Prólogo.

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               DINAH POV

Roma, Itália, 22 de Janeiro.

Enquanto me perdia em devaneios olhando pelo enorme janelão, girava meu copo de cristal com uísque sentido ante horário, deixando-o um pouco mais gostoso com as pedrinhas de gelo. Mais uma noite sem minha esposa ao meu lado, e mais uma noite tomando algo para diminuir essa maldita saudade que a calada da noite trazia. Era só  piscar os olhos e eu estava ainda mais longe de seus braços. Bom, esse é o preço do sucesso. Desde o dia em que Fifth Harmony acabou e eu escolhi seguir carreira solo, minha vida virou uma loucura. Eu sinceramente não sabia que faria tanto sucesso, ainda mais depois de assumir minha homossexualidade e o namoro com Normani. Lembro-me de ver tantas revistas falando sobre isso, além de crescer uma legião de fãs nos apoiando. E eu sou grata à tudo o que fazem não só por mim, mas pela minha família também.

Fifth Harmony pode ter acabado e cada uma seguido seu caminho, mas a amizade ainda prevalece muito forte. Sempre damos um jeito de viver os tempos de antes, e nos encontramos algumas vezes para colocar a fofoca em dia e matar a saudades. Falando em fofocas, soube pelas revistas que Lauren se tornou uma grande escritora e seu livro de grande sucesso virará filme prontamente. Camila está seguindo carreira como cantora, inclusive seu álbum está sendo um dos mais ouvidos, ao lado do meu. Ally virou atriz, ganhando muitas propostas para diversos filmes. Quando assisti seu último papel, fiquei tão orgulhosa em ver como ela cresceu diante dessa grande disputa que é o cinema. E Normani quis seguir como dançarina, fazendo grande sucesso em parceria com o Sean — nosso antigo coreógrafo na época da banda — Mas ela desistiu de tudo para me dar uma família, gerando nosso pequeno de seis meses, Norman. Sim, temos um pequenino com as nossas feições, nossos sobrenomes e sangue. Como sinto falta deles, de carregar meu filho nos braços e dormir aconchegantemente ao lado da minha esposa.

Minha última parada de hoje é Roma, fiz três shows seguidos, faltando apenas Argentina para fechar a agenda na minha turnê pelo mundo todo. Sabe, mesmo existindo toda essa saudade, eu acabava me distraindo com os diversos fãs ao redor do mundo, incluindo cada cultura diversificada. O amor que eles tinham por mim, me deixava mais segura em seguir em frente e tentar "superar" essa saudade de casa. Maneei a cabeça, dando uma última golada em meu uísque e virando em meus calcanhares a caminho da cama bagunçada com os figurinos.  Larguei o copo na mesa com o jantar que o hotel havia me oferecido e peguei meu celular, admirando a tela de bloqueio com uma foto minha, Normani e Norman nas férias em uma ilha privada. Desbloqueei o ecrã, tentando procurar em meio à tantas notificações, alguma ligação de Normani. Faz dois dias que não conversamos direito por falta de tempo e desencontros. Elevei o celular até o ouvido, esperando as lentas chamadas, que acabava me deixando ansiosa para ouvir a doce voz de Mani.

:- Alô?

:- Mani?!

:- Não, é a Andrea. Quem é? Dinah?!

:- Sim.

:- Quanto tempo, querida. Todos sentem sua falta por aqui.

:- Eu também, dona And, eu também.— Suspirei, sentando sobre a ponta da cama e acariciando com a mão livre minha têmpora direita.— Normani está aí perto?

:- Bom, querida, ela acabou de se deitar com Norman, ele está tendo dificuldades para dormir.

:- Mas já? Ainda são... São...

:- Duas da manhã. Em Miami é madrugada, Dinah, os horários são diferentes, lembra? 

:- Lembro. Por favor, And, diga à ela que estou morrendo de saudades e prontamente estarei de volta?

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