Depois de passar todo o dia tentando organizar a minha matéria (tarefa na qual não obtive êxito; a faculdade de direito às vezes pode ser cruel) resolvi ir para o quintal, apenas para respirar um pouco de ar puro. Talvez isso me ajudasse a manter a calma... Eu estava sentindo falta dos meus bons e velhos cigarros. Mas ainda não conhecia nada naquele fim de mundo, não fazia ideia de onde comprá-los.
Ao chegar à parte de trás da casa, vi que Vitor estava deitado em um dos sofás, fumando, com o olhar perdido. Aproximei-me dele e me deitei ao seu lado, roubando o cigarro de suas mãos.
− Eu estava mesmo precisando disso... – dei uma longa tragada, sentindo meu corpo relaxar instantaneamente.
− Não deixe que o Cadu veja! – alertou. Ele tirou outro cigarro do bolso despreocupadamente e o acendeu, tragando-o com ainda mais vontade que eu.
− Dia difícil? – perguntei, notando que ele buscava desesperadamente uma forma de relaxar.
− Conheci uma garota – ele deu de ombros.
− Isso nunca foi problema para você – lembrei-o. E bem, eu não estava dizendo isso apenas para animá-lo. Vitor era o tipo de cara que saía com a garota que quisesse. Ele poderia dar a ela o melhor dia de sua vida e vinte e quatro horas depois o pior, que ainda assim, ela estaria se rastejando por ele. É genial tanto quanto cruel!
− É diferente – ele deu uma longa tragada, fitando o céu, pensativo.
− Você não está apaixonado, está? – caso a resposta fosse sim, eu devia me preparar para, no mínimo, o cumprimento de uma profecia maligna.
− É claro que não! – ele riu sombriamente, menosprezando de cara a ideia. – É que... Nos conhecemos hoje e ela já quer transar comigo. E sabe, eu transaria com ela sem nem pensar duas vezes, se ela não fosse virgem e não tivesse quinze anos. Você sabe, posso não ser o cara mais certinho do mundo, mas não sou pedófilo.
− Quinze anos? – tombei a cabeça para trás e o riso que se seguiu foi espontâneo e imediato. Dei uma longa tragada e tentei controlar o meu acentuado senso de humor. – Pedofilia é crime, está com medo de ser preso? Ou perdeu seu charme com as mulheres mais velhas?
− Não sei se devemos chamá-la de criança. Ficou me atiçando todo o tempo, é uma ninfeta, isso sim.
− Mandando a real: seria pedofilia se ela tivesse menos de catorze anos. Ela é só uma adolescente apressadinha... Já fui como ela. Dê o fora, é o melhor que você pode fazer – tentei ponderar de forma mais madura. Mudei de assunto bruscamente. – Onde você conseguiu comprar? – perguntei, indicando o baseado preso aos lábios.
− Na faculdade. Depois te apresento o cara... Só mantenha o Cadu fora disso, ou ele vai dizer que eu sou o culpado pelos seus péssimos hábitos. Você sabe o que ele acha disso...
− Relaxa! Será nosso segredo – pisquei para ele, me deixando relaxar com toda aquela sensação de paz e bem estar que invadia a minha corrente sanguínea.
Ficamos ali deitados, fumando, rindo, simplesmente curtindo aquele momento por mais algum tempo. Quando o frio se tornou insuportável, resolvi entrar. Vitor continuou do lado de fora, fumava um cigarro atrás do outro, uma verdadeira chaminé. Fui para o meu quarto, a fim de fazer qualquer coisa que significasse manter o corpo aquecido e assim, evitar uma possível hipotermia. Dramática, eu sei! Mas todo esse frio ainda era novidade para mim.
Por falar em corpo aquecido... É triste ter que aquecê-lo sozinha. Se o meu petulante e gostoso vizinho resolvesse me fazer uma visita... Joguei-me na cama, deliciada só de imaginar o resultado daquele – prazeroso – estrago.
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Nosso bate-papo ao vivo acabou ainda há pouco e só quero agradecer pela presença de todos <3 Foi lindo e eu me diverti muito. Amanhã estarei na FLIR às 19h, em Resende, e se tiver alguém daqui por lá não deixe de me procurar *-* Vai ser incrível!!! <3 Até amanhã, amados!!!
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Improvável Equilíbrio (DEGUSTAÇÃO)
RomanceEi, leitor aí do outro lado, que tal entender melhor como funcionarão as postagens de "Improvável Equilíbrio" antes de se jogar com tudo na história? Não vou tomar mais do que alguns dos seus minutos, prometo! Esse livro está sendo lanç...