Capítulo 6

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Boa tarde♥ Como vocês estão gostando e reclamando de abstinência do nosso italiano safado..rsrsrsrs


Helena

O relógio marcava 09hs54min assim que verifiquei no meu celular, assustei-me pelas trinta e cinco ligações perdidas de um número desconhecido, mas que no fundo já imaginava de quem se tratava.

Levantei do sofá e obriguei-me a alongar o corpo, meus músculos estavam completamente retorcidos pela noite péssima que tive.

- Nem pense em sair fugida.

Dei um grito de susto ao escutar a voz da Isabela.

- Sua louca. – exclamei me sentando no sofá de novo. – Quer me matar? Eu hein, parece uma sombra. – ralhei sentindo meus batimentos acelerados.

Sua risada histérica ecoou pelo pequeno apartamento.

- Desculpa Lena. – sorriu se aproximando. – Não quis te assustar.

Suspirei ao olhar para sua expressão curiosa.

- Preciso lavar o rosto e tomar um gole de café antes, depois passo pela sua entrevista. – falei com voz séria e me dirigi ao banheiro.

- Estou indo preparar o café. – saiu em disparada até a cozinha.

Não segurei a vontade de rir, definitivamente ela era a pessoa mais curiosa que eu havia conhecido.

Algum tempo depois saí do banheiro com os cabelos amarrado em um rabo de cavalo, encontrei a Isabela na cozinha olhando para o seu celular com uma carinha triste.

- O que houve? – perguntei enquanto me servia de café.

- O Guto não atende as minhas ligações. – reclamou chorosa.

Revirei os olhos pela briguinha ridícula deles.

- Acho que você deveria dar um espaço a ele, dar um tempo sabe? – falei com sinceridade. – É bobagem você ficar batendo na mesma tecla, não quando ele está cego pela vagabunda da Jenny.

Ela me encarou com uma expressão compreensiva.

- Você tem razão. – falou sentando-se na cadeira em minha frente. – Vou deixar pra ligar mais tarde então.

Não resisti à vontade de gargalhar.

- Você não existe mesmo garota. – falei entre risos.

Como ela tinha servido a mesa com algumas opções para o café da manhã, eu comecei a saborear calmamente.

- Aquele cara que saiu te arrastando ontem no evento era o tal italiano? – perguntou de repente, mas no fundo eu só estava esperando o seu interrogatório.

Beberiquei um gole de café antes de responder.

- Ele mesmo. – respirei profundamente. – Ele me levou ao hotel onde está hospedado.

- E...

Olhei para ela e sorri

- Nós transamos.

Pulei de susto com o grito surpreso que ela deu.

- Não acredito!

- Minha nossa Isa, quanto escândalo. - reclamei

Ela me olhou envergonhada, mas sua expressão era uma mistura de espanto e euforia.

- Sinto muito Helena, mas o que você acabou de dizer é fora do comum referindo-se as suas convicções de moça certinha. – falou me encarando com admiração e divertimento. – Você deu.para.o.cara – soletrou e eu ri de leve pelo exagero da sua reação. – Em dois anos que conheço você, nunca a vi com ninguém, então com toda a certeza eu devo parabenizar esse italiano, pelo milagre que ele realizou.

Gargalhei alto e dei uns tapas no braço dela

- Engraçadinha. – murmurei. – Eu nunca falei que era uma santa imaculada Isabela. – falei um pouco constrangida. – Mas confesso que o sexo com aquele homem foi incrível, melhor do que podia imaginar.

- E depois? Ainda não consegui compreender como que chegou naquele episódio trágico. – sua testa franziu levemente.

Baixei os olhos e suspirei.

- Simplesmente porque ele é um babaca. – rosnei.

- Como assim? Você acabou de dizer que ele foi incrível – perguntou em confusão.

Ergui os olhos para ela.

- O momento foi maravilhoso eu confesso, mas perdeu completamente o encanto quando descobri que ele tem uma noiva o esperando na Itália.

Assisti seu rosto se transformar em uma expressão carrancuda.

- O que? Não acredito! – exclamou em tom alto.

- Ele havia recebido uma ligação minutos antes, mas desconversou quando o questionei sobre o nome feminino que ouvi no diálogo que ele teve ao telefone.

- Que canalha. – rosnou ainda mais indignada.

- Somente depois que havíamos transado que ele me contou que era noivo entendeu? Você pode imaginar a minha decepção?

- Meu Deus Helena, ele praticamente usou você.

Levantei sentindo aquela mesma sensação ruim no coração.

- Bem isso. – murmurei. – Depois de tudo eu tive que sair de lá quase fugida, pois ele tem essa convicção insana de que eu pertenço a ele. – falei revirando os olhos. – Além de ter uma mulher o esperando em seu país, ainda quer me controlar como se eu fosse um brinquedinho que ele achou na rua.

Levei a louça suja até a pia e comecei a lavar, senti uma caricia nas minhas costas.

- Não se preocupe amiga, quem perdeu foi ele. – falou fazendo-me olhá-la. – Perdeu a melhor garota que um homem poderia sonhar em ter ao seu lado.

Meus olhos marejaram automaticamente ao ouvir suas palavras, eu não costumo elevar a minha autoestima nesse nível.

- Obrigada Isa. – falei emocionada abraçando-a. – Eu só quero esquecer e seguir a minha vida tranquilamente.

Ela deixou um beijo em meu ombro.

- Vai dar tudo certo você vai ver. – falou piscando e forcei um sorriso, esforcei-me para acreditar em suas palavras.

No meu intimo eu temia o futuro dali para frente, Giovanni abriu uma brecha grande em minha vida que sem querer eu permiti.

**

- Você vai ficar bem? – Isabela perguntou assim que estacionou o carro na frente do condomínio.

Dei um sorriso leve.

- Com certeza. – respondi. – Mais tarde vou telefonar para a Francisca e ver como está a fera. – minha expressão se tornou preocupada. – Até nisso aquele canalha me arruinou, nesse momento posso ser mais uma na fila dos desempregados. – suspirei alto

- Ai Lena, e eu tentei te ajudar ontem, mas aquela vagabunda da Jenny te dedurou assim que a Francisca notou a sua ausência. – rosnou

Segurei sua mão e apertei forte.

- Obrigada por estar comigo, você é a minha irmã de alma. – falei e me curvei para abraça-la antes de descer e seguir para o meu apartamento.

Enquanto subia as escadas a minha mente traidora começou a relembrar das cenas de ontem à noite, mordi os lábios sentindo um calor intenso em minha pele, a verdade era que nunca nenhum homem amou o meu corpo com o fervor que ele o fez.

Parei diante da porta e procurei a chave na bolsa com certa ansiedade ao me lembrar da mia que naquelas alturas deveria estar muito irritada comigo pela fome que devia estar sentindo.

Abri a porta e fechei logo em seguida, estranhando o fato de não ver nenhum sinal da mia por perto. Assim que virei em direção ao pequeno quarto eu quase caí com o susto, sentado confortavelmente no meu sofá estava nada mais que o Giovanni e sua expressão não era das melhores.

- Posso saber onde você passou la notte? – seu tom de voz reverberou pelo ambiente causando-me calafrios pela sua frieza.

A Luz Dos Teus Olhos (DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora