CAPÍTULO 09

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Depois de passar todo o dia tentando organizar a minha matéria (tarefa na qual não obtive êxito; a faculdade de direito às vezes pode ser cruel) resolvi ir para o quintal, apenas para respirar um pouco de ar puro. Talvez isso me ajudasse a manter a calma... Eu estava sentindo falta dos meus bons e velhos cigarros. Mas ainda não conhecia nada naquele fim de mundo, não fazia ideia de onde comprá-los.

Ao chegar à parte de trás da casa, vi que Vitor estava deitado em um dos sofás, fumando, com o olhar perdido. Aproximei-me dele e me deitei ao seu lado, roubando o cigarro de suas mãos.

− Eu estava mesmo precisando disso... – dei uma longa tragada, sentindo meu corpo relaxar instantaneamente.

− Não deixe que o Cadu veja! – alertou. Ele tirou outro cigarro do bolso despreocupadamente e o acendeu, tragando-o com ainda mais vontade que eu.

− Dia difícil? – perguntei, notando que ele buscava desesperadamente uma forma de relaxar.

− Conheci uma garota – ele deu de ombros.

− Isso nunca foi problema para você – lembrei-o. E bem, eu não estava dizendo isso apenas para animá-lo. Vitor era o tipo de cara que saía com a garota que quisesse. Ele poderia dar a ela o melhor dia de sua vida e vinte e quatro horas depois o pior, que ainda assim, ela estaria se rastejando por ele. É genial tanto quanto cruel!

− É diferente – ele deu uma longa tragada, fitando o céu, pensativo.

− Você não está apaixonado, está? – caso a resposta fosse sim, eu devia me preparar para, no mínimo, o cumprimento de uma profecia maligna.

− É claro que não! – ele riu sombriamente, menosprezando de cara a ideia. – É que... Nos conhecemos hoje e ela já quer transar comigo. E sabe, eu transaria com ela sem nem pensar duas vezes, se ela não fosse virgem e não tivesse quinze anos. Você sabe, posso não ser o cara mais certinho do mundo, mas não sou pedófilo.

− Quinze anos? – tombei a cabeça para trás e o riso que se seguiu foi espontâneo e imediato. Dei uma longa tragada e tentei controlar o meu acentuado senso de humor. – Pedofilia é crime, está com medo de ser preso? Ou perdeu seu charme com as mulheres mais velhas?

− Não sei se devemos chamá-la de criança. Ficou me atiçando todo o tempo, é uma ninfeta, isso sim.

− Mandando a real: seria pedofilia se ela tivesse menos de catorze anos. Ela é só uma adolescente apressadinha... Já fui como ela. Dê o fora, é o melhor que você pode fazer – tentei ponderar de forma mais madura. Mudei de assunto bruscamente. – Onde você conseguiu comprar? – perguntei, indicando o baseado preso aos lábios.

− Na faculdade. Depois te apresento o cara... Só mantenha o Cadu fora disso, ou ele vai dizer que eu sou o culpado pelos seus péssimos hábitos. Você sabe o que ele acha disso...

− Relaxa! Será nosso segredo – pisquei para ele, me deixando relaxar com toda aquela sensação de paz e bem estar que invadia a minha corrente sanguínea.

Ficamos ali deitados, fumando, rindo, simplesmente curtindo aquele momento por mais algum tempo. Quando o frio se tornou insuportável, resolvi entrar. Vitor continuou do lado de fora, fumava um cigarro atrás do outro, uma verdadeira chaminé. Fui para o meu quarto, a fim de fazer qualquer coisa que significasse manter o corpo aquecido e assim, evitar uma possível hipotermia. Dramática, eu sei! Mas todo esse frio ainda era novidade para mim.

Por falar em corpo aquecido... É triste ter que aquecê-lo sozinha. Se o meu petulante e gostoso vizinho resolvesse me fazer uma visita... Joguei-me na cama, deliciada só de imaginar o resultado daquele – prazeroso – estrago.

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Nosso bate-papo ao vivo acabou ainda há pouco e só quero agradecer pela presença de todos <3 Foi lindo e eu me diverti muito. Amanhã estarei na FLIR às 19h, em Resende, e se tiver alguém daqui por lá não deixe de me procurar *-* Vai ser incrível!!! <3 Até amanhã, amados!!!

Improvável Equilíbrio (DEGUSTAÇÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora