Capítulo 26 parte I

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Cristal

Completamente arrependida por ter metido Judith nisso eu corro o mais rápido que posso atrás dela, acabo por encontra-la já dentro do carro com a cabeça escorada no volante. Pelo jeito que os ombros dela tremem eu tenho certeza que ela está chorando. O que só aumenta a minha culpa. Eu não deveria ter metido Jud nisso. Bato na janela do carro e ela levanta a cabeça, eu não consigo ver nada mais que tristeza e dor.

_ Eu tenho que sair daqui - Funga

_ Jud, eu... - Tento dizer mais sou cortada.

_ Não Cristal, eu tenho que sair daqui, o mais rápido possível. - Diz com um olhar vazio.

_ Certo. Passar pra lá que eu vou dirigir - Digo.

Jud apenas assente com a cabeça e passar para o banco de carona. Não tinha possibilidade alguma dela dirigir no estado que se encontra.

_ Para onde vamos? - Pergunto suavemente

_ Para o bar mais próximo - Diz sem tirar o rosto da janela do carro.

O caminho é feito todo em silêncio Jud nem uma fez falou, todo tempo ela esteve perdidas em seus pensamentos.

**

Já sentadas e com nossas bebidas num canto reservado do charmoso bar, eu volto a olhar para Jud, que mais parece uma casca da mulher engraçada e forte que ela é. Odeio ver ela assim, deste que a conheço foram poucas as vezes que Jud chorou ou ficou realmente triste. Decido que está na hora de tirar ela dessa miséria, e tentar mostrar o lado do meu tio. Julguem-me o quanto quiser mais eu sei que toda essa briga, só se deu por excesso de proteção, que meu tio tem por ela, e claro por minha culpa, que não tinha nada de ter metido ela nessa.

_ Jud, eu sei que agora você está magoada com meu tio - digo pegando suas mãos, atraindo a atenção dela pra mim. - Mas você sabe que ele só disse aquelas coisas porque está preocupado com você. - Uma lágrima escorre do rosto dela.

_ Não é isso. - Diz e soluça - Essa briga não tem só haver com o fato, dele está preocupado pela minha saída. O meu ursinho não me ama mais Cristal - Diz e começa a chorar ao mesmo tempo que engole toda dose de vodca do seu copo.

Olho para Jud sem acredita que ela acabou de me dizer. Até mesmo um cego veria o quanto ele á ama. Inferno, eu vi o rosto do meu tio quando Jud o perguntou, por qual motivo eles ainda estavam juntos, nem mesmo um dos melhores atores, poderiam fingir a porrada de sentimentos que passaram pelo rosto dele.

_ Jud, de onde você tirou isso? Meu tio te ama, mais que tudo nessa vida - Digo tentando trazer um pouco de sentido a ela.

_ Nós estamos brigando sempre, não é mais brigas bobas, ele já deve esta cansado de mim - Chora angustiada - Ele está fodendo outra Cristal. Ele está procurando, uma mulher que será capaz de DÁ BEBÊS A ELE - Jud grita chamando atenção de alguns clientes.- Ele está saindo sempre, demora horas pra chegar em casa e quando chega não diz onde esteve.

O desabafo de Jud me trás lágrimas aos olhos, mesmo sabendo que é impossível meu tio trair ela. O que me faz querer chorar e o fato dela falar sobre não poder lhe dar bebês. O filho da puta do ex-marido de Judith fez um grande estrago nela, mais o maior deles foi que possivelmente, Jud não possa voltar a engravidar devido, a um aborto clandestino que ele a forçou a fazer. Falar sobre bebês e gravidez é um assunto proibido pra Jud.

_ No fim das contas Carl estava certo, eu não sirvo para nada, a não ser a puta de alguém. - Diz amargurada. - Eu não posso ser mãe, qual homem quer uma mulher que não pode lhe dá filhos? - Me pergunta

_ Pelo amor de Deus Jud, escute o que você acabou de dizer. Você é uma das melhores pessoas que eu conheço, o que seu ex-babaca te dizia era para te colocar pra baixo, porque ele sabia que não merecia você - Digo tentando colocar sentido nela - O meu tio te ama Jud, o fato que se você não pode lhe dar filhos não muda em nada.

