verdade e da oportunidade de viver na Terra. — ele retorquiu. — Todos eles... — Rafael acenou com a cabeça na direção dos quadros. — ...Foram Anjos Mortais. Tiveram as almas encarnadas aqui na Terra, despertaram em algum momento e passaram pela vida terrestre seguindo o que foram designados. — ele abaixou a cabeça para encarar Liz. — Assim como nós.

Liz entreabriu os lábios, seus olhos dançaram entre a placa de bronze e todos aqueles retratos.

— Todos eles matavam demônios e faziam essas coisas loucas que você faz?

As Doze Luas - Filhos do AlvorecerWhere stories live. Discover now