CAPÍTULO 35

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− Jack!! – gritei e corri em sua direção, abraçando-o com força. – Que saudades de você!

− Como você está, pequena Lucy? – chamou-me pelo apelido carinhoso e beijou-me o alto da testa.

− Bem. Mas você me abandonou – acusei emburrada.

− Não diga bobagens, menina. Seu pai tem precisado muito de mim e você adora o Kike... – de fato, adoro. Mas cresci tendo o Jack como um amigo e não mero motorista.

− Mesmo assim. Sinto falta de quando você me levava para os lugares e ficávamos cantando no trajeto – sorri com a lembrança. Jack era o melhor motorista do mundo e me conhecia como ninguém.

− Bem, − ele deu uma rápida olhadela no relógio e voltou-se para mim novamente – tenho um tempo livre agora. O que acha de uma carona?

− Eu adoraria – sorri abertamente. Ele abriu a porta para mim e eu me acomodei no banco de trás do carro.

Em pouco tempo eu estava chegando à faculdade. O trajeto passou mais rápido do que o imaginado. Nem tivemos tempo de colocar todas as fofocas em dia.

− Se o Vitor não puder trazer a senhorita de volta, me ligue e eu virei te buscar.

− Obrigada, Jack – joguei-lhe um beijo no ar, saindo do carro.

− É sempre um prazer, pequena Lucy! – ele me sorriu com carinho. Seus olhos diminuíram, suas bochechas se acentuaram e abaixo do bigode seus dentes reluziam.

A passos apressados, saí rumo a minha primeira aula. Eu estava entrando no meu bloco, quando uma voz fina me chamou. Reconheci de imediato. Dulce.

− Só teremos duas aulas hoje – ela disse, correndo na minha direção. Parecia enrolada como sempre. – Depois da segunda aula, todos os alunos de direito e psicologia devem comparecer ao pátio para um... Bem, para alguma coisa.

Hm, certo. Nos vemos em instantes então – sorri e voltei para o meu percurso. Não gostava de me atrasar para as aulas, por mais que isso acontecesse com certa frequência.

  ****  

Eu estava no pátio da faculdade, reunida com milhares de outros alunos, a espera do pronunciamento importante da reitoria.

− Não é nada demais – Enzo disse, aparecendo subitamente ao meu lado. – Eles apenas vão sortear alguns alunos para fazerem um trabalho extra no final de semana.

− No final de semana? – fiz uma careta. – Que saco!

− Na verdade... A maioria aqui quer ser sorteada. Esse trabalho nos livra de duas provas finais. E bem, podemos escolher de quais provas queremos nos livrar. Ou seja, é uma ótima oportunidade para garantir uma boa nota nas matérias em que temos dificuldades – explicou. Como novata, é óbvio que não sabia a respeito.

Hm, então acho que quero ser sorteada também. Mas não vou criar esperanças, não costumo ser sorteada em nada. Rifas, loterias, apostas... Não tenho sorte – murmurei cabisbaixa.

− Pense positivo, nunca se sabe o que o destino preparou para você – ele sorriu de forma confiante, como se fosse o dono da razão. E bem, talvez da razão não, mas ele era o dono das minhas súbitas faltas de ar. Culpado!!!

− Oi, amor – Pietra disse, interpondo-se entre nós e selando seus lábios aos dele. Ok, não senti uma ponta de inveja, é claro que não. Devem ser... Hm... Gases.

− Oi – ele sorriu após o beijo e me indicou com a cabeça.

− Ah... – ela forçou um sorriso, visivelmente se esforçando para ser minimamente simpática. – Olá, Lucy.

− Olá, Pietra! – esforcei-me para lhe sorrir de volta, sentindo-me subitamente deslocada. E bem, Pietra esforçava-se para que isso acontecesse. Ela ficava beijando Enzo, segurando seu rosto e fazendo-o olhar unicamente para ela. Argh, que melação!

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O que dizer dessa Pietra marcando território, minha gente?
Deixarei as análises por conta de vocês :p 

Improvável Equilíbrio (DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora