Quero ir pra casa!

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 - Filha, não queria tocar nesse assuntos. O Kevin foi o culpado de você estar desse jeito.

 - Mãeeee... eu o amo e quero saber quantas vezes ele veio me visitar, enquanto estive em coma!

 Os pais se olham, tipo: "Quem conta?" & "como falar que ele não veio nenhuma vez?"

O pai desconversa: - Não se preocupe com seu namoradinho, agora é a hora de nos preocuparmos com você! Nada pode atrapalhar sua recuperação. Você deve receber alta em algumas semanas, então vamos iniciar a fisioterapia e você terá tempo para procurar seu namorado.

 - Ai pai, vocês não entendem que a gente se ama.

 A visita acaba, o pai vai embora, e ao cair da noite, enquanto a mãe dorme na poltrona ao lado da cama, parece que a ficha de Liz começa a cair, e ela se questiona se Kelvin ainda vai ama-la com essa deficiência. Pensamento negativos começam a invadir a sua mente.

 "Se ele não veio me ver ainda, é porque não me ama mais."

 "Quem vai querer uma namorada faltando uma perna?"

 "Será que Kelvin já está namorando outra garota?"

 "Ele seria tão insensível?"

 Todas essas perguntas fizeram Liz ficar ansiosa e perder o sono, e como um abismo puxa o outro, ela começou a ficar com remorso de ter saído. Começou a imaginar a vida sem a perna, ir pra escola de muletas, praticar esportes seria impossível.

 Quem iria namorar uma garota faltando uma perna? Era a pergunta que não saía da cabeça dela. "Um homem sem perna até conseguiria se casar, mas uma mulher sem perna é impossível!", dizia a si mesma.

 Aquela noite foi a mais longa de seus 15 anos, e a mais perturbadora também. Ela fecha os olhos para tentar esquecer que está em um hospital, deseja acordar desse pesadelo, quem sabe dormindo tudo isso acaba, e pega no sono.

Uma Adolescente DiferenteWhere stories live. Discover now