Ao acordar, senti meu braço formigar do punho até o cotovelo. Tentei forçar um movimento, esticando-o e resmunguei ao notar que ele doía. Eu havia dormido a noite inteira com a cabeça em cima dele. Fiquei massageando-o por algum tempo, até que ele já não estivesse tão dolorido. Bocejei preguiçosamente e tratei de me esticar por completa. Agarrei o Bob – meu cachorro de pelúcia – e me encolhi toda na cama. Não tardou muito para que o meu querido – sintam o meu tom de ironia – despertador começasse a apitar insistentemente, lembrando-me que o INB estava à minha espera.
Em um pulo, levantei da cama e fui até a janela. Para despertar, nada que uma cegueira de luz solar não fizesse. Abri as cortinas e instantaneamente fechei os olhos por conta dos clarões que invadiram meu quarto. Ao abri-los novamente, fui surpreendida pelo meu petulante e gostoso vizinho, que repetia o mesmo gesto que eu.
Seu cabelo estava meio bagunçado e seu rosto parecia um pouquinho amassado. As mangas de seu casaco estavam puxadas até os cotovelos e pude perceber como o seu antebraço tinha aquelas veias a mostra que fazem qualquer mulher tipo eu se maravilhar. Com um sorriso nos lábios, ele me acenou e eu tratei de fazer o mesmo. Eu provavelmente devia sair correndo, porque afinal, havia acabado de acordar. Mas não me importei muito, eu estava meio que... Hipnotizada, ou algo do tipo.
Com a imagem matinal do meu vizinho na cabeça, fui tomar um longo e relaxante banho. Com a água quente escorrendo pelo corpo e me avermelhando a pele, comecei a pensar que North Breath não era ruim de todo. E não estou dizendo isso apenas por conta do moreno de olhos verdes. É claro que ele tem uma parcela de culpa nessa história toda, mas uma parcela mínima, vale ressaltar.
Ao fim do banho – no qual um par de olhos verdes me invadiu a mente – tratei de me vestir, optando por algo casual, tanto nas vestimentas como no cabelo. Fiz um rabo de cavalo frouxo, deixando solta apenas a franjinha de lado. Usando uma calça jeans surrada – detalhe para a meia calça debaixo dela, afinal o frio está me matando! − e as minhas botas de guerra, eu estava pronta para ir para a faculdade.
Passei pela sala de estar apressadamente, roubando três croissants da mesa, jogando um beijo para todos que nela estavam – apenas meu pai e Cadu – e saí, constatando que só para variar um pouquinho, eu estava atrasada. Do lado de fora, coincidentemente ou não, lá estava o meu vizinho, entrando em sua hilux preta.
− Quer uma carona? – ofereceu, aumentando um pouco o tom de voz.
− Depende – fingi pensar, fazendo um certo charme. – Se eu aceitar a carona, o trabalho vai ser completo? – minha voz estava carregada de insinuações, até o mais perfeito idiota o notaria sem nenhum grande esforço. Ele riu, me fitando com os olhos semicerrados. Antes que ele pudesse responder a minha pergunta, uma garota com aparentemente a mesma idade que a minha, a pele branca, – muito branca, por sinal – os fios variando em dois tons de castanho e os olhos verdes, aproximou-se dele, abraçando-o por trás. Ele se virou e selou seus lábios gentilmente aos dela. E naquele momento, precisamente naquele momento, eu broxei completamente...
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Como é amargo o gosto da decepção, não é mesmo?! Lucinda que o diga!!!
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Improvável Equilíbrio (DEGUSTAÇÃO)
RomanceEi, leitor aí do outro lado, que tal entender melhor como funcionarão as postagens de "Improvável Equilíbrio" antes de se jogar com tudo na história? Não vou tomar mais do que alguns dos seus minutos, prometo! Esse livro está sendo lanç...