1- First day.

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9:00

Era o número que brilhava no despertador, juntamente do barulho irritante que faria a cabeça de qualquer um latejar. Bati minha mão sobre o mesmo e puxei para me certificar das horas.

—9:00??— Como sempre, estava atrasada! Não sei, parecia algum tipo de praga que jogaram em mim, nunca sei chegar nos lugares nas horas certas.

Me levantei correndo, apanhei a toalha que estava pendurada sobre a poltrona em frente ao banheiro do meu quarto e segui para o chuveiro com uma grande pressa, tratei de tomar um banho rápido, incluindo nele todas minhas higienes pessoais de uma só vez.
Não demorou muito e já estava saindo do banheiro às pressas, bagunçando os cabelos molhados, enquanto seguia em direção ao closet atrás de uma roupa. Como toda mulher sabe, parece que quando estamos com pressa as coisas decidem desaparecer como mágica, custei para achar a calça jeans skinny que havia deixado passada e esticada no cabide, mesmo ela estando bem embaixo do meu nariz.
Assim que peguei, vesti ela o mais rápido que podia, coloquei também uma regata branca e botas que alcançavam a panturrilha.

—Chaves? Confere. Pastas? Confere. Bolsa? Confere. Pressa? Confere também.— Peguei tudo que era necessário para o primeiro dia em uma empresa multimilionária e sai batendo a porta com força, fazendo um grande eco pelos corredores.
—Quebra mesmo, Emma Swan!— Disse Granny, a síndica do prédio. Ela era um amorzinho de pessoa.
—Bom dia para a senhora também, vovó.— Era como a chamavam.

Fui correndo até a garagem e logo entrei em meu carro, o meu amigo para todas as horas, eu estava mesmo torcendo para que ele fosse, considerando a pressa que eu estava. Coloquei o óculos de sol no rosto, dei partida no carro e para a minha sorte segui por um caminho sem trânsito.

Obrigada por isso!

O percurso foi rápido, quando menos esperei já estava cruzando a portaria e deixando meus documentos para o cadastro inicial, típico dos locais com muita segurança. Depois de cadastrada, fui em busca de uma vaga naquele ambiente amarrotado de carros, de todos os tipos, cores e tamanhos. Meu bom amigo amarelinho ficou completamente deslocado ao lado de tantas marcas luxuosas, eu pude apreciá-los bem depois de passar longos minutos atrás de um espaço, um espacinho qualquer que pudesse abrigar o meu fusca e me permitir chegar a tempo no meu primeiro dia.

—Droga! – Bati a mão contra o volante e segui para o último corredor daquele enorme estacionamento e por algum milagre divino, lá estava ela, a vaga que eu tanto precisava, iluminada por luzes celestiais, aguardando a minha chegada.

Sai do carro pegando tudo que havia levado e corri até a entrada principal. Meus olhos admiraram cada centímetro daquela recepção imensa e como tudo havia sido milimetricamente calculado para que tudo pudesse ornar. Segui meus passos até a primeira recepcionista disponível e precisei molhar a garganta antes de falar, depois de ter passado tanto tempo boquiaberta, espantada com a elegância do lugar que agora frequentaria todos os dias.

—Olá, sou Emma Swan! Tudo bem? Sabe como eu faço para me encontrar com a...— Fui interrompida.
—Emma?— Uma moça do cabelo castanho escuro citou o meu nome logo atrás de mim e me fez virar, o semblante confuso em meu rosto deixava claro que eu não a conhecia. Se eu ao menos tivesse visto ela uma única vez em toda minha vida, com toda certeza do mundo eu me lembraria. Ela era alta, magra, elegante, vestia um salto nos pés e um vestido preto colado no corpo, seu cabelo era escorrido e batia na cintura.
—Sou Ruby. Tudo bem? – Ela esticou a destra em minha direção e eu a segurei. – Falei com você no telefone ontem, foi eu quem fiz o convite para que pudesse chegar mais cedo hoje e conhecer a empresa.
—Ah, sim!— Pigarreei, estava me sentindo um ser desprovido de qualquer elegância naquele lugar.
—Vem comigo, eu vou te mostrar o lugar enquanto te explico como funcionam as coisas por aqui, tudo isso antes da rainha má chegar, tudo bem?— Ruby deixou uma risada simpática sair dentre seus lábios tingidos de vermelho e piscou para mim, antes de sair clicando seus saltos (que pareciam custar meu antigo salário inteiro) no chão de madeira pelos corredores do lugar, esperando que eu a seguisse.
—Tudo bem.— Concordei com a cabeça sem prestar muita atenção no que ela havia falado e me apressei para conseguir andar ao seu lado.

M̶Y̶ ̶M̶Y̶̶S̶T̶E̶R̶Y̶̶.Onde histórias criam vida. Descubra agora