_ Eu não mereço ser mãe, por que sou uma assassina, eu sou má Cristal. - Diz chorando copiosamente.

Não aguentando, saio da minha cadeira e vou para o lado dela, trazendo seu rosto ao meu peito. Acaricia os cabelos dela enquanto volto a falar.

_ Você não sabe se não pode ter bebês Jud - digo suavemente - Existem tanto tratamentos, talvez algum deles possa te ajudar a engravidar. - Ela me olha com uma tristeza, enxugando as lagrimas.

_ Não, eu não irei fazer isso - Soluça - Eu não posso ter a esperança de ser mãe, para depois ser tirada de mim Cristal. Eu só não posso. - Sussurra baixinho confessando um dos seus maiores erros.

Vendo que nada o que eu diga vai fazer mudar de ideia, não nesse momento resolvo apenas consola lá.

_ Jud, meu tio te ama e posso afirmar que ele não te trai, essas saídas devem ser relacionadas ao trabalho. - Falo com toda certeza que tenho.

_ Não quero falar sobre isso, eu só quero beber e esquecer o dia de merda, que estou tendo - Me pede e eu concordo.

Quando Jud volta a beber me afasto e sento na minha cadeira, tomo meu refrigerante. Sinto meu celular vibrar pela milésima vez, tenho toda certeza que é meu tio ou Leon atrás de notícia.

_ Missão de merda a nossa hein? - Ju pergunta com falso sorriso e levantando seu copo. - Pelo menos a vadia da Marina, ficou mais amassada do que um maracujá. - Diz sorrindo virando o conteúdo do copo de uma vez.

Mesmo com todos os problemas Jud me faz sorrir ao me lembrar da surra que ela deu na desgraçada daquela cobra peçonhenta.

******

Duas horas depois

O barulho estarrecedor do som fazem meus ouvidos doerem, a mais ou menos duas horas estamos nesse bar, Jud bêbada esta dançando Sorry de Justin Bieber, sim, não sei como, mais ela conseguiu que o dono do bar coloca-se a música do Ex-Astro Teen o que me faz rir dela tentando fazer a coreografia do clipe. Sinto meu celular tocar, vou para um canto que possa ver Jud e escutar quem está me ligando. Deste que chegamos meu tio e Leon estão explodindo meu celular de mensagens e ligações. Consegui falar com ambos sem que Judith visse. Leon estava preocupado por meu desmaio, mas cedo, mais assegurei a ele que estava bem. Já a preocupação do meu tio era Jud, ele quis vim pega lá, mais achei melhor que eles conversem quando chegassem em casa, no estado que ela se encontra eles vão ter que deixar essa conversa para amanhã.

_ Como ela está? - Me pergunta aflito, decido dizer a verdade.

_ Mal. - Suspiro - Nunca tinha visto ela tão destruída. Ela acha que o Senhor deixou de ama lá por não pode engravidar. - Digo por fim.

_ O que? - Pergunta tão alto que afasto o celular do meu ouvido, o escuto solta uma série de palavrões - Merda, Cristal eu nunca deixaria de ama lá por isso. Eu estou tão fodida. Porra a culpa é minha, por ela está tão machucada e pensando nisso...

_ Tio, vocês tem que conversar. - O corto. - Eu sei o quanto você a ama, mostre a ela. A Jud tem problema de autoconfiança e baixa autoestima. - Explico para ele.

_ Eu faço isso sempre, mais parece que nada que eu diga ou faça a faz enxergar o que sinto por ela. - Suspira - Eu sei que hoje eu errei mais ver Judith e Marina rolando pelo chão me deixou louco. Marina e perigosa ela aprontou com você, com o Gabriel. Eu só tive medo que ela fizesse algo contra Jud. - Diz se desabafando.

_ Eu sei. Escute eu vou levar ela pra casa agora, mais tenha calma, por favor. - Peço.

_ Obrigada Cristal, vou espera por vocês. - Diz se despedindo.

Desligo e vou chamar Judith. Depois de muitos protestos e contar uma mentira dizendo que a levarei para minha casa nos finalmente deixamos o bar.

Continua......

DOMANDO O INIMIGOWhere stories live. Discover now