− Jack!! – gritei e corri em sua direção, abraçando-o com força. – Que saudades de você!
− Como você está, pequena Lucy? – chamou-me pelo apelido carinhoso e beijou-me o alto da testa.
− Bem. Mas você me abandonou – acusei emburrada.
− Não diga bobagens, menina. Seu pai tem precisado muito de mim e você adora o Kike... – de fato, adoro. Mas cresci tendo o Jack como um amigo e não mero motorista.
− Mesmo assim. Sinto falta de quando você me levava para os lugares e ficávamos cantando no trajeto – sorri com a lembrança. Jack era o melhor motorista do mundo e me conhecia como ninguém.
− Bem, − ele deu uma rápida olhadela no relógio e voltou-se para mim novamente – tenho um tempo livre agora. O que acha de uma carona?
− Eu adoraria – sorri abertamente. Ele abriu a porta para mim e eu me acomodei no banco de trás do carro.
Em pouco tempo eu estava chegando à faculdade. O trajeto passou mais rápido do que o imaginado. Nem tivemos tempo de colocar todas as fofocas em dia.
− Se o Vitor não puder trazer a senhorita de volta, me ligue e eu virei te buscar.
− Obrigada, Jack – joguei-lhe um beijo no ar, saindo do carro.
− É sempre um prazer, pequena Lucy! – ele me sorriu com carinho. Seus olhos diminuíram, suas bochechas se acentuaram e abaixo do bigode seus dentes reluziam.
A passos apressados, saí rumo a minha primeira aula. Eu estava entrando no meu bloco, quando uma voz fina me chamou. Reconheci de imediato. Dulce.
− Só teremos duas aulas hoje – ela disse, correndo na minha direção. Parecia enrolada como sempre. – Depois da segunda aula, todos os alunos de direito e psicologia devem comparecer ao pátio para um... Bem, para alguma coisa.
− Hm, certo. Nos vemos em instantes então – sorri e voltei para o meu percurso. Não gostava de me atrasar para as aulas, por mais que isso acontecesse com certa frequência.
****
Eu estava no pátio da faculdade, reunida com milhares de outros alunos, a espera do pronunciamento importante da reitoria.
− Não é nada demais – Enzo disse, aparecendo subitamente ao meu lado. – Eles apenas vão sortear alguns alunos para fazerem um trabalho extra no final de semana.
− No final de semana? – fiz uma careta. – Que saco!
− Na verdade... A maioria aqui quer ser sorteada. Esse trabalho nos livra de duas provas finais. E bem, podemos escolher de quais provas queremos nos livrar. Ou seja, é uma ótima oportunidade para garantir uma boa nota nas matérias em que temos dificuldades – explicou. Como novata, é óbvio que não sabia a respeito.
− Hm, então acho que quero ser sorteada também. Mas não vou criar esperanças, não costumo ser sorteada em nada. Rifas, loterias, apostas... Não tenho sorte – murmurei cabisbaixa.
− Pense positivo, nunca se sabe o que o destino preparou para você – ele sorriu de forma confiante, como se fosse o dono da razão. E bem, talvez da razão não, mas ele era o dono das minhas súbitas faltas de ar. Culpado!!!
− Oi, amor – Pietra disse, interpondo-se entre nós e selando seus lábios aos dele. Ok, não senti uma ponta de inveja, é claro que não. Devem ser... Hm... Gases.
− Oi – ele sorriu após o beijo e me indicou com a cabeça.
− Ah... – ela forçou um sorriso, visivelmente se esforçando para ser minimamente simpática. – Olá, Lucy.
− Olá, Pietra! – esforcei-me para lhe sorrir de volta, sentindo-me subitamente deslocada. E bem, Pietra esforçava-se para que isso acontecesse. Ela ficava beijando Enzo, segurando seu rosto e fazendo-o olhar unicamente para ela. Argh, que melação!
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O que dizer dessa Pietra marcando território, minha gente?
Deixarei as análises por conta de vocês :p
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Improvável Equilíbrio (DEGUSTAÇÃO)
RomanceEi, leitor aí do outro lado, que tal entender melhor como funcionarão as postagens de "Improvável Equilíbrio" antes de se jogar com tudo na história? Não vou tomar mais do que alguns dos seus minutos, prometo! Esse livro está sendo lanç...